Histologia é um ramo da biologia que estuda os tecidos biológicos, focando em entender sua estrutura, função e organização.
Os tecidos biológicos são compostos por células e essas se organizam em conjunto a fim de desempenhar funções específicas no organismo. A histologia, assim, está relacionada ao estudo da anatomia microscópica dos tecidos e dos órgãos dos seres vivos.
Essa é uma disciplina de suma importância para a compreensão da estrutura e do funcionamento do corpo humano, além de outros organismos. Por meio dela, se pode entender como as células se organizam e se relacionam, sobre a formação dos tecidos e como eles funcionam em conjunto para manter a homeostase do organismo.
A histologia se trata de uma disciplina fundamental para a pesquisa e o estudo nas diversas áreas da biologia e da medicina. Há o seu uso para identificar patologias, avaliar efeitos de tratamentos e medicamentos, os processos biológicos, etc.
História da histologia
Conta-se que a histologia surgiu como um ramo da anatomia e a primeira vez que o termo foi citado foi 1819, num livro do fisiologista alemão Karl Meyer. E com o advento do microscópio ela se desenvolveu.
Os primeiros microscópios eram simples e apresentavam baixa resolução, contudo eles possibilitavam a observação de estruturas microscópicas, como era o caso das células e tecidos.
Ao longo do tempo, a histologia desenvolvia-se como uma disciplina autônoma, usando métodos e técnicas específicas para a preparação e observação das amostras biológicas.
E diversos pesquisadores ajudaram no desenvolvimento da histologia, incluindo Antonie van Leeuwenhoek e Robert Hooke.
Tipos de tecidos
Existem quatro tipos principais de tecidos humanos, que são: tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido muscular e tecido nervoso.
O tecido epitelial está na superfície externa do corpo, revestindo os órgãos internos, cavidades e ductos. Ele é composto por células justapostas e sua função é proteger, absorver, além de realizar a secreção e o transporte.
Já o tecido conjuntivo, que é composto por células e matriz extracelular, tem a função de suporte e proteção. Ele está nas diversas partes do corpo, como nos ossos, nas cartilagens, nos tendões, nos ligamentos e na pele.
O tecido muscular, por sua vez, é composto por células alongadas e desempenha funções de movimento e sustentação. Ele é encontrado em diversos órgãos do corpo, tais como: coração, músculos esqueléticos e órgãos viscerais.
O tecido nervoso, por fim, se constitui de neurônios e células gliais, desempenhando funções de coordenação e controle do corpo. Ele encontra-se no sistema nervoso central e periférico.
Técnicas de preparação de amostras
Para a observação microscópica de tecidos, antes as amostram devem ser processadas e preparadas adequadamente. E há diversas técnicas para essa preparação, tis como: fixação, desidratação, inclusão em parafina, entre outras.
A fixação é um processo que preserva a estrutura e a integridade das células e tecidos, evitando a degradação e a decomposição. Ela tende a ser realizada com o uso de soluções químicas, como formol, ou através do congelamento.
Após a fixação, cabe desidratar a amostra a fim de remover a água e prepará-la para a inclusão em parafina. Essa desidratação se dá através do uso de soluções alcoólicas, como o etanol.
E a inclusão em parafina tem o propósito de incorporar a amostra em um bloco de parafina a fim de que ela seja cortada em fatias finas para ser observada no microscópio. A amostra é submersa em parafina líquida e, depois, a parafina é solidificada.
Vem a seguir o corte em micrótomo, que é o processo final de preparação da amostra. O micrótomo se trata de equipamento que possibilita o corte da amostra em fatias finas e uniformes. Pega-se então essas fatias, que serão montadas nas lâminas de vidro e coradas para a observação microscópica.
Observação microscópica
O processo de observação microscópica se trata do principal na histologia para analisar os tecidos biológicos. E para esse processo há como usar diferente tipos de microscópios, tais como:
- O microscópio óptico usa lentes que ampliam a imagem da amostra, permitindo observar as células e tecidos com detalhes microscópicos. Seu uso se dá para tecidos tanto corados quanto os não corados;
- Já o microscópio eletrônico de transmissão usa um feixe de elétrons a fim de ampliar a imagem da amostra. Com o auxílio dele se pode observar as estruturas internas das células e os tecidos em alta resolução;
- O microscópio eletrônico de varredura, por fim, é um equipamento usado com o intuito de observar as superfícies de células e tecidos em alta resolução. Se funcionamento se dá por meio de feixe de elétrons com o objetivo de mapear a superfície da amostra.
Histologia vegetal
Assim como a histologia humana, a histologia vegetal se dedica ao estudo da estrutura dos tecidos biológicos. No entanto, essa última se concentra nos tecidos vegetais.
Os tecidos vegetais são compostos por células que não são diferenciadas e desempenham funções específicas, como é o caso da fotossíntese, o transporte de nutrientes e a proteção contra patógenos. Esses tecidos constituem as estruturas das plantas, como as folhas, os caules e as raízes.
SOUSA, Priscila. (11 de Abril de 2023). Histologia - O que é, história, tipos e técnicas. Conceito.de. https://conceito.de/histologia