Simbiose é o processo onde seres de espécies distintas convivem, gerando benefícios ou não para ambas.
O termo, com origem no grego e significando “viver junto”, surge na biologia e pode descrever a associação de longo prazo entre seres vivos como no caso de duas plantas ou uma planta e de um animal, por exemplo.
Quando há uma relação desse tipo, os dois seres vivos que fazem parte dela podem receber benefícios diferentes (um pode acabar tendo mais benefícios do que o outro).
Conta-se que a primeira vez que esse termo foi usado teria sido no ano de 1879, por Anton Bary.
Há um debate entre pesquisadores sobre o que pode e o que não pode ser considerado como simbiose. Para alguns, o parasitismo seria um tipo de simbiose. Desse modo, tento as relações harmônicas quanto as desarmônicas podem ser consideradas como uma simbiose.
Mas há outros autores que concluem que a simbiose se trata de uma relação íntima entre duas espécies distintas por meio do mutualismo apenas.
O líquen é um exemplo da simbiose, sendo aquela que ocorre entre a alga e o fungo, com o fungo fornecendo umidade e um local para se abrigar, enquanto a alga contribui com o hidrato de carbono. E esses dois convivem como um ser. Para alguns biólogos (que estudam biologia), eles são como parasitas, considerando-se os fungos como organismos que cultivam algas para gerar vantagens para beneficiar a si mesmos.
Na associação descrita acima, então, as algas proporcionam matéria orgânica para o fungo. Já o fungo forneceria as condições adequadas para o desenvolvimento das algas.
Tipos de simbiose
A simbiose existe em mais de um tipo. Contudo existe uma certa discordância entre autores, com alguns considerando o mutualismo e o parasitismo como tipos de simbiose, já outros ainda incluem o comensalismo como uma relação simbiótica também. O comensalismo se trata de uma relação ecológica entre espécies distintas ou apenas uma delas recebe benefícios, enquanto a outra não recebe benefícios e nem malefícios.
Mas, há uma aceitação maior em relação ao mutualismo e o parasitismo serem relações simbióticas.
Sobre o mutualismo
O mutualismo se caracteriza como uma relação entre espécies distintas (relação interespecífica) onde todos os organismos envolvidos recebem benefícios. O líquen, que é um processo de simbiose já citado, é um exemplo de mutualismo, com a associação de uma alga e um fungo ou de um fungo e de uma cianobactéria, por exemplo.
O mutualismo ainda pode ser mutualismo facultativo ou mutualismo obrigatório. O mutualismo facultativo caracteriza-se pelos benefícios gerados para os envolvidos, contudo esses vivem com independência. E um exemplo desse tipo é quando o caranguejo-eremita se associa com anêmonas-do-mar, sendo esse um mutualismo facultativo. Enquanto o caranguejo contribui transportando as anêmonas, as anêmonas contribuem protegendo esse crustáceo.
Mas o mutualismo obrigatório é diferente, se caracterizando na associação que não pode ser interrompida sem causar danos a um dos envolvidos. E um exemplo desse tipo são os líquens.
Sobre o parasitismo
Quando acontece uma relação interespecífica que traz danos para um dos que participam dessa associação, há o que se chamada de parasitismo.
O parasitismo se trata de uma relação onde há um organismo sobre ou dentro de outro, obtendo desse o que precisa para sobreviver.
Nessa relação, se tem um organismo que é denominado de parasita, o qual extrai do outro organismo os nutrientes que precisa. Já o organismo que é o fornecedor de tais nutrientes, sendo parasitado, é denominado de hospedeiro.
Quando acontece o parasitismo, é bem raro o parasita matar o hospedeiro, já que ele precisa dele para conseguir seus nutrientes e sobreviver. Contudo, conforme o tempo passa, o parasita acabaria ficando fraco e pode causar danos ao desenvolvimento do hospedeiro.
Os parasitas ainda podem se dividir em endoparasitas e ectoparasitas. O endoparasita é quele parasita que se instala no interior do hospedeiro, como no caso das tênias e das lombrigas (ascaridíases). Já o ectoparasita se desenvolve na parte exterior do corpo do hospedeiro. Um exemplo nesse caso é o piolho.
Simbiose e desenvolvimento
Até o meio do século XX, a biologia do desenvolvimento tinha como o centro das atenções o processo de embriogênese, que se tratava da sequência de eventos ocorridos entre a fertilização e o momento e que nascia um organismo.
Mas quando surge a chamada de biologia molecular e com outras áreas despontando, como foi o caso da ecologia, então a biologia do desenvolvimento recebe outras abordagens.
Nos dias atuais, há diversos estudos que são abordados de forma ampla, considerando a perspectiva cientifica, que tentam explicar como o ambiente pode gerar influências no desenvolvimento de um organismo. E é partindo daí que nasce um campo que foca no estudo da natureza através de outra ótica, esse campo chamado de Ecological Evolutionary Developmental Biology (ou “Biologia do Desenvolvimento Ecológica-Evolucionária” na tradução para o português).
O Ecological Evolutionary Developmental Biology faz a organização e determina conceitos para o desenvolvimento, como a plasticidade fenotípica e as simbioses, associando-os a Síntese Evolutiva Moderna.
SOUSA, Priscila. (29 de Dezembro de 2022). Simbiose - O que é, tipos, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/simbiose