Na psicanálise, a pulsão é a energia psíquica profunda que direciona a ação até um fim, descarregando-se ao consegui-lo. O conceito refere-se a algo dinâmico que é influenciado pela experiência do sujeito. Isto diferencia a pulsão do instinto, que é congénito (herdado pela genética).
O instinto caracteriza os animais não racionais, com objetos inamovíveis (fixos) para sua satisfação. A pulsão, por sua vez, não tem qualquer objeto pré-determinado. As pulsões, por conseguinte, estão relacionadas com as forças que derivam das tensões somáticas do ser humano, com diferentes fontes e formas de manifestação.
A noção de pulsão foi desenvolvida pelo austríaco Sigmund Freud em finais do século XIX quando começou a refletir sobre as condutas (os comportamentos) humanas que excedem o instintivo e que podem chegar a contradizê-lo.
Posto isto, Freud estabeleceu que a pulsão era a tensão corporal que tende para diversos objetos e que se descarrega ao aceder aos mesmos, ainda que momentaneamente, uma vez que a pulsão nunca é completamente satisfeita.
O pai da psicanálise distinguiu vários momentos da pulsão, como a fonte (a origem que radica no somático), o esforço ou drang (a tensão que se traduz na pulsão), a meta (em estado passivo ou ativo) e o objeto (que diminui temporariamente a tensão).
Para alguns psicanalistas, as pulsões ocorrem na sequência da falta original de um objeto instintivo. Essa carência leva a que o desejo se traduza em pulsões, as quais se dirigem a metas momentâneas. Uma vez alcançado esse momento, a pulsão reinicia o processo.
Pulsão de vida e pulsão de morte
Ainda se tratando do conceito de pulsão de Freud, há a pulsão de vida, que se trata daquela que pode ser estimulada por meio da libido de uma pessoa, quando essa tem o desejo de estar entre outras pessoas, sendo então motivada para a vida. E a pulsão de vida teria sido classificada por meio do termo em latim “Eros”, que representaria o desejo ou o amor, bem como a atração sensual. Por suposto, Eros é, na mitologia grega, o deus do amor.
Por conseguinte, a pulsão de morte, que se encontra em todos os seres vivos, objetiva uma redução das tensões, levando um ser vivo para um estado que se chamou de anorgânico, ou seja, não orgânico.
Freud ainda classificou a pulsão de agressão como uma descendente da pulsão de morte, posto que se trata de uma terapêutica negativa.
Para fazer a classificação da pulsão de morte, o termo “Thanatos” foi utilizado. Na mitologia grega, Thanatos seria a personificação da própria morte.
A pulsão de morte que é relatada por Freud, então, é uma morte social, usando simbolismos, sendo uma pulsão que conduz uma pessoa para um estado de loucura, podendo disso resultar uma morte simbólica ou mesmo uma morte material diante das demais pessoas num cenário social.
Ambas as pulsões no interior
Para Freud, os seres humanos então possuem em seu interior tanto a pulsão de vida quanto a de morte. Essas duas são tidas como as pulsões básicas.
A pulsão de vida gera numa pessoa o anelo em aprazer suas vontades, buscando o prazer e satisfazendo a libido. Contudo, a pessoa que convive com as demais tem a sua libido satisfeita por meio do seu instinto de organização.
Também para Freud, a base para as pulsões seria o princípio de atração e repulsão, que se encontra também na matéria. Desse modo, as demais pulsões, quais são classificadas como pulsões secundárias, seriam fruto das pulsões de vida e morte. Algumas das pulsões secundárias seriam: sonhos, desejos e outros impulsos na parte interna que conduzem as ações dos seres humanos.
Outro que também buscava explicar a pulsão era o psicólogo Clark L. Hull.
Para Hull, é resultado do hábito e da pulsão quando uma pessoa tem um dado comportamento que lhe é habitual. Através do hábito uma pessoa tem um comportamento reforçado, contudo é necessário determinar a energia que estimula esse hábito, energia essa que seria a pulsão.
Equipe editorial de Conceito.de. (9 de Novembro de 2013). Atualizado em 23 de Novembro de 2022. Pulsão - O que é, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/pulsao