O termo patético deriva do latim pathetĭcus que, por sua vez, tem origem num vocábulo grego que significa “comovente” ou “que impressiona”. Segundo o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora, este adjetivo qualifica algo que é capaz de suscitar piedade ou de despertar emoções intensas como a tristeza, a dor ou ainda a melancolia. Por exemplo: “Inconsolável, a mãe da vítima soltou um patético grito de dor”, “O gesto patético de tristeza do condenado não deixou ninguém indiferente”.
Patético, apesar de tudo, na sua acepção mais habitual, tem um sentido geralmente pejorativo, associado a algo grotesco e que provoca embaraço e vergonha alheia. Neste caso, o patetismo tende a prender-se com o ridículo: “Esse homem é patético, passa a vida a inventar histórias disparatadas só para chamar a atenção dos meios de comunicação”, “O Rui usou um disfarce patético de bebé na sua festa de anos”, “Não me consegui conter. Desatei a rir pela forma patética como ele interpretou a canção”.
Assim, alguém é patético quando provoca um sentimento de piedade em suas ações, outro exemplo: “ele teve um comportamento tão patético que senti uma enorme vergonha alheia naquele momento”.
O termo é também usado no lugar de “ridículo”, veja a seguir um exemplo: “nunca se viu pessoa mais ridícula que ele em toda aquela cidade, todos conheciam sua fama” poderia ser tornar “nunca se viu pessoa mais patética que ele em toda aquela cidade, todos conheciam sua fama”. Note que no segundo exemplo nós alteramos o termo “ridículo” por “patética”, ou seja, pegamos o termo patético e fizemos uma flexão de gênero a fim de que se encaixasse com o substantivo feminino “pessoa”.
Existem casos onde se usa o termo patético num contexto de repúdio ou desaprovação de uma ação.
Nesse caso, há muitos exemplos de atitudes patéticas que uma pessoa pode tomar, tais como fazer algo errado, um crime, contra outra pessoa e, então, ela tenta encontrar uma justificativa para isso. E assim nascem discursos patéticos, ou seja, dignos de desdém, desaprovação e de vergonha alheia.
Enquanto sinónimo de grotesco, o adjetivo patético pode ser usado por alguém com a intenção de ferir susceptibilidades, ou seja, para desvalorizar, subestimar ou humilhar outra pessoa: “A tua conduta é patética, deverias ter vergonha na cara!”, “Nunca conheci ninguém tão patético como tu”, “A atuação da equipa foi verdadeiramente patética: levou com quatro gols em apenas dez minutos e ficou desqualificada logo nos quartas de final!”.
É importante, no entanto, não confundir pateta e patético como sendo derivados, pois não o são. O termo patético significa alguém digno de pena, que desperta vergonha alheia, enquanto que pateta é uma pessoa desengonçada, atrapalhada, tal como o personagem de desenho animado de mesmo nome.
Contudo, atualmente, é comum que as pessoas acabem usando o termo patético como sinônimo de pateta e, assim, há uma confusão. Ou seja, há um equívoco de agrupar esses dois termos numa mesma família semântica.
Por fim, em termos anatómicos, o nervo patético (ou troclear) é um nervo craniano que cumpre uma função motora ao enervar o músculo oblíquo superior do olho. Encontra-se no encéfalo médio (mesencéfalo) e origina um conjunto de fibras que emerge da fissura orbital superior.
Equipe editorial de Conceito.de. (22 de Julho de 2012). Atualizado em 12 de Abril de 2021. Patético - O que é, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/patetico