Dequeísmo é um conceito que se usa na gramática para evocar a utilização incorrecta da expressão “de que”. A noção, por conseguinte, refere-se a uma maneira indevida de usar “de” (uma preposição) junto a “que” (conjunção) numa mesma oração.
E possível encontrar o dequeísmo dentro dos anacolutos, que se produzem quando um determinado elemento gera uma inconsistência dentro de uma expressão. No caso do dequeísmo, ocorre ao combinar um complemento de regime verbal com um objecto directo.
Vejamos alguns exemplos. A expresão “Eduardo disse-me que chegaria na 6ª feira de manhã” é correcta, ao passo que “Eduardo disse-me de que chegaria na 6ª feira de manhã” não é adequada uma vez que o uso da preposição e da conjunção, neste caso, não é normativo.
O dequeísmo também aparece em frases como “Achava que o circuito era mais complicado” (em vez de “Achava de que o circuito era mais complicado”), “Os vizinhos são da opinião de que a segurança é deficiente” (o correcto seria dizer “Os vizinhos acham que a segurança é deficiente”) e “A Marta afirmava de que o quadro era roubado” (quando o adequado seria dizer que “Marta afirmava que o quadro era roubado”).
Em Portugal, a expressão (incorrecta) “penso eu de que” tornou-se famosa com João Nuno Pinto da Costa, presidente do FCP.
Pode-se afirmar, por conseguinte, que as acções vinculadas à expressão e ao pensamento (dizer, indicar, explicar, pensar, analisar, etc.), os imperativos (mandar, ordenar), as percepções (vislumbrar, intuir, entrever) e as emoções (alegrar, lamentar) devem aparecer em orações que não emprega a fórmula “de que”: “O professor disse para regressarmos para a sala”, “A mamã ordenou-nos que não saiamos de casa”, “Desconfio que vai haver problemas”, “Fico satisfeita que tenhas conseguido um novo emprego”.
Equipe editorial de Conceito.de. (27 de Novembro de 2014). Dequeísmo - O que é, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/dequeismo