Nível trófico é um conceito usado para designar grupos de organismos com os mesmos hábitos alimentares. Um exemplo é no caso das bactérias e dos fungos que são classificados como decompositores e asseguram que certos nutrientes que existem nos restos de seres vivos retornem para o ambiente.
Ao averiguar uma cadeia ou teia alimentar, se faz a observação das relações de alimentação que há entre os seres vivos que integram um ecossistema. Isso quer dizer que há a passagem de energia alimentar de um ser vivo até outro.
Mas para entender o conceito de nível trófico, antes cabe ter uma compreensão do conceito de cadeia alimentar.
Cadeia alimentar é o nome que recebe a sequência de seres vivos onde um serve de alimento para outro. Nesse processo, se passam a energia e a matéria dos alimentos de um nível até outro. Cada ser vivo é então crucial para a cadeia alimentar, sendo que a eliminação de um desses organismos num ecossistema provocaria o desequilíbrio ambiental, acometendo toda a cadeia.
Nas cadeias alimentares, nota-se a relação de alimentação que há entre os distintos seres vivos de um ecossistema. À disposição de cada ser vivo nessa cadeia dá-se o nome de nível trófico.
Nas cadeias e teias alimentares, há como observar variados níveis tróficos.
Os níveis tróficos ainda podem ser classificados como grupos de organismos que dispõem de hábitos de alimentação similares e que arranjaram seu alimento através da mesma quantidade de passos numa cadeia alimentar. Para se ter um entendimento melhor desse conceito, há como citar o exemplo das plantas, onde todas elas ocupam um mesmo nível trófico.
Características do nível trópico
A principal característica dos níveis tróficos seria a sua capacidade de cessão de matéria orgânica e de energia numa dada cadeia alimentar. Tal processo sempre começa nos seres autotróficos (fonte primária e específica de energia dentre de um ecossistema) e vai até os níveis tróficos superiores.
Uma parte considerável da energia que é gerada é consumida a cada nível trófico, sendo que quanto maior a aproximação entre os consumidores e o organismo que começa a cadeia alimentar, então maior seria a disponibilidade de energia.
Cabe lembrar que certos animais onívoros conseguem fazer parte de mais de um nível trófico simultaneamente (a exemplo do ser humano).
Mede-se as estruturas tróficas através da biomassa que há em cada unidade de área. E essas conseguem ser representadas de forma gráfica por meio das pirâmides ecológicas.
Há então o primeiro nível simbolizando os produtores (que é a base), depois vem os consumidores de cada nível subsequente, chegando ao consumidor final (no topo).
Principais níveis tróficos
Sobre a divisão dos níveis tróficos, há como citar:
- Produtores: esses organismos conseguem produzir seu próprio alimento, sendo então seres autotróficos. Os produtores constituem a base da cadeia alimentar, estando no primeiro nível trófico. Nesse grupo ficam os organismos como as plantas;
- Consumidores: se traduzem em heterotróficos, organismos que não conseguem produzir seu próprio alimento. Esses organismos precisam da ingestão de matéria orgânica para que haja a produção da energia que precisam para as suas atividades. Os consumidores ainda seriam classificados em primários, secundários, terciários, quaternários e assim por diante. Os consumidores primários são os que se alimentam de produtores, já os consumidores secundários se alimentam dos primários, os terciários se alimentam dos secundários e assim por diante;
- Decompositores: os decompositores são organismos heterotróficos, assim como os consumidores, contudo, diferentemente desses últimos, eles executam o processo de decomposição. Dentre os principais decompositores, há como citar as bactérias e fungos, que asseguram que certos nutrientes importantes que estão nos restos de seres vivos sejam restituídos ao ambiente.
A eficiência trófica e a regra de 10%
Pesquisadores realizaram investigações e experimentos ao longo de anos a fim de obter mais informações quanto a eficiência da transferência de biomassa e energia entre níveis tróficos, constatando que a mesma é baixa, chegando a uma média de 10% de eficiência. E esse padrão de perda causa limitação na possível quantidade de níveis tróficos numa cadeia alimentar.
Desse modo, somente 10% de toda a energia que há em um nível trófico é transformada em biomassa pelo próximo nível. Mas é importante citar que esse número tende a variar de 5 a 20%, a depender do ecossistema.
Há essa quantidade baixa devido a que os organismos consumidores possuem uma baixa capacidade para a absorção da matéria orgânica (o que varia segundo cada grupo animal) e há muitas perdas de energia também entre os níveis na forma de calor (transpiração, respiração, nos processos de atividades motoras e metabólicas, etc.).
De acordo com a segunda lei da termodinâmica, enormes quantidades de energia se perdem do ecossistema e também de um nível trófico ao outro conforme ela é transferida e convertida. Nos sistemas biológicos, tal energia se perde como calor metabólico no processo de respiração, logo que um organismo consome o próximo.
SOUSA, Priscila. (16 de Novembro de 2023). Nível trófico - O que é, características, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/nivel-trofico