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Sofista

O termo sofista deriva do vocábulo latino sophista embora a sua origem etimológica mais distante resida na língua grega. Conhece-se como sofista o especialista em retórica que, na Antiga Grécia, se dedicava ao ensino do sentido das palavras.

O conceito foi entendido de diversas formas ao longo da história. Muitas vezes, o sofista era considerado um sábio que, graças aos seus conhecimentos, podia educar pessoas. Os sofistas, neste sentido, aconselhavam nomeadamente os dirigentes e ensinavam-lhes como podiam influir na população.

Os sofistas eram tratados como grandes mestres e jovens que classe econômica elevada procuravam por eles a fim de serem instruídos, estando dispostos a pagaram o valor que fosse para isso. Junto ao sofista, esses jovens buscavam a excelência, o que era vista como uma qualidade essencial para quem quisesse se tornar bem-sucedido.

Esses sofistas eram vistos também como mestres itinerantes, uma vez que viajavam de um lugar a outro sendo contratados para ensinar.

Com o tempo, alguns começaram a acusar os sofistas de arrogarem uma capacidade para o ensino de virtudes. Houve sectores que assinalaram os sofistas como enganadores que, fazendo uso da retórica e da dialéctica, enganavam as pessoas.

Desta forma, começou-se a qualificar como sofistas aqueles que recorriam aos sofismas para desenvolver os seus raciocínios e convencer os demais/outros. Um sofisma é uma falácia: algo que, pelas aparências, se apresenta como válido, ainda que, na realidade, não seja falso.

Sócrates e outros filósofos costumavam criticar duramente os sofistas, sendo que isso durou até a metade do século XIX. E um dos motivos dessas críticas eram pelo fato desses sofistas cobrarem para ensinar (matérias como matemática e retórica), sendo, por isso, também chamados de “charlatões” por Henry Sidgwick.

Os sofistas, apesar de não serem considerados cidadãos de Atenas, permaneceram um grupo elevado deles por ali, isso por conta da organização política que ela possui em V a.C.

Pode-se dizer, definitivamente, que a noção de sofista foi mudando ao longo dos tempos. Inicialmente, o sofista dedicava-se ao ensino e à instrução: Porém, a partir das posturas de Platão, Sócrates e outros sábios, começou-se a associar os sofistas ao engano. Assim, pode-se tomar a definição de sofista como aquele que, usando sofismas e falácias, engana as pessoas e até obtém um rédito da sua capacidade para confundir o outro através dos seus argumentos.

Mas mesmo que eles tenham sido considerados aproveitadores, não há como negar que deixaram contribuições para a filosofia. Foram os sofistas quem fizeram a separação entre o conceito de physis (que era “ordem natural”) e entre nomos (ordem humana). Para eles não havia uma verdade absoluta, mas sim opiniões, acreditando que cada homem seja o que vale a sua verdade.

Uma das características dos sofistas era que eles eram capazes de discorrer sobre quaisquer temas, por isso eram considerados como indivíduos possuidores de polimatia. Ao longo dos anos eles abordarem temas como retórica, gramática, matemática, dialética, astronomia, entre outros.

Citação

Equipe editorial de Conceito.de. (29 de Setembro de 2014). Atualizado em 29 de Abril de 2020. Sofista - O que é, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/sofista