Do grego mythos (“conto”), um mito remete para um relato de feitos maravilhosos cujos protagonistas são personagens sobrenaturais (deuses, monstros) ou extraordinários (heróis).
Diz-se que os mitos fazem parte do sistema religioso de uma cultura, que os considera como histórias verdadeiras. Têm a função de proporcionar um apoio narrativo às crenças centrais de uma comunidade.
O antropólogo Claude Lévi-Strauss ainda acrescenta que todo o mito deve obedecer a três atributos: tratar de uma questão existencial, ser constituído por contrários irreconciliáveis e proporcionar a reconciliação desses polos para acabar com a angústia.
Originalmente, o mito é um relato oral. Com o passar do tempo, os seus detalhes vão variando à medida que vão sendo transmitidos os conhecimentos de geração em geração. Uma vez que as sociedades desenvolveram a escrita, o mito foi reelaborado em termos literários, daí a diversidade das suas versões e variantes.
Quando, na antiguidade, as explicações científicas começaram a competir com as míticas, o termo mito adquiriu um contexto pejorativo, passando a ser utilizado como sinônimo de uma crença ampliada embora falsa ou de uma patranha.
Nesse sentido, alguns exemplos de mitos são o mito dos cavalos alados que fora apresentado pelo filósofo Platão (esse mito também é conhecido como o “mito da parelha alada”) a fim de explicar sobre as almas humanas e sobre a natureza delas, onde cada alma era constituía por uma carruagem puxada por dois cavalos alados, um dos cavalos possuía uma natureza rebelde e o outro uma natureza que era índole. E essa carruagem era usada para participar de uma corrida com os deuses, uma corrida divina.
O mito precisa de um tempo e de um espaço para poder existir e para poder fazer sentido. Ele busca, através das ações dos personagens, explicar a origem das coisas: do ser humano, dos animais, da alma, das doenças, do amor, da medicina, das plantas, da mentira, do ódio, entre outros.
Atualmente, algumas pessoas também costumam usar o termo mito para se referir a algo não é verídico. Por exemplo: “aquilo que o Francisco disse parecia verdade, mas não passou de mito para enganar seus colegas”.
O termo mito é ainda usado no sentido pejorativo para descrever quando uma explicação não possui fundamentos válidos, por exemplo: “por anos acreditei que a pele oleosa não precisava de hidratação, mas isso não passou de um mito”.
Por outro lado, o conceito de mito também costuma ser usado para fazer referência a personagens ou acontecimentos históricos, enquanto adjectivo. Por exemplo: “Eusébio é uma figura mítica do futebol”.
Os especialistas fizeram a distinção entre várias classes de mitos, como é o caso dos cosmogônicos (que procuram explicar a criação e o ordenamento do mundo), dos teogônicos (relatam a origem e o nascimento dos deuses), dos antropogônicos (narram a criação do homem) e dos fundadores (nascimento das cidades), entre outros.
Hoje em dia, o termo mito é usado ainda como uma gíria para descrever uma pessoa que fez algo fantástico, algo raro. Um exemplo disso seria: “Fiquei impressionado com a resposta que ele deu na entrevista, o cara é um mito”.
Equipe editorial de Conceito.de. (13 de Junho de 2011). Atualizado em 17 de Setembro de 2020. Mito - O que é, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/mito