Roca de fiar é o nome que recebe uma máquina que permite filar (reduzir uma fibra a fio). Este dispositivo dispõe de uma vara que finaliza num cabeçal onde a fibra se enrola. Graças a uma roda, uma manivela (ou um pedal) e um suporte que gira, pode-se realizar o filamento.
Os historiadores afirmam que a roca surgiu há cerca de três milénios antes de Cristo. As primeiras eram impulsadas à mão mas, a partir do século XVI, acrescentou-se-lhe um pedal para que o utilizador pudesse ter as duas mãos livres.
O componente essencial da roca é a roda, que faz funcionar as restantes partes da máquina. O pedal que mobiliza a roda está ligado a esta através de uma barra de transmissão.
É importante destacar que a roca tem valores simbólicos. É famosa a imagem de Santa Isabel de Hungria a trabalhar com uma roca, já que esta mulher que viveu no século XIII costumava fiar para os pobres. A roca também se converteu num símbolo da independência índia: Mahatma Gandhi promoveu uma campanha para que os índios confeccionassem a sua roupa, usando rocas e deixassem de comprar os produtos chegados do Império britânico. Deste modo, conseguiu servir, pelo menos parcialmente, os interesses dos Ingleses.
A fiação no desenvolvimento da indústria têxtil
A fiação e a tecelagem se tratam de artes antigas, que possuem um papel importantíssimo no desenvolvimento da indústria têxtil.
Tais técnicas compreendem a transformação de fibras naturais, como lã, algodão, seda e cânhamo, em fios e tecidos por meio do uso de instrumentos e recursos como o tear, fuso, carretel, bobina e agulha. E a roca de fiar foi um dos mais antigos instrumentos para esse processo.
A fiação de fibras naturais
No processo de fiação, as fibras são transformadas em fios.
Antigamente, era a lã uma das fibras mais utilizadas, sendo um material versátil e também fácil de trabalhar.
O algodão também era bastante utilizado devido a sua maciez e boa durabilidade, sendo usado até os dias de hoje. A seda já era reservada para os tecidos finos e elegantes, usados na confecção de peças mais requintadas. Enquanto isso, o cânhamo, que é uma fibra resistente, era comumente utilizado na confecção de sacos e cordas.
O surgimento das fibras sintéticas
Devido ao avanço da tecnologia, foram criadas as chamadas de fibras sintéticas, como nylon e poliéster. Tais fibras são feitas em laboratório e possuem características específicas, como boa resistência, elasticidade e uma facilidade na manutenção. Elas trouxeram revolução para a indústria têxtil, convertendo os tecidos em peças mais acessíveis e duráveis. Com isso, a fiação passou para uma nova fase.
Aplicações das fibras e técnicas de tecelagem e a diferença entre fiar, crochê e tricô
As fibras naturais e também sintéticas hoje são usadas em muitas aplicações têxteis.
E no processo de fabricação de peças, além do uso da roca de fiar, outras técnicas antigas eram usadas, como o tricô e o crochê.
A tecelagem se caracteriza no processo de entrelaçar os fios no tear, gerando tecidos de diversas texturas e padrões. Já o tricô e o crochê são técnicas de entrelaçamento de fios usando agulhas específicas, mas com tudo feito à mão, resultando em peças de variados usos, tais como: peças de vestuário, itens decorativos e mais.
A importância da roca de fiar na costura e na alfaiataria
A roca de fiar possui um papel crucial na arte da costura e da alfaiataria. Através dessa ferramenta ancestral as fibras naturais, como lã, algodão, seda e cânhamo, são convertidas em fios, gerando depois os tecidos que serão utilizados para produção de roupas e outros itens.
Com a roca de fiar, o tecelão é capaz de transformar as fibras em fios finos e resistentes, que serão usados no processo de costura.
Equipe editorial de Conceito.de. (30 de Abril de 2016). Atualizado em 2 de Junho de 2023. Roca de fiar - O que é, no desenvolvimento, surgimento, técnicas, aplicações e importância. Conceito.de. https://conceito.de/roca-de-fiar