
Epidemia é uma doença que se propaga durante um certo período de tempo numa determinada zona geográfica e que afeta muitas pessoas em simultâneo. Trata-se de uma noção utilizada pela saúde comunitária para fazer referência ao fato de a doença chegar a uma quantidade de gente superior à esperada.
Isto implica a existência de níveis de incidência que são considerados normais para uma doença. Ou seja, os especialistas (médicos) preveem que seja afetado/contaminado um determinado número de pessoas a uma determinada altura. Quando o número de doentes ultrapassa essa média, fala-se então de epidemia (há uma maior quantidade de casos em relação àqueles que estavam previstos).
A disciplina científica que trata de analisar as epidemias chama-se epidemiologia. Os epidemiólogos dedicam-se a estudar a distribuição, a frequência e os determinantes dos factores relacionados com as doenças no seio de uma comunidade humana. A epidemiologia, por conseguinte, combina noções da medicina com princípios das ciências sociais para ajudar no controlo das doenças e prever possíveis surtos epidemiológicos.
Quando a epidemia se expande por vários países, transforma-se numa pandemia. Aliás, a origem etimológica desta palavra significa “doença de toda a população”. A pandemia tende a coincidir com o aparecimento de um novo vírus (para o qual ainda não existe qualquer tipo de imunidade ou vacina).
Por outro lado, quando a epidemia se mantém e persiste numa mesma zona durante um período de tempo prolongado, passa a tratar-se de uma endemia, como é o caso, por exemplo, da malária em vários países africanos.
Aspectos clínicos e sociais das epidemias
Além da definição conceitual, a fim de compreender a gravidade e o impacto de uma epidemia, cabe levar em conta aspectos clínicos e sociais ligados à doença. Tais fatores impactam nas estratégias de controle, prevenção e também na resposta da saúde pública.
Sintomas
Os sintomas apresentados numa epidemia variam segundo o agente causador — vírus, bactérias, fungos ou parasitas. Em diversas doenças epidêmicas, os primeiros sintomas tendem a incluir febre, dor de cabeça, tosse, além de dores no corpo, mal-estar, vômito e também diarreia em certos casos. O reconhecimento precoce dos sintomas é muito importante para prevenir a disseminação e buscar tratamento imediato.
Diagnóstico diante de uma epidemia
Durante uma epidemia, o diagnóstico ágil e preciso se configura num dos pilares para o controle da doença. E esse diagnóstico pode ser feito através de exames laboratoriais (a exemplo de testes de sangue, saliva ou secreções), exames de imagem ou mesmo por meio de uma avaliação clínica. A testagem em massa, ainda mais em surtos de doenças contagiosas, se trata de uma medida importantíssima para detectar e isolar os casos.
Tratamento
O tratamento durante uma epidemia é algo que dependerá do tipo de doença. Certas doenças exigem medicamentos antivirais ou antibióticos, já outras requerem apenas cuidados paliativos, como hidratação e repouso. Em determinados casos, vacinas são utilizadas como tratamento emergencial ou com a finalidade de prevenção, quando disponíveis.
Hospitalização
Muitos casos leves tendem a ser tratados em casa, porém as formas graves de uma doença requerem hospitalização. Durante epidemias severas, o crescimento do número de pacientes de forma súbita pode sobrecarregar os hospitais, ocasionando escassez de leitos, profissionais e também de recursos médicos. Essa situação requer organização eficiente dos serviços de saúde e, por vezes, instalação dos chamados hospitais de campanha.
A recuperação dependerá da gravidade da doença, além da da condição de saúde do paciente e da velocidade com que o tratamento é iniciado. Algumas pessoas podem se recuperar em poucos dias, já outras levam semanas ou até meses, ainda mais se houver complicações.
Taxa de mortalidade numa epidemia

A taxa de mortalidade pode apontar o número de óbitos ocasionados pela epidemia. Essa taxa é um indicador essencial na avaliação da letalidade do agente infeccioso, ajudando ainda a orientar medidas de resposta. Epidemias com alta mortalidade, exemplo da Ebola, geram mais alarme e necessitam de respostas emergenciais.
Morbidade
A morbidade é o número de pessoas que adoecem ou que desenvolvem complicações devido a epidemia. Mesmo que não gerem morte, essas doenças podem provocar sequelas físicas e psicológicas, afetando a qualidade de vida da população e os sistemas de saúde por um longo tempo.
Equipe editorial de Conceito.de. (19 de Julho de 2012). Atualizado em 14 de Maio de 2025. Epidemia - O que é, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/epidemia