Racional, do latim rationālis, é aquilo que pertence ou que é relativo à razão (ao raciocínio). Este conceito admite diversas acepções, como as referências à faculdade/capacidade de refletir; o motivo ou a causa; o argumento que se usa para apoiar algo; ou o quociente de dois números.
Racional, por conseguinte, é aquilo que surge do raciocínio, que é conforme à razão ou que é dotado/provido desta.
Exemplos: “Não me expliques o que se passou com argumentos insólitos: quero ouvir uma explicação racional”, “O deputado demostrou ser um homem racional que sabe como actuar nestas circunstâncias”, “Se fosses um pouco mais racional, não terias comprado um carro destes por mero impulso”.
O racional opõe-se ao irracional. No caso de um homem que tenha problemas cardíacos, uma conduta racional implica que cuide da sua saúde e que não corra riscos desnecessários. Se essa pessoa decidir saltar de paraquedas, pode-se dizer que não está a agir de maneira racional.
Às vezes, aquilo que é racional e aquilo que não o é pode ser difícil de distinguir. A decisão de uma mulher que ocupa um posto de gerente numa grande empresa e que opta por se demitir para abrir o seu próprio empreendimento/negócio pode ser considerada como racional por alguns (pois terá maior autonomia e não terá de depender dos outros para se sustentar) e como irracional por outros (que acham que é uma aposta arriscada e que não deveria deixar um emprego bem remunerado).
Um número racional, por outro lado, é aquele que se pode representar como o quociente de dois números inteiros com denominador distinto de zero.
Racionalismo e empirismo
A discussão em torno do racionalismo e do empirismo é importante para a filosofia, a qual busca entender sobre a aquisição do conhecimento, formulação dos juízos e desenvolvimento da cognição.
Esses enfoques proporcionam perspectivas diferentes a respeito da origem do conhecimento e sobre a natureza do pensamento humano.
Racionalismo
O racionalismo se trata de uma corrente filosófica que ampara a ideia de que a razão e o pensamento lógico são fontes primárias para o conhecimento.
Filósofos como Baruch Spinoza, Gottfried Leibniz e René Descartes foram defensores de tal abordagem. Dentre os argumentos deles, há que a mente humana é inata e conta com ideias inatas que seriam descobertas através do raciocínio.
Há como exemplo a famosa frase de Descartes “cogito, ergo sum” (que significa “penso, logo existo”. E essa é tida como uma importante declaração do racionalismo. Esse filósofo cria que a dúvida metódica e o pensamento analítico se tratavam de meios seguros para alcançar o conhecimento incontestável.
Empirismo
Já o empirismo é uma abordagem que dá ênfase para a experiência sensorial como a fonte básica de conhecimento. Assim, o conhecimento seria fruto da experiência.
John Locke, George Berkeley e David Hume, que são alguns dos principais filósofos empiristas, relataram que a mente humana se trata de uma “tabula rasa” (uma folha em branco) quando se nascimento e todo conhecimento é obtido através da observação e dessa citada experiência sensorial.
Os empiristas creem que o pensamento lógico e as inferências são construções fundamentadas nas experiências sensoriais.
O homem como animal racional
A ideia de que o homem se trata de um animal racional provém da filosofia grega antiga, em especial a Aristóteles.
De acordo com tal afirmação, os seres humanos se diferenciavam dos animais devido a sua capacidade de discernir, raciocinar e refletir. Essa ideia foi bastante adotada ao longo da história.
Mas ao comparar o homem com os animais, há ainda como destacar outras características mais específicas que definem a natureza racional e intelectual desse primeiro.
Enquanto os animais podem ter cognição e até alguma forma de raciocínio, a inteligência dos humanos é singularmente desenvolvida na capacidade deles de:
- Formular argumentos lógicos, detectar relações de causa e efeito e pensar coerentemente. Essas são habilidades que vão além das capacidades cognitivas dos animais, seres irracionais;
- Avaliar situações, decidir de acordo com considerações éticas e refletir sobre as próprias ações;
- Por fim, a inteligência dos seres humanos ainda possibilita a resolução de problemas complexos, o aprendizado com a experiência e, ainda, realizar juízos morais e éticos.
Equipe editorial de Conceito.de. (17 de Dezembro de 2013). Atualizado em 15 de Setembro de 2023. Racional - O que é, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/racional