Do latim tragoedĭa, o termo tragédia está associado a um gênero literário e artístico do mesmo nome. Trata-se do tipo de obra dramática com ações fatais que causam espanto e compaixão.
As personagens de uma tragédia deparam-se inevitavelmente com os deuses ou com diversas situações da vida, em factos que os levam à fatalidade. A personagem principal da tragédia costuma terminar morta ou destruída moralmente. Porém, existem as chamadas tragédias de sublimação, onde a personagem consegue passar a herói ao superar todas as adversidades.
O gênero tragédia surgiu a partir de rituais antigos, semelhantemente ao surgimento do teatro. E tais rituais primitivos tinham o objetivo de realizar a purificação pessoal por meio da ligação entre os seres humanos e os seus deuses, onde todos os que praticavam tais rituais envolviam-se, não havendo hierarquias. Com o passar do tempo esses rituais vão sendo modificados, incorporando elementos da liturgia, daí sim surgem as hierarquias, o que ajudou na organização desses cultos e teatro aos deuses. E tal hierarquia faz com que surjam os papéis para os praticantes do culto, onde são constituídas as pessoas que participam dele e as que são as centralizadoras de tal culto, assim surgiam os “atores” e o “público”.
No teatro grego, a tragédia surgiu com o gênero comédia, mas a tragédia ocupava um papel de mais destaque, fazendo parte de cultos ao deus da fertilidade. Esse gênero, na época, tentava apresentar como os homens lidavam com sentimentos intensos de ódio, vingança, amor, traição, ciúmes, entre outros. Já a comédia tratava de temas como a vida cotidiana dos seres humanos.
De acordo com Aristóteles, uma tragédia (neste caso seria o gênero conhecido como tragédia grega) é composta por três partes: prólogo, episódio e êxodo. O prólogo antecede a entrada do coro (que, por sua vez, se divide em párodo e estásimo) e aporta a localização temporária da história.
Os episódios mostram o diálogo entre as personagens (os atores) ou entre o coro e as personagens. Esta é a parte mais importante da história, já que manifesta o pensamento da personagem principal.
O êxodo é a parte final da tragédia, onde o herói reconhece o seu erro e recebe o castigo divino.
No teatro grego, os seus heróis trágicos são apresentados como tendo uma boa vida, bem-sucedidos, respeitados e são de família nobre. Na história, eles são levados a fins trágicos por conta das suas próprias escolhas, em decorrência de sua falha de caráter. O objetivo central da tragédia é tratar de questões existenciais, ainda mais do que é relativo ao homem e ao universo, mostrar os resultados de escolhas, sejam elas erradas ou certas, mas, normalmente, exploram-se mais os resultados de escolhas erradas.
Por outro lado, convém destacar que também se pode chamar de tragédia a todo e qualquer evento da vida real que possa despertar emoções trágicas. A linguagem coloquial associa a tragédia com situações de grande dramatismo e dor.
Uma tragédia pode ser uma catástrofe natural (inundações, seca, etc.), um crime passional ou um atentado com numerosas vítimas, por exemplo.
Equipe editorial de Conceito.de. (29 de Outubro de 2012). Atualizado em 27 de Novembro de 2019. Tragédia - O que é, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/tragedia