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Racionalismo

O racionalismo é um movimento que tem a razão como pilar e apoio. Esta filosofia, surgida no século XVII e com manifestações em diversos ramos da arte, sustenta que o raciocínio é a principal ferramenta para gerar saber, deixando a percepção e a experiência em segundo plano.

O filósofo francês René Descartes costuma ser designado como o pai do racionalismo. Para Descartes, a razão era a via para aceder a verdades universais das quais se desprendiam todos os demais conhecimentos da ciência. O empirismo, em contrapartida, defendia que o conhecimento derivava sempre da experiência e daquilo que se registava através dos sentidos.

Posto isto, o racionalismo postulava a razão como geradora de saber. Aquilo que a razão permite é chegar a saberes inatos que, de alguma forma, se encontram ocultos na mente. Para os racionalistas, os sentidos podem chegar a enganar uma pessoa, não a razão.

Aos poucos, começou-se a associar o racionalismo a todas as posturas que antepunham a razão sobre o experimental ou sobre a fé. Por isso, muitas vezes se associava o ateísmo ao racionalismo.

Descartes definia que haviam três categorias de ideias: as adventícias, as factícias e também as inatas. As adventícias dizem respeito as ideias que surgem por meio de dados obtidos pelos sentidos humanos. Enquanto isso, as factícias são tratam-se das ideias que se originam na imaginação. Por fim, as ideias inatas, são aquelas que não dependem da experiência e encontram-se dentro dos seres humanos desde que nasceram.

Os renascentistas classificavam-se como racionalistas (aqui no sentido amplo da palavra) dado que valorizarem o conhecimento racional, crendo ser essencial libertar-se das antigas amarras do conhecimento, partindo em busca de uma nova forma de enxergar o mundo, as ciências, artes e filosofia, agora de modo mais racional e aprofundado.

Pode-se dividir o racionalismo em diferentes vertentes, tais como a metafísica, a epistemológica e também a ética.

A vertente metafísica encontra um caráter racional na realidade e descreve que o mundo se ordena de maneira lógica e está sujeito a leis. Já a vertente epistemológica, também conhecida como gnosiológica, é a que possui a razão como a fonte do conhecimento real, independendo da experiência. Por fim, a vertente ética é aquela que dá tamanha relevância para a racionalidade, por essa ordem, para a ação moral.

Há ainda o que se chama de racionalismo cristão que trata-se de uma filosofia espiritualista e que foi sistematizada por Luiz José de Mattos Chaves Lavrador, sendo que ela surgiu devido a uma separação do movimento espírita no Brasil. Aqueles que seguem essa doutrina creem e asseguram que o racionalismo cristão trata-se de uma ciência e não de uma religião, relatando ainda que ele objetiva abordar a evolução do espírito humano, onde chega-se a conclusões sobre fenômenos e sobre matérias como razão e raciocínio.

Por outro lado, conhece-se pela designação de racionalismo arquitetônico um ramo da arquitetura desenvolvido ao acabar a Primeira Guerra Mundial, que se opunha à ornamentação excessiva que propunha a Art Nouveau.

O racionalismo arquitetônico, neste sentido, privilegiava as formas simples e apostava em construções dinâmicas, realizadas com materiais como betume ou aço.

Citação

Equipe editorial de Conceito.de. (5 de Setembro de 2015). Atualizado em 22 de Fevereiro de 2022. Racionalismo - O que é, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/racionalismo