Laguna, do latim lacūna, refere-se ao depósito natural de águas paradas (geralmente, água doce) cuja dimensão é menor à de um lago.
As lagunas e os lagos podem-se formar por diversos motivos. A ação das forças tectónicas, por exemplo, pode criar depressões através de dobras da crosta terrestre, dando origem a levantamentos conhecidos pelo nome de domos, separados por depressões (bacias) nas quais se cria uma fossa tectónica que se enche de água.
Os vulcões também podem dar origem a lagos, tendo em conta que as suas erupções têm a capacidade de produzir depressões. O material expelido pelos vulcões forma crateras que podem chegar a alcançar um diâmetro de 1,6 quilómetros.
Existe outra forma de criação de lagunas e lagos: as glaciações. O facto de os glaciares avançarem e recuarem pode resultar na abertura de cavidades, as quais acabam por “apanhar” a água do degelo.
Por fim, podemos mencionar que o desmoronamento da foz de um rio pode bloquear a saída de uma bacia, impedindo assim o acesso da afluente e formando um lago.
O maior lago do mundo é o mar Cáspio, o qual é classificado como sendo um mar interior. Apresenta uma superfície de 371.000 km² e uma profundidade média de 170 metros. Já, o lago mais profundo do mundo é o Baical, o qual tem 1.637 metros de profundidade.
Em Portugal, destacaremos, a título de exemplo, a Barrinha de Esmoriz, que é uma pequena laguna formada pelas águas das marés vivas, na praia que banha a cidade de Esmoriz (concelho de Ovar).
Diferenças entre laguna e lago
Embora tanto lagunas quanto lagos sejam corpos d’água, as suas características geográficas e ecológicas os distinguem de maneira significativa.
Lagunas são depressões naturais encontradas próximas ao litoral, costumando estar separadas do mar por barreiras como ilhas ou restingas. Mas elas se comunicam com o oceano através de canais, algo que torna suas águas salobras — quando se tem uma mistura de água doce e salgada. E tal conexão com o mar ainda torna as lagunas suscetíveis às marés, impactando na salinidade e na temperatura da água.
Por sua vez, os lagos são corpos d’água interiores, constituídos por processos geológicos como tectonismo, vulcanismo ou mesmo glaciações. Eles não possuem ligação direta com o mar e, então, ocorre que suas águas são predominantemente doces. Os lagos tendem a variar muito em tamanho e profundidade, sendo que sua formação está mais ligada a regiões continentais do que costeiras.
Ecossistemas de lagunas
As lagunas são como refúgios ecológicos. Por serem ambientes de transição entre o mar e o continente, então abrigam uma biodiversidade única e realizam funções ambientais de grande importância.
Esses ecossistemas atuam como berçários naturais, concedendo abrigo e alimento para espécies marinhas durante seus estágios iniciais de vida, a exemplo de peixes, crustáceos e moluscos. A vegetação aquática e os manguezais existentes em certas lagunas ainda servem de habitat para aves migratórias e para pequenos mamíferos.
Além do mais, as lagunas agem como filtros naturais, auxiliando na purificação da água ao reter sedimentos e poluentes. Elas ainda regulam o nível da água em áreas costeiras, o que ajuda a proteger contra enchentes e erosão.
Cabe ainda citar a importância socioeconômica das lagunas. Diversas comunidades costeiras necessitam desses ambientes para a pesca artesanal, para o turismo ecológico e até mesmo para as práticas culturais tradicionais.
Ação humana e impactos nesses locais
As lagunas, devido a sua localização costeira e riqueza ecológica, encontram-se entre os ecossistemas mais vulneráveis à ação humana.
Dentre os principais problemas está a eutrofização, processo onde o excesso de nutrientes — como fósforo e nitrogênio vindos de esgoto doméstico e agrícola — gera a proliferação de algas. Isso diminui a oxigenação da água, compromete a fauna aquática e ainda pode gerar florações tóxicas.
Além do mais, a ocupação urbana descontrolada nas margens das lagunas muda o fluxo natural da água, além de destruir habitats e aumentar a sedimentação. A construção de estradas, condomínios e marinas tende a bloquear canais de comunicação com o mar, alterando a dinâmica hídrica e afetando a salinidade e a biodiversidade local.
Outro impacto importante é a poluição química, ocasionada por metais pesados, produtos industriais e, ainda, agrotóxicos.
A degradação das lagunas ainda possui consequências socioeconômicas. Comunidades que precisam da pesca artesanal ou do turismo encaram perdas expressivas quando a qualidade da água é reduzida ou quando as espécies somem.
Equipe editorial de Conceito.de. (9 de Dezembro de 2011). Atualizado em 17 de Setembro de 2025. Laguna - O que é, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/laguna