O conceito de teoria crítica é usado na filosofia para fazer referência à doutrina desenvolvida pela chamada Escola de Frankfurt, um movimento que teve a sua base no Instituto de Investigação Social da Universidade de Fráncfort del Meno.
Esta instituição, semelhante ao marxismo, foi criada em 1923. Um grupo de pensadores partiu da teoria marxista tradicional e, após de lhe apontar uma série de críticas, desenvolveu um novo corpo teórico, qualificado por alguns autores como neomarxista.
A teoria crítica, neste sentido, entendia que o contexto econômico, político e social vigente naquela época, era diferente daquela prevista pelo marxismo. Por isso, ofereceu-se para reinterpretar a teoria original, evidenciando que o conhecimento se constitui na realidade e não através da reprodução de conceitos.
É importante mencionar que a Escola de Frankfurt tinha como propósito explicar de modo histórico como era organizado o modo de trabalho dos trabalhadores nas industrias, como era o processo deles nesse ambiente.
Mas não demorou muito para que as hipóteses da Escola de Frankfurt, uma instituição de teoria social e filosofia, abrangessem também outras áreas como o direito, a psicologia, a psicanálise, comunicação social, entre outras.
Cabe dizer, no entanto, que a Escola de Frankfurt, assim como o conceito de teoria crítica, apenas conseguiu se estabelecer no fim da década de 40, depois do término da Segunda Guerra Mundial.
Por meio da teoria crítica há, então, um modo de atuação crítica entre o confronto da cultura e ciência, o qual tem o objetivo de propor um novo modo de organização de uma sociedade.
Um dos princípios da teoria crítica é que se opõe à separação entre sujeito e realidade. No que toca a esta postura, todo conhecimento depende das práticas da época e da experiência. Não existe, desta forma, nenhuma teoria pura que se consiga sustentar ao longo da história.
Por extensão, o conhecimento sistematizado e a ciência desenvolvem-se no que toca às mudanças da vida social. A praxis, desta forma, está relacionada com a organização do conhecimento científico que existe numa dada altura histórica.
A partir destes raciocínios, a teoria crítica presta especial atenção o contexto da sociedade e opõe-se às teorias fechadas, apostando numa construção do saber de tipo dialéctico.
O grupo de intelectuais responsável por conceber esse pensamento são compostos por alemães, alguns filhos de judeus, os quais iniciaram pesquisas sobre problemas econômicos, culturais, sociais, etc, que julgavam estar relacionados com o capitalismo de sua época. Assim, esses intelectuais conseguiram influenciar, entre 1940 a 1970, o pensamentos de alguns ocidentais.
É importante mencionar que esses intelectuais, responsáveis pelo pensamento da teoria crítica, os quais fizeram parte da primeira geração da Escola de Frankfurt, objetivavam que o conhecimento reunido no instituto fosse além do cenário acadêmico, alcançando a sociedade em si, sendo aplicado em seu contexto para, assim, engendrar transformações nesse sociedade.
Por fim, cabe destacar que a teoria crítica distingue-se da sociologia americana, a qual, na mesma época, encontrava-se em desenvolvimento através da Escola de Chicago.
Entre os principais defensores da teoria crítica, destacam-se Walter Benjamin, Theodor Adorno, Herbert Marcurse, Max Horkheimer, Erich Fromm e Jürgen Habermas.
Equipe editorial de Conceito.de. (25 de Setembro de 2016). Atualizado em 13 de Março de 2020. Teoria crítica - O que é, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/teoria-critica