O hedonismo é uma doutrina filosófica que proclama o prazer como fim supremo da vida. Por isso, os hedonistas baseiam a sua existência na busca pelo prazer e na supressão da dor.
Trata-se de um grupo de teorias morais que destacam que, de uma forma geral, tudo o que faz o homem é uma forma de conseguir/obter outra coisa. Só o próprio prazer é procurado por si só.
A ambiguidade intrínseca do conceito de prazer faz com que pensadores bastante diferentes eles sejam agrupados na trama geral do hedonismo. Em todo o caso, pode-se distinguir duas formas básicas do hedonismo: o hedonismo ético e o hedonismo psicológico.
Das escolas clássicas do hedonismo, encontra-se, por um lado, a escola cirenaica (séculos IV e III a.C.), fundada por Aristipo de Cirene, o qual defendia que o prazer era o bem superior e promovia as gratificações corporais acima das mentais.
Para Aristipo o prazer era buscado com o objetivo de se diminuir a dor, independente de como ele era obtido e da sua forma. Ele acreditava ainda que o prazer seria o único caminho para se conquistar a felicidade e que o prazer corporal seria o sentido da vida do homem.
No entanto, essa teoria na qual Aristipo cria foi alterada pelo filósofo Epicuro de Samos. Para Epicuro o prazer real era o liberta-se da dor e sofrimento e não o prazer conferido ao corpo. Mas para conseguir essa libertação seria necessário focar na serenidade, equilíbrios, entre outros, com o propósito de tirar o foco de prazeres corporais breves.
Ou seja, o epicurismo, por sua vez, associava o prazer com a tranquilidade e evidenciava a redução do desejo sobre a aquisição imediata do prazer.
Existe ainda o que se chama de “egoísmo hedonista”, que se caracteriza pelo indivíduo em buscar apenas o seu bem estar e satisfação, e o utilitarismo (ou também conhecido como “hedonismo universalista”) que é quando alguém busca o bem estar do grupo qual está inserido.
Para os utilitaristas, o prazer deve ser compartilhado, ou seja, todos de um grupo devem ter sua felicidade e bem estar. E um exemplo do utilitarismo seria, por exemplo, o “hedonismo moderno” que pregara John Stuart Mill.
Convém destacar que muitas religiões condenam o hedonismo por considerarem que lhe falta moral. O catolicismo, por exemplo, considera que o hedonismo vai contra os valores do seu dogma, uma vez que coloca o prazer à frente do amor a Deus e do amor ao próximo.
Nisso, existe também o que os cristãos conhecem como “hedonismo cristão” que é quando um cristão busca a satisfação dos seus prazeres mais do que busca a Deus, ou seja, ele coloca a busca pela sua própria felicidade acima de buscar a Deus. Nesse caso, é também dito que essa pessoa busca atender apenas as suas necessidades e não as dos outros.
Entre os principais preceitos da vida hedonista, destacaremos o facto de se preservar algum tempo para a desfrutação, de se dar ao luxo de pequenos mimos, de incentivar/estimular a curiosidade e de fazer por não racionalizar demasiado as emoções agradáveis.
Equipe editorial de Conceito.de. (22 de Agosto de 2011). Atualizado em 16 de Abril de 2020. Hedonismo - O que é, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/hedonismo