O senso comum é todo um conjunto de conhecimentos e de crenças partilhados por uma comunidade e considerados prudentes, lógicos ou válidos. Trata-se da capacidade natural de julgar os acontecimentos e os eventos de forma razoável.
Por exemplo: uma pessoa precisa de se deslocar de sua casa até à casa de um amigo, que fica a dez quilômetros de distância. Para chegar ao seu destino, tem dois caminhos possíveis, um dos quais atravessa uma zona perigosa onde os assaltos são frequentes. O senso comum indica que o sujeito deveria optar pelo outro caminho.
Este senso tende a ser mencionado como uma capacidade natural das pessoas, que não requere qualquer estudo nem investigações teóricas, mas que surge na vida quotidiana com base nas experiências vividas e nas relações sociais.
O senso comum existe devido as experiências de uma pessoa ou, na maioria das vezes, de um grupo de pessoas.
Assim, podemos entender como senso comum o modo como compreendemos o mundo segundo as experiências desse grupo de pessoas, nos baseando na herança por elas deixada.
Ainda que o senso comum seja algo muito importante para a sociedade, cabe dizer que ele trata-se de um tipo de pensamento qual não fora testado, que não teve sua veracidade analisada e comprovada.
De um modo geral, o senso comum é um conhecimento que está inserido na sociedade e que é passado de geração a geração. Um dos fatores principais que constituem o senso comum é a opinião.
É, por tanto, um conhecimento popular e que é aceito pelas pessoas, mas, reiterando, é um conhecimento que não foi nem validado e nem invalidado.
A dinâmica do senso comum implica conhecer as qualidades captadas pelos sentidos externos e compará-las de acordo com as experiências anteriores. Esse processo é realizado por este sentido interno e configura a percepção.
Vejamos outro exemplo: um indivíduo precisa de chegar ao seu local de trabalho em menos de vinte minutos. Desde o lugar onde se encontra, o comboio demora meia hora a lá chegar. O senso comum leva a pessoa a optar por um meio de transporte mais veloz para não chegar atrasado ao trabalho. Um táxi poderia ser uma boa opção. Contudo, o homem em questão deverá ter em conta outros detalhes, como o custo da viagem: se o dinheiro investido para apanhar o táxi for mais do que aquele que ganha por um dia de trabalho, o senso comum mostra que mais vale optar por um transporte mais em conta mesmo que isso implique chegar mais em cima da hora.
O senso comum é estudado por filósofos desde a Grécia Antiga. E, ainda, uma figura da filosofia que estudou sobre ele foi o italiano Antonio Gramsci, filósofo marxista, jornalista e político italiano que foi um dos responsáveis pela propagação do anarquismo na Itália e que também dedicou parte de sua vida a estudar e entender sobre a cultura e o conhecimento, tendo estudado e escrito sobre o senso comum.
Gramsci cria que o senso comum era um conhecimento popular, um tipo de conhecimento que todos possuíam e repassavam. Mas para os conhecimentos mais profundados e mais elaborados, haveria que se ir mais do que o senso comum permite ou oferece.
Equipe editorial de Conceito.de. (11 de Novembro de 2012). Atualizado em 25 de Junho de 2020. Senso comum - O que é, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/senso-comum