Ode é uma palavra latina com origem grega, que faz referência a uma composição poética do género lírico. A ode pode ser desenvolvida em diversos tons e formas, e assentar em assuntos de qualquer índole. Em geral, divide-se em estrofes ou partes iguais.
As odes originais eram cantadas com o acompanhamento de um instrumento musical como a lira. As odes podiam ser monódias (cantadas por uma única voz) ou corais (interpretadas por um grupo de pessoas).
Apesar da sua variedade temática, a ode costuma expressar a admiração por algo ou alguém. Uma ode, por conseguinte, é um poema criado com o objetivo de homenagear ou exaltar. Vários poetas gregos dedicaram odes aos deuses, a atletas, guerreiros e heróis; outros, em contrapartida, preferiram exaltar a figura do amor e os prazeres.
O poeta chileno Pablo Neruda é um dos melhores exponentes da ode latino-americana. Neruda escreveu odes sobre temas espirituais (como a alegria), mas também para homenagear vários colegas (Federico García Lorca, Walt Whitman) e objetos aparentemente pouco relevantes (odes à cebola e às meias, por exemplo).
O Alemão Friedrich Schiller foi o autor de “Ode à alegria” (“Ode an die Freude” na sua versão original). Este poema foi a inspiração de Ludwig van Beethoven ao compor a sua nona Sinfonia, também conhecida como Hino à Alegria. O poema fora tocado no quarto movimento dessa nona sinfonia. É descrito que, nesse poema, Schiller expressa a visão idealista que possuía dos seres humanos, visão essa da qual Beethoven compartilhava.
A 6ª Sinfonia e o poema de Schiller deram origem ao Hino Europeu, postulado pela União Europeia em 1985. Esta obra, que inclui modificações ao poema original, foi interpretada pela primeira vez a 29 de Maio de 1985.
Cabe dizer que os hinos nacionais dos países também são uma espécie de ode, uma vez que eles descrevem atributos e fazem homenagens para a pátria e tudo o que a simboliza, sendo eles acompanhados por instrumentos.
Fernando Pessoa é outro que também expressou-se por meio de odes. A exemplo disso temos a obra “Ode triunfal”, de sua autoria, qual ele escreveu sob o pseudônimo de Álvaro de Campos, na qual ele apresenta um canto de exaltação e louvor para a modernidade.
Outro exemplo de obra que faz uso desse estilo clássico de poesia é “Ode em uma urna negra” de John Keats, onde ele reflete sobre as imagens que foram esculpidas numa urna.
Mesmo que as odes, atualmente, sejam poemas rimados, não é necessário haver rima para que se trate de uma ode.
Também, no Brasil há o chamado Odé que é descrito como o filho de Iemanjá, a divindade que protege os pescadores. Mas há quem defenda que ele era, na verdade, o filho de Apaoká a Jaqueira.
O nome era Odé Osóssi e há uma lenda que descreve-o como o “caçador de uma flecha só”. Essa lenda conta que havia um pássaro maligno ameaçando a aldeia e que Odé era um caçador, logo, ele e outros caçadores foram se livrar desse pássaro, mas todos erraram o alvo e ele, que tinha apenas uma flecha, atira e não erra o alvo, tendo salvo a aldeia.
Equipe editorial de Conceito.de. (10 de Abril de 2012). Atualizado em 29 de Abril de 2021. Ode - O que é, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/ode