
Sigilografia é a modalidade dedicada à análise dos selos que são utilizados para fechar envelopes/sobrescritos e autorizar documentos. Trata-se de um método que se usa na história, na arqueologia, no direito, na heráldica, na diplomacia e na genealogia, entre outras áreas do conhecimento.
A finalidade da sigilografia é estudar, de forma crítica, os selos que historicamente tenham sido usados para validar ou autorizar determinada documentação, seja esta estatal ou privada.
O objeto de estudo da sigilografia, por conseguinte, são os selos: as impressões que se obtêm a partir da pressão exercida com uma matriz para deixar um registo numa superfície. O selo pode ser feito à base de lacre, cera, papel, metal ou outro material que permita estampar sinais.
O selo medieval é um dos mais estudados pelos especialistas nesta disciplina, pois naquela época era habitual que tanto reis como nobres, para além de figuras de relevância recorreram ao uso desse elemento para poder certificar os seus documentos e deixar constância de que eram eles que os avaliavam. Deste modo, a título de exemplo, não há filme ou série medieval em que, em algum momento, não apareça um dos personagens a lacrar as suas cartas.
Cera de lacre
Cera para lacre, cera de lacre ou mesmo selo de cera é um tipo de material que se utiliza para lacrar documentos, assim como convites, cartas, etc. Ele é um dos mais comuns e mais conhecidos.
O lacre de cera possui uma longa história, remontando às antigas civilizações da Mesopotâmia e do Egito, em que se usavam anéis-sinetes e hieróglifos a fim de marcar cera ou argila.
Na Idade Média, os lacres ficaram populares entre a nobreza, apresentando os brasões das famílias como um símbolo de prestígio e de identidade. Tempos depois, o uso se ampliou, para a burguesia, que agora os utilizavam para selar cartas e na validação de documentos importantes.
Esses lacres se tratavam de uma forma eficaz de assegurar a autenticidade e a confidencialidade das mensagens. O documento que era selado com cera só poderia ser aberto pelo seu destinatário, logo, qualquer tentativa de violação ficaria evidente pelo rompimento desse lacre. Isso concedia segurança para os remetentes e confiança nos processos de comunicação.
Mesmo que a sua função prática tenha reduzido com o tempo, o lacre de cera segue valorizado até hoje, ainda mais em ocasiões especiais. Ele é utilizado para adicionar um toque de elegância e de exclusividade aos convites, presentes e documentos, os ligando a uma tradição histórica rica e repleta de significado.
Para que se consiga fazer um lacre bonito, é preciso então dispor de uma cera de qualidade, que geralmente são aquelas mais homogêneas, o que assegura que se terá um bom resultado final.
Sobre o sinete
O sinete é um objeto, normalmente pequeno, utilizado para marcar ou carimbar superfícies E essas superfícies podem ser as que usam cera ou argila, gravando um símbolo, desenho ou inscrição. Era comum o seu uso para selar cartas, documentos ou contratos, sendo um tipo de assinatura ou prova de autenticidade.
Os sinetes eram comumente gravados com brasões de famílias, mas também com iniciais ou demais símbolos pessoais e usados especialmente pelos nobres, governantes e comerciantes. Eles poderiam ser montados em anéis, pendurados em cordões ou produzidos como pequenos carimbos independentes.
Em suma, a sigilografia estuda sobre esses e outros elementos e é muito importante para analisar selos em documentos históricos.
Seu principal objetivo é analisar e interpretar os selos em prol de autenticar documentos, detectar emissores, entender simbolismos e analisar materiais e técnicas de fabricação. Ela ainda preserva e cataloga selos como patrimônio histórico. E, com ela, há também como saber mais sobre hierarquias, poder e religião.
Importância da sigilografia

Graças à sigilografia, consegue-se obter conhecimento respeitante aos costumes, à política e à arte de cada época. Isto deve-se ao facto de os selos representarem diversas questões próprias da respectiva época nos documentos em que são aplicados.
É importante frisar que foi no século XIX quando vários estudiosos e historiadores deram forma à sigilografia como a entendemos. Nessa altura, decidiram fazer com que a mesma se pudesse converter numa ferramenta imprescindível para conhecer o passado, ou seja, que se pudesse usar como fonte histórica.
Concretamente, essa foi uma medida que, desde o primeiro instante, apostaram impulsar figuras de prestígio como Otto Posse, Germain Demay, Hermann Grotefend ou Douet d´Arcq.
No momento de uso, o selo tem valor jurídico. Com o passar do tempo, no entanto, adquire outros valores, como o valor histórico ou o valor cultural, que são estudados pela sigilografia.
Atualmente, a sigilografia é importante no âmbito do colecionismo já que proporciona informação de relevo sobre os selos. A modalidade permite valorizar cada peça e, deste modo, também acaba por valorizar a coleção de selos em questão.
Outros dados interessantes que vale a pena conhecer relativamente aos selos são os seguintes:
-Podia ter uma das faces estampadas ou diretamente as duas.
– Nas legendas que incorporam deixam patente o titular ou dono do solo.
-Entre as formas mais comuns que podem apresentar os tais selos estão os que revestem a forma de escudo, redonda, com aspecto de huso…
-Regra geral, o tamanho dos selos estudada pela sigilografia tende a ser bastante variado. Alguns têm apenas uns milímetros de tamanho e outros que alcançam os 15 centímetros.
Equipe editorial de Conceito.de. (31 de Julho de 2016). Atualizado em 25 de Dezembro de 2024. Sigilografia - O que é, importância, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/sigilografia