Adônis (ou Adonis em português de Portugal) é um termo que, segundo o dicionário, se refere a um jovem de grande beleza. O significado do conceito deriva da mitologia da Antiga Grécia.
Dizem os relatos mitológicos que Adônis era um jovem que nasceu a partir de uma relação incestuosa entre Cíniras (o seu pai) e Mirra (a sua mãe e também irmã). Já desde a sua infância causava admiração pela sua beleza: ao vê-lo, a deusa Afrodite ficou encantada e apaixonou-se. Deste modo, Afrodite decidiu sequestrar Adônis e fechá-lo num cofre que entregou a Perséfone para seu cuidado. Perséfone, ao tomar conhecimento do conteúdo do cofre, também se encantou pelo belo Adônis e não o quis devolver.
De acordo com a mitologia, diz-se que Zeus resolveu o conflito entre Afrodite e Perséfone fazendo com que Adônis permanecesse quatro meses com cada uma e os restantes quatro meses do ano com quem ele escolhesse. Adônis, neste âmbito, optou por Afrodite.
A morte de Adônis ocorreu na sequência de um ataque de um javali. O seu sangue deu lugar ao surgimento das anêmonas; o sangue de Afrodite, que ficou ferida ao socorre-lo, permitiu o surgimento de outra flor que se conhece, justamente, como Adônis.
Com base em toda esta história, hoje se conhece como adônis a qualquer jovem que sobressai pela sua beleza. Por exemplo: “Mauro é um adônis: todas as raparigas do bairro estão loucas por ele”, “Quando era jovem, eu era um adônis, mas agora o passar dos anos nota-se no seu rosto”.
Mais sobre a morte de Adônis
Adônis, sendo jovem e muito belo, apaixonou-se por Afrodite e o amor deles foi recíproco. Esse amor, no entanto, envolveu vinganças e ciúmes, além da intriga entre Mirra, mãe de Adônis, e Afrodite, essa última enciumada devido a beleza de Mirra, houve ainda a intriga entre Ares, que ficou muito enciumado ao saber sobre o amor entre Adônis e Afrodite, a qual ele também amava. E assim Ares, o deus da guerra, decidiu que eliminaria seu rival.
Conta-se que Adônis era um caçador habilidoso e era costume dele se aventurar pelas florestas. Ares então viu nisso uma oportunidade para se vingar e planejou enviar um javali selvagem para que atacasse o jovem.
Durante uma caçada, Adônis se deparou com o javali selvagem, tendo lutado contra ele para se defender. E mesmo conseguindo ferir o animal, o jovem ficou ferido no ataque brutal.
E foi dessa história ainda que surgiu o jardim de Adônis, pois quando Afrodite pôde escutar os gritos do seu amado, ela tentou socorrê-lo, mas não chegou a tempo, tendo Adônis o seu sangue vertido e tingido as rosas brancas a sua volta de vermelhas. E com isso Afrodite resolver realizar, anualmente, uma celebração como forma de homenagear o homem que amou.
O fim trágico de Adônis reforça a simbologia da história, ligada ao ciclo de vida e morte e também ao amor intenso e, por vezes, ariscado.
Sobre o Jardim de Adônis
Na mitologia grega, Adônis era relacionado com a vegetação e a natureza periódica da vida e da morte. E o mito dele simbolizava o chamado de ciclo de renovação das plantas e da natureza.
O ritual que recebeu o nome de Jardins de Adônis integrava as festividades em sua honra, conforme Afrodite decidiu fazer.
E nessas celebrações, ainda mais nas cidades gregas, as mulheres costumavam plantar sementes de plantas que tivessem um crescimento rápido (a exemplo da alface e do trigo) em pequenos recipientes, os quais sem seguida se deixava sob o sol. Como cresciam de modo rápido e logo murchavam, essas plantas serviram como símbolo da efemeridade da vida e da natureza passageira que há na juventude e também na beleza de Adônis.
Desse modo, a prática do plantio simbolizava o ciclo de morte e renascimento ligado a Adônis. E esse moço belo era, através disso, com frequência, lamentado e celebrado nos rituais fúnebres e também nos rituais de fertilidade.
Equipe editorial de Conceito.de. (12 de Março de 2017). Atualizado em 3 de Novembro de 2024. Adonis - O que é, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/adonis