O naturalismo é um sistema filosófico que destaca a natureza como sendo o primeiro princípio da realidade. A corrente naturalista sustenta que a natureza é formada pela totalidade das realidades físicas existentes e, por conseguinte, é o princípio único e absoluto do real.
Para o naturalismo filosófico, todo o real é natural e vice-versa. Não existe outra realidade que não a natureza. O naturalismo também nega a dualidade natureza-espírito, já que considera este como uma forma especial da primeira e redutível a ela.
O materialismo (em oposição ao idealismo) e o mecanicismo (a natureza como um conjunto de processos regidos por leis e magnitudes mecânicas) são outros conceitos que contribuíram para o desenvolvimento do naturalismo.
Para além da filosofia, o naturalismo é um movimento artístico e estético que se encarrega de reproduzir as produções da natureza. Teve particular importância na literatura do século XIX, a partir do seguimento dos métodos da ciência experimental.
Entre as principais características do naturalismo artístico, destacam-se a ponderação da fisiologia na conduta das personagens, a denúncia social, o anticlericalismo, o determinismo positivista (as personagens são determinadas pela genética e pelo meio), o pessimismo e o realismo.
É comum que o naturalismo e o realismo sejam estudados juntos, uma vez que as características de ambos tem uma certa semelhança.
Ambos os movimentos foram desenvolvidos na Europa num mesmo período, sendo que no Brasil houveram escritores que tiveram uma tremenda habilidade para fazer o desenvolvimento do romance, mesmo diante das condições sociais daquele período: Proclamação da República, abolição da escravatura, etc.
Uma das principais características dos romances naturalistas é que eles abordam de modo bastante aberto temas como o sexo.
Outra característica seria o diálogo mais real e verdadeiro, fruto do uso de uma linguagem falada que estava à frente daquela época, ao passo de haver espanto em muitos por passar a impressão de estarem lendo uma obra contemporânea.
Para os naturalistas, o ser humano não passava de fruto da hereditariedade e que o seu modo de agir era influenciado pela educação que tinha ou o meio no qual ele vivia.
O naturalismo também costuma apresentar o erotismo como uma doença social onde aparecem a prostituição e a pornografia. O sexo, por conseguinte, não está associado ao prazer, mas sim ao vício e à decadência.
O jornalista e escritor francês Émile Zola (1840-1902) é considerado o máximo expoente e teórico do naturalismo. Ele teria sido influenciado por romances de Honoré de Balzac e também pelas teorias científicas que existiam naquela época.
O naturalismo foi também elemento essencial para o teatro, sendo que ele ajudou a introduzir mudanças nessa forma de arte. Alguns exemplos são: a presença agora de figuras como a do cenógrafo, diretor e do figurinista. Antes disso, existia apenas um único cenário, era o próprio ator quem fazia a escolha das roupas para a cena e não havia quem coordenasse todas as funções (um diretor).
Também, com o naturalismo entra em cena a iluminação e seus profissionais e também a sonoplastia.
Equipe editorial de Conceito.de. (7 de Janeiro de 2013). Atualizado em 30 de Março de 2020. Naturalismo - O que é, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/naturalismo