Bruxaria é o conjunto das práticas mágicas e supersticiosas que realizam as bruxas e os bruxos. Exemplos: “A minha avó acha que se sente mal porque uma vizinha lhe rogou uma prega ou lhe fez uma bruxaria”, “A polícia invadiu uma casa onde se praticava bruxaria e se mutilavam animais”, “Parece que estou a ser vítima de bruxaria: quero fazer as coisas, mas tudo me corre mal”.
Os seres humanos acreditam na bruxaria desde a pré-história, embora as interpretações deste fenómeno variem consoante a cultura e a época. Na sociedade ocidental, a bruxaria está associada à crença no diabo ou em demónios, já que a prática está associada com feitiços que procuram causar/pratica o mal.
Para além desta tendência, em alguns casos, também se fala de dois tipos de bruxaria: uma benéfica e outra maléfica, como é o caso da magia branca e da magia negra.
De qualquer forma, as práticas da bruxaria são semelhantes às ações que realizam os magos, os feiticeiros e os xamãs, já que todas implicam algum tipo de lógica que escapa àquilo que é considerado normal ou natural.
No mundo atual, enquanto prática capaz de ter influência na realidade, a bruxaria é considerada algo marginal. Porém, estes fenómenos surgem com frequência na cultura popular através de séries televisivas, desenhos animados, livros ou filmes, muitas vezes de uma forma cómica e humorística.
Perseguição a bruxaria
Com a disseminação do cristianismo pelo mundo, o simbolismo de muitas crenças, rituais ou costumes começaram a ser perseguidos e rotulados como heréticos e impuros. O cristianismo disseminou uma política onde havia a cultura certa e a errada e, assim, a verdade que eles pregavam tinham que prevalecer sobre a falsidade das demais culturas e crenças.
Durante os séculos 16 e 17, os europeus viviam em um mundo influenciado pela crença em Deus e no diabo. Na Inglaterra, se vivia um período bastante difícil, com a fome, o medo e muitas doenças. E boa parte das pessoas residiam em pequenas comunidades rurais, além do que, o crescimento populacional foi expressivo.
Havia também surtos de doenças e muitos eventos climáticos relacionados com a pequena era do gelo sofrida ali, o que culminava em colheitas fracassadas. E os acontecimentos ruins do eram comumente interpretados como punição de Deus, azar ou resultados de bruxaria.
Na Idade Média, as mulheres que tivessem o domínio sobre ervas medicinais para a cura de enfermidades eram consideradas como hereges e pecadoras, já que, segundo a concepção católica, elas estavam querendo enganar as leis divinas através de rituais que iam contra os considerados como preceitos da Igreja Católica. Desse modo, houve a perseguição contra muitas mulheres, as quais foram acusadas de feitiçaria ou bruxaria.
Acusações de bruxaria e coisas sobrenaturais
Era comum na Idade Média as praticantes de bruxaria serem acusadas de falsear o controle divino. Se considerava que elas manipulavam ervas e curavam doenças querendo mudar o curso divido das coisas, coisas que apenas Deus era capaz de fazer.
Juntamente com a acusação de mudar a ordem natural das coisas e ir contra o divino, as bruxas também eram acusadas de realizarem pactos demoníacos e de fazerem coisas sobrenaturais, como voar. Foi com tal imaginário simbólico que diversas acusações foram legitimadas e, com isso, muitas mulheres acabaram mortas em distintas cidades da Europa, até que chegasse o Iluminismo, por conta da prática de suas crendices.
Um dos exemplos mais conhecidos de caça às bruxas foi o que aconteceu entre os anos de 1692 a 1693 em Salém, com uma caçada e assassinato das bruxas ali.
Por volta de 150 pessoas foram presas e, dessas, 25 foram mortas em tal período em Salém, no Condado de Essex na Massachusetts colonial. Boa parte desses indivíduos foram mortos por meio de enforcamento, enquanto outros morreram na prisão. Apenas uma mulher foi morta por esmagamento com pedras.
Equipe editorial de Conceito.de. (10 de Outubro de 2013). Atualizado em 15 de Março de 2024. Bruxaria - O que é, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/bruxaria