Vergonha é uma emoção ligada à sensação de constrangimento diante de uma situação inadequada ou humilhante. Ela ainda descreve o desconforto perante situações tidas como moralmente questionáveis. O termo vergonha deriva do latim “verecundia”.
A vergonha se trata de uma resposta natural a transgressões vistas de normas sociais ou pessoais.
Geralmente, a vergonha é demonstrada por meio de sinais físicos, tais como: rubor facial (rosto vermelho), expressões corporais retraídas, além do que a pessoa ainda poderia evitar o contato visual.
Essa emoção teria ligação com a autopercepção e o julgamento alheio, provocando no indivíduo o desejo de se esconder ou de evitar situações que julgue embaraçosas. A vergonha impacta no desenvolvimento social, causando danos nos comportamentos e nas interações interpessoais.
Mas a vergonha tende a ser uma experiência subjetiva. A mesma varia de pessoa para pessoa, sendo que a compreensão dela é importante para a promoção da empatia e do respeito mútuo.
Há casos onde a vergonha é sentida diante de situações embaraçosas, como é o caso de uma pessoa estar despida e surgirem pessoas diante dela ou quando uma pessoa caminha pela rua e tropeça, entre outras.
Eventos e experiências que causam a vergonha
O que causa a vergonha costuma ter ligação com violações de normas sociais que se pode notar e, ainda, expectativas pessoais. E a pessoa que passa por isso teria uma experiência negativa.
Situações embaraçosas, como rejeição, erros públicos, falhas pessoais ou a exposição de fraquezas, culminariam em sentimentos de vergonha.
O que também ocasionaria vergonha é o julgamento de outras pessoas, críticas, etc. E quando uma pessoa sente que não atendeu as expectativas dos demais, então isso também poderia lhe causar constrangimento e pressão.
Humilhações públicas, traumas passados e a quebra da confiança também figuram entre os desencadeadores da vergonha. A vergonha por vezes resultaria da comparação social e devido ao medo do escárnio.
Entender sobre as raízes e efeitos dessa emoção é essencial para promover a aceitação, a resiliência das emoções e para a construção de relações mais compreensivas e onde haja empatia.
A diferença entre vergonha e outras emoções
A vergonha, a culpa e o embaraço se tratam de emoções distintas, mesmo que compartilhem elementos comuns.
No caso da vergonha, como explicado, ela relaciona-se com o julgamento social e à sensação de inadequação diante de normas sociais ou de expectativas das outras pessoas.
A culpa, por conseguinte, está centralizada na responsabilidade do indivíduo por uma ação nociva a outros, o que compreende remorso e o desejo de realizar alguma reparação. Uma pessoa pode se sentir culpada depois de acusar uma pessoa sem antes te certeza e acabar cometendo um engano.
E enquanto a vergonha envolveria a percepção de falha diante dos outros, a culpa foca na violação de princípios morais interiores.
O embaraço, por sua vez, seria algo mais leve, relacionado a situações constrangedoras momentâneas. E de modo geral esse não possui uma conotação moral.
Enquanto o sentimento de vergonha e a culpa comumente geram autorreflexão, o embaraço é algo que seria mais passageiro, não essencialmente ligado a valores fundamentais. Contudo, todas essas emoções possuem complexos no processo de regulação social e emocional.
A relação entre vergonha e timidez
Vergonha e timidez possuem uma relação complexa. E é comum que muitos acreditem que elas sejam sinônimos, mas não é assim. Essas duas podem ter ligação com sentimentos de medo e autoestima baixa, mas a timidez pode surgir devido ao medo de se expor socialmente, o que geraria vergonha nas interações.
Indivíduos tímidos costumam experimentar arrependimento por não apresentarem plenamente suas opiniões, o que lhes gera em sentimentos de culpa. Esses indivíduos ainda tendem a ficar refletindo excessivamente sobre o que fizeram e o que deveriam ter feito, como deveriam ter agido, etc.
A vergonha é algo poderia intensificar a timidez. Essa primeira criaria um ciclo de ressentimento interior. A pessoa se sentiria desapontada consigo mesma e lamentaria por oportunidades perdidas.
Essas emoções negativas contribuiriam para a tristeza e a perpetuação da evitação de interações sociais, o que reforça a timidez.
Assim, entender e abordar a vergonha e a timidez envolve um trabalho da autoestima, enfrentamento das inseguranças e cultivo de habilidades sociais em prol de promover um relacionamento mais saudável da pessoa consigo mesma e com outras pessoas.
Não ter vergonha
Existe uma expressão comum que é “não ter vergonha”, a qual designa quando uma pessoa age de modo imaturo e desrespeitoso e não possui remorso por suas atitudes ou palavras. Por exemplo:
- Aquele garoto não tem vergonha, roubou as roupas que o vizinho colocou no varal para secar.
- A atitude dele com seus vizinhos é uma tremenda falta de vergonha.
Uma pessoa sem vergonha é também alguém que não possui decência ou pudor. Esse indivíduo, então, não teria vergonha em expor sua intimidade para qualquer pessoa, causando constrangimento publicamente de quem precisaria tal atitude.
SOUSA, Priscila. (4 de Janeiro de 2024). Vergonha - O que é, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/vergonha