Razão é uma noção que se pode referir a diferentes questões. Desta vez, importa centrarmo-nos na sua acepção enquanto capacidade de pensar, elaborar conceitos e chegar a conclusões através da atividade mental.
Instrumental, por sua vez, é aquilo que está relacionado com um instrumento. Este termo (instrumento) faz menção àquilo que serve para alguma coisa, que é útil ou que tem um fim.
Todas estas ideias permitem-nos abordar a definição de razão instrumental. Quando o ser humano procura adaptar-se ao meio para satisfazer as suas necessidades, recorre à razão instrumental. Trata-se da estrutura de pensamento que privilegia a utilidade da ação e que considera os objetos como meios para alcançar um determinado fim.
É conferido a Max Horkheimer o uso do termo “razão instrumental”, uma vez que é ao seu pensamento filosófico que o conceito de tal termo é relacionado, por meio da sua teoria crítica.
Segundo Horkheime, há dois elementos que compõe a razão instrumental: o ego abstrato, que compreende a tentativa do ser humano em tornar tudo o que existe em meios para a conquista de algo para si mesmo, e a natureza vazia, que trata-se do objeto a ser dominado e possui somente tal finalidade.
Do mesmo modo que a razão subjetiva, a razão instrumental tem por objetivo a autopreservação, sendo essa a única finalidade dela.
Ora, pode-se associar a razão instrumental ao pragmatismo: importa mais aquilo que se quer conseguir do que o caminho para lá chegar. Simplificando, pode-se dizer que a razão instrumental dá antes prioridade do que aos fins.
Na razão instrumental, noutras vezes também conhecia como “racionalidade instrumental”, as ideias e princípios não são importantes, mas sim o modo como eles serão utilizados para se chegar a um resultado desejado.
A razão instrumental baseia-se na ideia de utilidade. Indo por esta linha de pensamento, o valor das coisas radica naquilo para que servem. Se uma coisa não servir para nada (não tiver utilidade), carece de valor na perspectiva da razão instrumental.
Reiterando, ela diz respeito apenas aos critérios de eficácia quanto aos meios para se atingir uma finalidade. Por isso que nela há sempre um pensamento de dominação, ora seja sobre a natureza ou sobre os seres humanos.
Suponhamos que uma pessoa deva cortar uma folha de papel em linha reta. A razão instrumental indica que, para cumprir esse objetivo, pode utilizar uma tesoura ou um x-acto, uma vez que estes são instrumentos úteis para cortar papel. No entanto, um lápis ou uma borracha não servem para satisfazer esta necessidade específica.
Muitos consideram a razão instrumental como uma razão que não passa por reflexão, tratando-se de uma forma de razão em que são os objetivos quem determinam o raciocínio do ser humano.
Para exemplificar isso, na razão instrumental, além do objetivismo, há o constante uso da cientificidade também. A exemplo disso podemos citar quando a ciência passa do seu objetivo de conhecimento para ser ferramenta de poder e de domínio, como, por exemplo, a criação de gases tóxicos utilizados em guerras.
Equipe editorial de Conceito.de. (27 de Dezembro de 2015). Atualizado em 20 de Junho de 2019. Razão instrumental - O que é, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/razao-instrumental