A priori é uma locução latina que significa “à primeira vista” (de acordo com o que é anterior). É usado para realizar uma demonstração que descende da causa ao efeito, da essência de algo às suas propriedades. Também se refere àquilo que se realiza antes de examinar o assunto de que se trata.
É possível estabelecer uma distinção entre o conhecimento a priori (que, de acordo com o filósofo Immanuel Kant, é necessariamente verdadeiro e universal, já que não depende da experiência) e o conhecimento a posteriori (aquele que é obtido de forma empírica).
Os conhecimentos que o ser humano possui provém da experiência, no entanto há um conhecimento que independe dessa experiência e também independe das impressões dos sentidos, a esse denomina-se “a priori”, sendo esse conhecimento algo contrário ao que é conhecido como “a posteriori” o qual é um conhecimento empírico (depende da experiência).
Como tal, os argumentos a priori são necessários. As demonstrações diretas na matemática, por exemplo, pertencem a este tipo de locuções. Posto isto, o conhecimento a priori permite predizer/prever um fenômeno/acontecimento ou antecipar/antever determinadas características.
Para a filosofia escolástica, as proposições a priori estão associadas à ontologia e equivalem àquilo que antecede na ordem causal.
Para Kant, todo o conhecimento empírico está sujeito a condições a priori, às quais chama de transcendentais. Se não tiver comprovação empírica, trata-se, nesse caso, de um conhecimento que é postulado e sustentado pela razão.
René Descartes, pela parte que lhe diz respeito, é da opinião de que a razão é uma faculdade independente da experiência. Isto compreende a existência de um conhecimento inato (a priori), como explica com a sua frase “Cogito, ergo sum” (“Penso, logo existo”).
Os juízos sintéticos a priori são os que estão relacionados com a lógica (por exemplo, “subir para cima”). Em contrapartida, os juízos a posteriori têm uma validade particular e são empíricos, uma vez que são comprovados com a experiencia (“Em Matosinhos, as mulheres falam muito alto e acenam muito com as mãos”).
Um outro exemplo de argumento elaborado usando a priori seria: “todas as pessoal solteiras não são casadas”, sendo que isso pode ser afirmado sem ser necessária uma experiência prévia.
O filósofo Galen Strawson acredita que para que uma argumento seja considerado a priori é necessário apenas que você o veja e já note que o mesmo é verdadeiro, estando, por exemplo, deitado em seu sofá, sem precisar sair de lá para examinar o mundo a sua volta e confirmar aquele argumento.
Em suma, a priori e a posteriori distinguem-se assim:
– A posteriori é, por exemplo, um argumento desenvolvido com base em fatos, na experiência. Então significa algo como “depois da experiência”;
– Já a priori é justamente o contrário de a posteriori, onde há a elaboração de um argumento sem apoio aos fatos, sem a existência de experiência.
Ainda é comum na filosofia o uso do termo “apriorismo” que traduz-se numa doutrina, por exemplo, onde as experiências ou raciocínios que são a priori tem um papel de destaque.
Existem situações onde o termo a priori acaba sendo usado como um adjetivo a fim de alterar outros substantivos, por exemplo. Filósofos também podem usar termos como “aprioridade” (como substantivo) a fim de designar a qualidade de algo quando é a priori.
Equipe editorial de Conceito.de. (7 de Dezembro de 2011). Atualizado em 26 de Maio de 2020. A priori - O que é, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/a-priori