O ego é, para a psicologia, a instância psíquica através da qual o indivíduo se reconhece como eu e tem consciência da sua própria identidade. O ego é portanto o ponto de referência dos fenómenos físicos e faz de mediador entre a realidade do mundo exterior, os ideais do “supereu” e os instintos do “id”.
Para a psicanálise freudiana o “id” é composto pelos desejos e pelos impulsos. O “supereu” (superego), em contrapartida, é formado pela moral e pelas regras que um sujeito respeita na sociedade. O “eu” (ego), por último, é o equilíbrio que permite que o homem possa satisfazer as suas necessidades dentro dos parâmetros sociais.
Ainda que algumas correntes rejeitem esta divisão da mente em três pessoas diferenciadas, para Sigmund Freud a personalidade humana é composta tanto pelos elementos conscientes como pelos impulsos inconscientes.
O ego, que evolui com a idade, procura dar cumprimentos aos desejos do “id” de forma realista, conciliando-os com as exigências do “supereu”. O “eu”, por conseguinte, muda com o passar do tempo e de acordo com o mundo externo.
Freud considera que o ego transcende o sentido de si próprio para se converter num sistema de funções psíquicas de defesa, de funcionamento intelectual, de síntese da informação e de memória, entre outras. O “eu” constitui o primeiro passo do próprio reconhecimento para experimentar alegria, castigo ou culpabilidade.
Na linguagem coloquial, por fim, costuma-se fazer referência ao ego como sendo um excesso de autoestima. Por exemplo: “O ego daquele ator é tão grande que, algum dia, ainda vai chocar contra uma parede”.
Ego não é algo negativo
O ego é um elemento que pode ajudar a proporcionar equilíbrio, no que diz respeito ao posicionamento das pessoas na sociedade. Mas se esse não for controlado, então o que resultado é que as pessoas se tornam mais agressivas e acabem se envolvem em comportamentos que podem ser considerados inconsistentes na sociedade.
A função do ego, na teoria de Freud, seria de ajudar a equilibrar o id e o superego.
É visto na sociedade que o termo ego, presente em peso na vida cotidiana, está quase sempre relacionado a algo negativo. Porém, isso não é verdade. Embora as pessoas pensem em coisas negativas quando se trata de ego, esse conceito está realmente presente em todas as pessoas. Logo, isso significa que não se pode falar de alguém sem ego.
Os sistemas de crenças e a compreensão moral do ambiente sociocultural no qual o ego é moldado geram impactos nas suas funções de filtrar e controlar a realidade. O ego, que é o protetor e regulador interno de uma pessoa, então pode ignorar, negar ou, ainda, distorcer realidades internas e externas.
Esses mecanismos, que operam de maneira automática, contudo que podem ser controlados com vontade e consciência, são chamados de mecanismos de defesa do ego em psicologia.
O ego e o egoísmo
Especialistas em psicologia consideram o excesso de ego um transtorno de personalidade. Uma pessoa que é considerada assim é chamada de “egoísta”. Essa acaba criando um mundo para si, onde é o centro de tudo ali, sendo a pessoa mais valiosas e legítima.
Pessoas com esse tipo de pensamento acabam fazendo mal para si e para os demais, já que lhes falta empatia. Características de indivíduos egoístas são: a arrogância, a raiva excessiva, o descontrole e a vingança.
O que ocorre nesse caso é que essas pessoas não conseguem equilibrar o id e o superego, exibindo comportamentos extremos. Quando as pessoas se colocam no centro de tudo, não conseguindo manter o equilíbrio do ego, essa situação é percebida pelo ambiente.
E assim, uma pessoa que possui desequilíbrio com seu ego costuma dizer frases como: “eu sou melhor do que todos”, “eu sou mais bem-sucedido”, “os meus interesses vêm sempre em primeiro lugar”, “eu nunca cometo erros”, entre outras.
O maior dano do excesso de ego é apresentado na vida social de um indivíduo. Existem problemas graves nas relações humanas porque esses seres humanos se superestimam e se convencem de que vivem numa realidade distinta, acreditando serem o centro de algo maior.
Equipe editorial de Conceito.de. (27 de Julho de 2012). Atualizado em 17 de Junho de 2022. Ego - O que é, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/ego