Superego é um termo que surge na Teoria da Psicanálise de Sigmund Freud, caracterizando um elemento moral da personalidade. Ele é uma instância psíquica com a função de conduzir o ego com base no que é moralmente aceito e que doma o “Id”.
Com o seu objetivo de domar o Id, ele atua reprimindo os instintos primitivos de acordo com os valores culturais e morais.
Junto ao ego e ao Id, o superego constitui a Teoria da Personalidade, que possui o foco na organização de conhecimento sobre personalidade. Essa teoria foi também desenvolvida por Freud, quanto estudava a respeito da psicanálise.
Acredita-se que o princípio que rege o superego é o moral, o que o torna responsável por repreender os impulsos sexuais não apontados na fase fálica (terceira fase do desenvolvimento psicossexual), (período entre cinco e dez anos denominado latência). Ali os impulsos pré-genitais que não obteram êxito serão, a partir dali, recalcados ou convertidos em atividades socialmente produtivas”.
O superego surge, assim, como noção de certo e errado, não somente como fonte de punição e ameaça, mas ainda como fonte de proteção e amor. O mesmo atua por meio de autoridade moral nas ações e no pensamento, surgindo com base em atitudes como: repulsa vergonha e moralidade.
Afinal, tais características possuem o foco em fazer frente à tempestade ulterior da puberdade, também visando fundamentar o caminho dos desejos sexuais que vão surgindo.
Superego, ego e Id
O ego, o superego e também o Id são elementos que constituem psique humana, formando a Teoria da Personalidade de Freud.
Id se trata da parte responsável pelos instintos, desejos e impulsos primitivos das pessoas, classificados como os “princípios do prazer“.
O ego, por sua vez, é a realidade da personalidade da pessoa, assegurando o equilíbrio entre as vontades do Id e as repressões do superego.
O superego ainda é chamado de o “ideal do Ego”. É importante citar que os valores que o constituem não são natos das pessoas. Além de reprimir o Id, o superego ainda foca em conduzir o Ego para o mais próximo da perfeição quanto ao comportamento moral.
Além disso, há o inconsciente que é onde pensamentos e desejos reprimidos ficam, acometendo o comportamento humano. A consciência seria a parte da mente que nota a realidade externa. A teoria psicanalítica de Freud estuda sobre o funcionamento da mente e o impacto de tais elementos na personalidade e comportamento.
A função e importância do superego
O superego se trata de um elemento fundamental para o aparelho psíquico, atuando na imposição de normas, sanções e mesmo de padrões. E a sua formação e dá por meio da introjeção de conteúdos (superegóicos) provenientes dos pais. A introjeção é um processo onde um indivíduo adere aos seus pensamentos os valores de outros.
E o superego se constitui por meio da resolução dos conflitos edípicos (do complexo de Édipo) presentes na fase fálica, geralmente por volta dos cinco anos de idade.
Dentre os principais elementos envolvidos no superego há:
- Aspectos da moral socialmente partilhada: o sujeito nota que se encontra diante de interdições, proibições, leis, tabus etc. impostos pela sociedade, onde não poderá dar vazão para todos os seus desejos e impulsos;
- Da idealização dos outros: o sujeito costuma reverenciar certas figuras (como o pai, a mãe, um professor, um ídolo, entre outros.);
- Do ideal de eu: o sujeito cobra a si mesmo para cumprir determinadas características e tarefas, desse modo uma parte de seu “eu” cobrará a outra que não se encontra seguindo este padrão de exigência.
Boa parte das crianças a partir dos cinco anos de idade já falam, ainda que possuem um vocabulário limitado. E o que a criança internaliza nessa fase ajuda a construir o superego, que é composto pelas respostas que recebe de seus pais e professores para os questionamentos apresentados por elas, tais como: a respeito da vida, do tempo, da morte e também do envelhecimento.
O complexo de Édipo
Para entender o que é o superego, cabe antes compreender o complexo de Édipo. Esse complexo é conhecido como o filho que “mata” o pai com o objetivo de ficar com a mãe, mas tem ciência depois de que ele mesmo se tornará pai, podendo der ser morto também.
Para evitar isso, foram desenvolvidas algumas normas sociais:
- A moral (sobre o que seria certo e o que seria errado);
- A educação (para ensinar sobre a cultura de não assassinar o novo “pai”);
- As leis;
- E também o divino;
- Dentre outros.
Tido por alguns como herdeiro do complexo de Édipo, o superego passa a se constituir quando a criança renuncia ao pai e a mãe como seu objeto de amor e ódio.
Nesse momento, então a criança se desprende da figura dos pais e inicia a valorização da interação com outros indivíduos. Além do mais, nessa etapa ainda voltam as suas atenções para relacionamentos com seus companheiros, nas atividades esportivas, escolares e outras.
Por tanto, a constituição do superego pretende contar com aparatos obtidos com a passagem pelo complexo de Édipo, mas ainda com subsídios incluídos das imagens, falas e atitudes dos pais e de indivíduos que possuem importância para o mundo infantil.
SOUSA, Priscila. (3 de Outubro de 2023). Superego - O que é, conceito, importância e função. Conceito.de. https://conceito.de/superego