Farmacologia é um campo de estudo da ciência médica que estuda os efeitos dos medicamentos no organismo humano e animal.
Esse termo deriva das palavras gregas “pharmacon”, que significa “droga” ou “medicamento”, e “logos”, com o significado de ciência ou estudo. Desse modo, a farmacologia é a ciência que estuda a ação, a eficácia e também a segurança dos medicamentos.
História da farmacologia
A farmacologia tem suas raízes na antiguidade, quando as plantas medicinais eram utilizadas para tratar diversas doenças. Na Grécia Antiga, o filósofo e médico Hipócrates utilizava plantas como a papoula e a beladona como analgésicos. Na China, a medicina tradicional utilizava plantas como a artemísia e a ephedra para tratar diversas doenças.
Com o passar do tempo, o conhecimento sobre as plantas medicinais foi se aprimorando, então surgiram as primeiras tentativas de isolar os compostos ativos dessas plantas. No século XIX, o químico alemão Friedrich Sertürner isolou pela primeira vez a morfina, um alcaloide presente na papoula, que se tornou um dos analgésicos mais utilizados na medicina.
A farmacologia moderna teve um grande avanço na década de 1928, com a descoberta da penicilina, o primeiro antibiótico, pelo médico britânico Alexander Fleming. A partir desse momento, o desenvolvimento de novos medicamentos teve um aceleramento, levando a um grande avanço na medicina e na saúde pública.
Áreas de estudo da farmacologia
A farmacologia se trata de uma ciência complexa e que abrange diversas áreas de estudo. Algumas das áreas mais importantes são as seguintes:
- Farmacocinética: ela estuda a absorção, a distribuição, o metabolismo e a excreção dos medicamentos no organismo;
- Farmacodinâmica: sem foco é no estudo dos efeitos dos medicamentos no organismo e os mecanismos pelos quais eles atuam;
- Toxicologia: estuda sobre os efeitos tóxicos dos medicamentos no organismo e também as formas de prevenção e tratamento de tais efeitos;
- Farmacogenética: essa é uma área que foca no estudo sobre as variações genéticas de cada pessoa ou animal e como elas afetam a resposta referente aos medicamentos;
- Farmacoepidemiologia: estuda o uso e os efeitos dos medicamentos em populações inteiras;
- Farmacovigilância: foca em analisar a detecção e a prevenção de efeitos adversos dos medicamentos;
- Farmacoeconomia: já essa área estuda os custos relacionados e a efetividade dos medicamentos.
Desenvolvimento de novos medicamentos
O desenvolvimento de novos medicamentos se trata de um processo complexo e demorado, envolvendo diversas etapas.
A primeira etapa desse processo é a descoberta de uma molécula tenha uma atividade terapêutica. Essa molécula costuma ser encontrada em plantas medicinais, em substâncias sintéticas ou mesmo em produtos naturais.
A segunda etapa é a fase pré-clínica, em que a molécula é testada em animais para avaliar sua toxicidade, sua eficácia e sua segurança. Essa etapa é fundamental para avaliar se a molécula possui potencial para se transformar num medicamento e para definir as doses e as formas de administração adequadas.
Na terceira etapa, que é a fase clínica, o medicamento é testado em humanos para avaliar sua eficácia e segurança. Essa etapa é dividida assim:
- A fase 1, onde o medicamento é testado em um pequeno grupo de voluntários a fim de avaliar sua segurança e suas doses;
- A fase 2, em que ele é testado em um grupo maior de pacientes para essa avaliação da eficácia;
- E a fase 3, em que o medicamento é testado em um grande grupo de pacientes com o objetivo de confirmar sua eficácia e sua segurança.
Após a conclusão das fases clínicas, o medicamento é então submetido à aprovação das agências reguladoras de saúde, como a Food and Drug Administration (FDA) nos Estados Unidos e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) no Brasil. Essas agências avaliam os dados dos estudos clínicos e são as responsáveis por decidir se o medicamento pode ser comercializado e quais as indicações terapêuticas.
Tipos de medicamentos
Existem diversos tipos de medicamentos, os quis são classificados segundo a sua origem, forma de administração e ação no organismo. Alguns dos principais tipos são esses:
- Medicamentos sintéticos: produzidos a partir de compostos químicos sintéticos. Alguns exemplos incluem a aspirina e o paracetamol;
- Medicamentos biológicos: esses medicamentos são produzidos a partir de células vivas, como é o caso das bactérias ou células de mamíferos também. Exemplos são os anticorpos monoclonais e os hormônios recombinantes;
- Medicamentos genéricos: eles são equivalentes aos medicamentos de referência, contando com a mesma substância ativa, a mesma dosagem e também a mesma forma farmacêutica. Contudo esses são mais baratos que os de referência e podem ser comercializados após a expiração da patente;
- Medicamentos de marca: são aqueles comercializados sob um nome comercial específico, contando com uma patente. Eles tendem a ser mais caros que os genéricos, contudo podem ter vantagens terapêuticas específicas;
- Medicamentos de prescrição: medicamentos que só podem ser adquiridos mediante a prescrição médica. Eles são utilizados para tratar doenças graves ou que necessitam de acompanhamento médico específico;
- Medicamentos isentos de prescrição: como o nome já o diz, esses medicamentos que podem ser adquiridos sem uma prescrição médica. Os mesmos são utilizados para tratamento de sintomas leves, como dores de cabeça ou resfriados, por exemplo.
SOUSA, Priscila. (5 de Abril de 2023). Farmacologia - O que é, conceito, história e tipos. Conceito.de. https://conceito.de/farmacologia