Pasquim

Pasquim é um termo que possui uma história etimológica curiosa. O conceito deriva de Pasquino, que é a denominação de uma escultura romana na qual se deixavam textos de carácter satírico. Por extensão, dá-se o nome de pasquim às mensagens afixadas num espaço público que não levam assinatura e que incluem algum tipo de sátira ou de crítica para com as autoridades, alguma personalidade ou uma organização.

Conta-se ainda que esse tipo de publicação recebeu tal nome devido a um alfaiate que residia onde a escultura romana fora encontrada e que se tratava de um homem bastante sarcástico.

Atualmente, a utilização mais frequente da noção refere-se à publicação com conteúdos sensacionalistas e agravantes, distantes da ética jornalística. Trata-se de um termo depreciativo, que fala sobre a qualidade do meio em questão.

Exemplos: “O presidente não pode sair a responder tudo o que publicam num pasquim”, “Quando dei os meus primeiros passos no jornalismo, tive de trabalhar num pasquim que inventava notícias sobre os famosos da época”, “Desde que o diretor se demitiu, este diário tornou-se num pasquim sem credibilidade”.

É simples entender a noção de pasquim ao pensar nos parâmetros que costumam seguir os jornais considerados sérios ou respeitáveis. Enquanto um diário de qualidade só publicará notícias contrastadas e confirmadas com diversas fontes, o pasquim apresentará rumores como se fossem feitos comprováveis.

Por outro lado, um diário responsável evitará aquilo que se conhece como sensacionalismo, deixando de lado as fotos truculentas e os comentários caluniosos. Um pasquim, porém, não hesitará em publicar imagens morosas na respectiva capa ou em fomentar a polémica através de agressões e insultos.

E cabe dizer que o pasquim se trata de uma publicação impressa. Tal publicação ainda serviria de base ou inspiração para outros tipos que surgiriam mais tarde.

Pasquim no Brasil

Também, O Pasquim era o nome de um semanário brasileiro. No ano de 1999 foi lançado outro Pasquim chamado de Bundas, sendo esse fundado por aqueles que ainda restavam do semanário O Pasquim. Assim, ele duraria por mais algum tempo sendo o descendente. Nomes como Tarso de Castro, Jaguar, Sérgio Cabral, Ziraldo e Millôr Fernandes surgem por trás dessas publicações polêmicas.

Pasquim nos dias atuais

Nos dias atuais, o termo “pasquim” é pouco usado, pois as publicações impressas perdem cada vez mais espaço para a mídia digital e também para as redes sociais. Contudo, ele ainda é usado para designar as publicações ou textos que têm um estilo humorístico, crítico e irreverente, tratando de temas políticos e sociais de maneira satírica.

• Sites de notícias alternativas: há sites de notícias (geralmente independentes e alternativos) que seguem uma abordagem irreverente e crítica a fim de relatar eventos e questões políticas. Eles geralmente são vistos como herdeiros dos pasquins;
• Podcasts: muitos podcasts (programas similares aos de rádios, mas voltados para a internet, podendo ser em áudio ou vídeo) costumam explorar tópicos políticos e sociais usando também como recursos o humor e sátira. Eles proporcionam uma plataforma para discussões críticas e também engraçadas sobre diferentes temas;
• Comédia stand-up: os comediantes de stand-up repetidamente tratam de questões políticas e sociais nos seus shows ao vivo de comédia, trazendo uma perspectiva humorística a respeito de tópicos importantes;
• Sátira na televisão e no streaming: programas de televisão e séries (na tv ou em streaming) por vezes incluem sátira política e social nos seus roteiros. Dentre os programas que usam esse tipo de recursos há o “Saturday Night Live”, popular nos Estados Unidos, e o “Porta dos Fundos”, uma produção do Brasil.

Citação

Equipe editorial de Conceito.de. (27 de Fevereiro de 2015). Atualizado em 19 de Setembro de 2023. Pasquim - O que é, no Brasil, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/pasquim