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Paternalismo

Conhece-se como paternalismo o desenvolvimento de comportamentos que são típicas de um pai tradicional, mas aplicadas a outro tipo de vínculo. Isto significa que o paternalismo implica a ação de alguém como pai numa relação de amizade, de trabalho, política, etc. Por norma, o termo é usado de forma pejorativa.

Exemplos: “É um dirigente que se baseia no paternalismo, interagindo com as pessoas como se fossem crianças que precisam de alguém que lhes diga o que devem dizer e como atuar”, “Este país andará para a frente quando o povo se esquecer do paternalismo e começar a tomar as suas próprias decisões!, “Os pobres não precisam do paternalismo do presidente, mas exigem que sejam respeitados os seus direitos”.

Pode-se considerar o paternalismo como uma maneira de exercer a autoridade. O paternalismo implica certos princípios e normas que abarcam os valores do patriarcado. A exercer o paternalismo, uma pessoa toma decisões que não podem ser discutidas nem questionadas, mas também outorga certos consentimentos e transmite afeto.

Em suma, o paternalismo acaba por limitar os direitos que uma pessoa possui, ou seja, ele consiste em ações realizadas por um indivíduo (como um líder) que acabam resultando na retirada de autonomia das pessoas que esse indivíduo lidera.

O termo paternalista designa uma pessoa que possui comportamentos paternalistas.

O filósofo britânico John Stuart Mill classifica o paternalismo em dois tipos: o paternalismo moderado e exacerbado. Ele exemplifica isso numa situação em que uma pessoa que não fala o nosso idioma atravesse uma ponte que esteja danificada.

Para o paternalismo moderado o que se deveria fazer é impedir essa pessoa de atravessar a ponte e tentar questioná-la quanto a ela saber que a ponte estava danificada, se ela souber e quiser atravessar mesmo assim, então não pode ser impedida, já que estaríamos impedindo o seu livre-arbítrio.

Já para o paternalismo exacerbado, nesse mesma situação, a pessoa deveria ser impedida, mesmo que esteja tentando atravessar a ponte e saiba que ela está danificada ou, ainda, que esteja tentando cometer suicídio.

A nível político, o paternalismo é associado ao autoritarismo. Sob o argumento de “proteger” a população, o governo paternalista recorta as liberdades, tal como faria um pai que nega a permissão ao seu filho por considerar que aquilo que poderá realizar é perigoso.

Esse é o que é conhecido como “paternalismo político”, o qual trata-se de, por exemplo, alguém votando num político em troca de favores desse. Desse modo, o político usa o poder que possui para conseguir se manter no poder por mais tempo, conquistando o voto e a fidelidade dos eleitores de modo desonesto.

Aquilo que o paternalismo político supõe, definitivamente, é a crença por parte do governante de que o povo é incapaz em diversas questões; por isso, o Estado toma decisões em seu nome, sustentando que é o melhor para as pessoas.

Esse tipo de paternalismo costuma acontecer mais em países onde as condições de vida do povo são precárias. Assim, o político então se aproveita dessa situação para conseguir de eleger.

Citação

Equipe editorial de Conceito.de. (2 de Fevereiro de 2015). Atualizado em 15 de Abril de 2020. Paternalismo - O que é, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/paternalismo