O existencialismo é uma corrente filosófica que busca o conhecimento da realidade através da experiência imediata da própria existência. Não existe, no entanto, nenhuma teoria precisa ou exata que defina o que quer dizer existencialismo.
O que é dado por certo é que este movimento da filosofia destaca o ser humano individual como criador do significado da sua vida. A temporalidade do sujeito, a sua existência concreta no mundo, é aquilo que constitui o ser e não uma suposta essência mais abstrata.
Martin Buber, Karl Jaspers, Jean Wahl, José Ortega, Gasset Martin Heidegger, Nikolai Berdyaev e Lev Shestov, Gabriel Marcel e Miguel de Unamuno são alguns filósofos que foram identificados como sendo existencialistas, contudo alguns acabaram por repudiam esse rótulo, tais como Camus e Heidegger.
Os existencialistas não concordam que o indivíduo seja uma parte de um todo. São antes da opinião de que cada ser humano é uma integridade livre por si mesma. A existência própria de uma pessoa (a sua vivência) é o que define a sua essência e não uma condição humana geral.
Por outras palavras, o ser humano existe a partir do momento em que é capaz de formular qualquer tipo de pensamento. O pensamento faz com que a pessoa seja livre: sem liberdade, não há lugar à existência.
Esta mesma liberdade faz com que o indivíduo seja responsável pelos seus atos. Há, por conseguinte, uma ética da responsabilidade individual. A pessoa deve assumir os atos que realiza no exercício da sua liberdade.
Os Franceses Jean-Paul Sartre (1905-1980) e Albert Camus (1913-1960) são dois dos grandes representantes do existencialismo. Esta corrente pode dividir-se em diversas escolas, nomeadamente o existencialismo teísta (reflete sobre a existência de Deus e o Espírito), o existencialismo ateu (nega o divino) e o existencialismo agnóstico (considera que a existência de Deus é irrelevante para a existência humana).
Assim como os termos “empirismo” e “racionalismo“, o existencialismo pertence a história intelectual, desse modo, pode-se dizer que a definição do mesmo tem compatibilidade histórica.
Em meados de 1970, o existencialismo passou a ter sua imagem relacionada a algo clichê e, logo, sendo alvo de muitas paródias, especialmente em filmes e livros do escritor, cineasta e roteirista Woody Allen.
Por vezes, é descrito que o existencialismo trata-se apenas de um movimento do passado, ao invés de uma posição da filosofia que se possa identificar ou, mesmo, que esse é um termo cabível apenas a filosofia de Jean-Paul Sartre.
A existência humana passou a se tornar problema filosófico após Martin Heidegger que, por sua vez, teve influência para isso através dos filósofos Søren Kierkegaard e Friedrich Nietzsche. E ainda que esses dois tenham suas próprias explicações quanto ao tema, tais reflexões sobre isso tiveram início no ser humano no tocante a sua concretude.
Outro ponto importante sobre o existencialismo é que ele estuda o ser humano no seu todo, ou seja, ele não fragmenta os fatos internos, como sentimentos, cognição, etc., e nem os externos, como ações, o corpo, etc. O que se conclui é que mesmo que os seres humanos tenham certas semelhanças com outros seres vivos ou mesmo objetos, são possuidores de consciência peculiar sobre suas ações e sobre o mundo que os rodeia.
Equipe editorial de Conceito.de. (26 de Abril de 2012). Atualizado em 25 de Março de 2021. Existencialismo - O que é, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/existencialismo