Engenharia genética é o uso da engenharia para manipular o material genético de organismos vivos. E com essa manipulação se criam novos produtos, melhoram suas características ou, ainda, se compreende melhor os processos biológicos.
O material genético se trata dos ácidos nucleicos (DNA) e (RNA), responsáveis por codificar os genes agindo no armazenamento, transmissão e também no processamento de informações genéticas das células.
Mas antes de compreender mais sobre esse conceito, é necessário também entender o conceito de engenharia e de genética.
O termo engenharia designa a aplicação criativa do conhecimento científico e matemático em prol de projetar, construir e conservar estruturas, sistemas, máquinas e processos que trazem melhorias para a vida humana.
Engenheiros encaram desafios complexos, em busca de soluções inovadoras e eficientes para os problemas em distintas áreas, a exemplo da civil, elétrica, mecânica e também da computação.
Genética, por sua vez, se trata do estudo dos genes e da hereditariedade. Ela estuda como características biológicas são passadas entre as gerações. A genética analisa os mecanismos de herança genética, mutações e como isso impacta no desenvolvimento, no comportamento e na saúde. Ela ajuda a para compreender a diversidade das formas de vida e como elas evoluem.
A engenharia genética, que se trata de um dos pilares da chamada biotecnologia, envolve técnicas como a da clonagem, inserir genes de uma espécie em outra, além da edição genética. E isso promove avanços em áreas como a da agricultura, medicina e biotecnologia.
Sua importância
A engenharia genética trouxe revolução para a forma como se manipula e entende os organismos vivos.
No cerne dessa revolução se encontra a técnica de edição de genes, como é o caso da CRISPR-Cas9, que possibilita a modificação de sequências específicas de DNA de modo preciso e sem precedentes.
Essa ferramenta possui diversas aplicações, da terapia gênica, em que mutações genéticas são corrigidas a fim de tratar doenças, até a criação dos chamados organismos transgênicos na agricultura, dando para eles resistência a pragas ou até melhorando o valor nutricional dos mesmos.
A clonagem seria mais aplicação da engenharia genética. Nesse caso, há a produção de cópias idênticas de um organismo com base em uma única célula.
O DNA recombinante, ainda, permite a criação de moléculas de DNA que mesclam sequências de diferentes fontes. E assim é possível realizar a produção de proteínas recombinantes para a utilização em medicamentos, pesquisas e também na indústria.
Por meio do sequenciamento de DNA e o estudo do genoma, a biologia molecular teve um importante avanço, oferecendo informações a respeito da base genética de doenças e de características individuais. Essa compreensão ainda ajudou na pesquisa com células-tronco, analisando o seu potencial na regeneração de tecidos e para o tratamento de condições degenerativas.
Controvérsias sobre o seu uso
A engenharia genética não é algo livre de controvérsias, ainda mais quanto aos organismos geneticamente modificados (OGMs) e às preocupações com a sua segurança e o impacto ambiental. Mas estudos detalhados de genética de populações auxiliam na avaliação dos riscos e benefícios de tais tecnologias numa escala mais ampla, levando em conta as interações dos organismos com seus habitats.
Mesmo com os desafios éticos e regulatórios, a engenharia genética segue avançando. E ela garante revolucionar a medicina, agricultura e outros campos, trazendo soluções inovadoras aos problemas complexos e aperfeiçoando a qualidade de vida.
Mais sobre suas aplicações
A engenharia genética possui inúmeras aplicações, como as já citadas, compreendendo diversos campos.
Na agricultura, o seu uso serve no desenvolvimento de culturas que são mais resistentes a pragas, doenças e a condições climáticas adversas. E isso eleva a produtividade e a segurança alimentar.
Já na medicina, por meio dela há como produzir medicamentos através de organismos geneticamente modificados. E dentre os exemplos há a insulina e as vacinas. Também permite o desenvolvimento de terapias genéticas para o tratamento de doenças hereditárias.
Na indústria, ela e usada na produção de biocombustíveis, enzimas e materiais biodegradáveis.
Também é importante na pesquisa científica, tonando fácil o estudo de genes e seus efeitos. Ajuda ainda nos importantes avanços no entendimento e tratamento de variadas condições genéticas.
O seu uso surge ainda na terapia celular, bioética, farmacogenômica, genômica e biologia sintética.
Biorremediação
A biorremediação é uma aplicação da biotecnologia, relacionando-se a engenharia genética. A mesma é uma abordagem inovadora e eficaz na recuperação de áreas ambientais contaminadas.
Diferente das abordagens comuns, com a coleta e remoção dos materiais contaminados para locais de descarte, a biorremediação usa microrganismos ou plantas a fim de degradar os poluentes no próprio local que se encontra afetado.
Essa técnica traz muitas vantagens no que se refere aos métodos convencionais. A biorremediação é econômica e também diminui o risco de contaminação secundária no transporte ou na deposição do material contaminado.
O emprego de microrganismos naturalmente existentes no ambiente ou modificados geneticamente com foco em degradar os poluentes proporciona uma solução sustentável e com baixo impacto ambiental. E esses microrganismos são capazes de degradar poluentes específicos, ainda conseguindo resistir a condições adversas do ambiente contaminado.
SOUSA, Priscila. (19 de Maio de 2024). Engenharia genética - O que é, conceito, importância e aplicações. Conceito.de. https://conceito.de/engenharia-genetica