A sinapse é a relação funcional de contacto entre as terminações/extremidades das células nervosas. Trata-se de um conceito que provém de um vocábulo grego que significa “união” ou “vínculo”.
Este processo comunicativo entre neurónios (“neurônios” em português do Brasil) começa com uma descarga químico-eléctrica na membrana da célula emissora (pré-sináptica). Quando esse impulso nervoso chega à extremidade do axónio, o neurónio segrega uma substância que se aloja no espaço sináptico entre esse neurónio transmissor e o neurónio receptor (pós-sináptico). Por sua vez, esse neurotransmissor trata de excitar outro neurónio.
Quando o sinal elétrico chega no ponto final do axônio ele passe a ser transmitido pelas vesículas que contam com neurotransmissores, sendo então esse sinal conduzido até a célula vizinha por meio desses mensageiros responsáveis não apenas por transportar, mas também por equilibrar e estimular os sinais entre os neurônios.
Assim, o neurônio pode fazer sinapse com vários outros neurônios. Há uma estimativa de que apenas uma célula nervosa é capaz de fazer mais de mil sinapses.
Mas além da sinapse ocorrer entre o axônio de um neurônio e o dendrito do neurônio que vem em seguida, existem também ligações que são menos comuns, tais como: haver uma ligação entre dois axônios ou mesmo entre dos dendritos ou, ainda, ela pode ocorrer entre o axônio e um corpo celular ou para uma célula do músculo.
Quanto ao tipo de transmissão do impulso nervoso, a sinapse pode ser eléctrica ou química. Na sinapse eléctrica, os processos pré e pós-sináptico são contínuos devido à união citoplasmática por moléculas de proteínas tubulares, que permitem que o estímulo passe de uma célula para outra sem necessitar de mediação química. Desta forma, a sinapse eléctrica proporciona baixa resistência entre neurónios e um atraso mínimo na transmissão sináptica, pelo facto de não existir qualquer mediador químico.
A sinapse química é o tipo de sinapse mais comum. Nestes casos, o neurotransmissor faz o elo de ligação entre os dois neurónios, propaga-se através do espaço sináptico e fixa-se aos receptores, que são moléculas especiais de proteínas situadas na membrana pós-sináptica.
E a sinapse química pode ainda ser inibitória ou excitatória, podendo ser uma ou outra segundo o tipo de sinal que ela conduz.
Caso o sinal que for produzido na membrana pós-sináptica se tratar de um sinal de despolarização, resulta-se numa sinapse excitatória, já que isso dá início a um potencial de ação.
Agora, se esse sinal for de hiperpolarização, o que resultado é uma ação inibitória, assim, sendo, teremos uma sinapse inibitória.
A sinapse química costuma ocorrer mais nos seres humanos e em animais que sejam mamíferos. Enquanto que a sinapse elétrica ocorre com maior frequência nos organismos invertebrados, sendo que no caso dos humanos, essa sinapse acontece somente nas células musculares ou gliais (não acontece nos neurônios).
A união dos neurotransmissores e dos receptores da membrana pós-sinápticas dá origem a modificações em termos de permeabilidade da membrana, ao passo que a natureza do neurotransmissor e da molécula do receptor determina se o efeito produzido é de excitação ou de inibição do neurónio pós-sináptico.
Equipe editorial de Conceito.de. (17 de Fevereiro de 2012). Atualizado em 5 de Junho de 2020. Sinapse - O que é, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/sinapse