Variação genética ou variabilidade genética é a diversidade de genes em uma população ou uma espécie.
Cada organismo tem um conjunto único de genes, sendo esses os que determinam as suas características hereditárias, como a cor dos olhos, também altura e suscetibilidade a doenças.
Essa variação ou variabilidade genética sucede por causa de diferentes formas de alelos (variantes de genes) existentes nos cromossomos. E esses alelos seriam herdados de pais, passando por mutações ao longo do tempo ou introduzidos através de processos, a exemplo da reprodução sexual.
A variação genética é algo importante na evolução das espécies, pois possibilita que os organismos consigam se adaptar a mudanças ambientais e desafios. Num ambiente com elevada exposição a doenças, por exemplo, a diversidade genética conferiria resistência a determinados indivíduos, assegurando a sobrevivência e s reprodução da sua linhagem.
Mas ainda é fundamental na criação de diversidade genética nos programas de melhoramento genético de plantas e de animais. Ela ajuda a produção de variedades que tenham mais resistência, que sejam mais produtivas ou adaptadas a distintas condições ambientais.
Quanto maior for a variabilidade, então maior será a chance de sobrevivência de uma espécie. Isso acontece devido a que uma população com elevada variabilidade genética tem maior chance de ter indivíduos que tenham a capacidade de sobreviver se acontecer uma mudança drástica no ambiente.
Mas se a variação genética é baixa, então as chances para essa sobrevivência serão menores.
Engenharia genética, biologia molecular, mapeamento genético e sequenciamento de DNA são processos relacionados a variação genética.
Mutação na variação genética
Mutação é o nome do processo através do qual acontecem mudanças no DNA (ácido desoxirribonucleico) de um organismo. E isso gera mudanças na sequência das bases nitrogenadas.
Essas mudanças costumam aparecer devido a erros na replicação do DNA ou a exposição a agentes mutagênicos (como é o caso da radiação ou de determinados produtos químicos). E em outros casos, elas ocorrem até mesmo de maneira espontânea.
No que diz respeito as variações genéticas, as mutações cumprem um papel fundamental. Ali elas se tratam da fonte primária para novos alelos.
Quando ocorrem nas células germinativas (células reprodutivas), as mutações poderão ser transmitidas à descendência. E isso ajuda na diversidade genética de uma população durante gerações.
E as mutações ainda podem ser classificadas da seguinte maneira:
- Neutras: as mutações neutras não afetam de maneira significativa as características do organismo;
- Benéficas: há ainda aquelas que podem ter efeitos positivos, concedendo vantagens adaptativas, as quais são muito importantes;
- Prejudiciais: já outras trazem efeitos negativos, desencadeando doenças ou diminuindo a aptidão do organismo.
Desse modo, as mutações se tratam de uma força impulsionadora da evolução, conferindo o que é necessário para a seleção natural atuar e delinear as características das espécies.
Reprodução assexuada
Na reprodução sexuada, há a promoção da variabilidade genética por meio da combinação aleatória do material genético que pertence a dois progenitores distintos. E isso gera descendentes que contam com uma mistura única de genes.
Durante a meiose, que se trata do processo de divisão celular que sucede na formação de células reprodutivas (gametas), se dá a recombinação genética. Isso compreende a mudança aleatória de segmentos de DNA entre chamados de cromossomos homólogos, denominada de crossing-over, a qual cria nos gametas novas combinações de alelos.
E ainda, na fecundação, quando os gametas masculino e feminino são unidos, acontece novamente o processo de aleatoriedade na seleção dos alelos que estão em cada cromossomo. Isso é algo que eleva mais ainda a diversidade genética na progênie.
Tal diversidade é crucial na adaptação das espécies a ambientes que frequentemente mudam. É importante porque ela aumenta a possibilidade de que certos indivíduos tenham características que lhes deem vantagens nos novos cenários ambientais ou diante de desafios biológicos, como doenças e predação.
Variação genética e seleção natural
Há ainda a interligação entre a variação genética e a seleção natural na teoria da evolução.
A variabilidade genética, fruto de processos como mutação e recombinação genética, concede matéria-prima para que a seleção natural aja.
Quanto a seleção natural, proposta por Charles Darwin, ela se trata do processo onde características favoráveis serão mais propensas a serem passadas às gerações futuras, ao passo que as características desfavoráveis seriam menos propensas.
Ainda é importante citar que a variação genética possibilita que haja diferenças entre os indivíduos pertencentes a uma população.
Se um ambiente muda, algumas variações genéticas tendem a se tornar vantajosas, elevando a aptidão daqueles organismos que as possuem.
Um exemplo seria no caso de um ambiente com predadores, onde indivíduos que tenham características que os façam ser detectados com maior dificuldade possuam maior probabilidade de sobreviver e de se reproduzir, passando essas características às suas descendências.
Ao longo do tempo, tais características se convertem em características comuns dentro da população, em virtude à seleção natural. E desse modo, a variabilidade genética e a seleção natural se traduzem em processos complementares, os quais ajudam a impulsionar a evolução das espécies, possibilitando que elas se adaptem a distintos ambientes e desafios.
SOUSA, Priscila. (23 de Abril de 2024). Variação genética - O que é, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/variacao-genetica