Helenismo se trata do período histórico que começou após a morte de Alexandre, o Grande, em 323 a.C. E a duração desse período foi até o século I a.C.
Nesse tempo, o Império Macedônico se dividiu em vários reinos helenísticos independentes, espalhados do Mediterrâneo Oriental ao Ocidente, sendo que esses influenciaram a cultura, a política e também a filosofia da época.
A expansão de Alexandre, o Grande
Como citado, Alexandre, o Grande, teve um papel importante na história do helenismo. Desse modo, a compreensão sobre esse conceito se faz também compreendendo um pouco do papel desse rei macedônico.
Alexandre, o Grande, expandiu seu império de maneira notável, conquistando territórios que partiam desde a Grécia e seguiam até o Egito e a Índia. Alexandre foi ainda quem promoveu a difusão da cultura grega, a misturando com as tradições dos povos conquistados, numa estratégia que ficou conhecida como “sincretismo cultural“.
A era dos diádocos
Mas a morte prematura de Alexandre fez com que o seu império fosse então dividido entre seus generais, os chamados de diádocos. Esses líderes determinaram reinos independentes, a exemplo do Império Selêucida, no Oriente, do Reino Ptolemaico, no Egito, e do Reino Antigônida, na Grécia e na Macedônia. Esses foram reinos helenísticos que competiram entre si por influência e poder, mas também estimularam um importante intercâmbio cultural.
Centros culturais: Alexandria e Pérgamo
Dentre os principais centros culturais do Helenismo há Alexandria, no Egito, e Pérgamo, na Ásia Menor.
Alexandria, fundada por Ptolomeu I Sóter, se transformou num importante centro intelectual, abrigando a lendária Biblioteca de Alexandria, que possuía uma enorme coleção de obras literárias e científicas. Cientistas, filósofos e estudiosos de diversas disciplinas se concentravam nessa essa cidade, ajudando em avanços na matemática, medicina, filosofia e também astronomia.
Pérgamo, por conseguinte, foi um polo cultural e artístico. O rei Átalo I apadrinhou a construção de uma enorme biblioteca e um altar monumental que seria dedicado para Zeus, esse chamado de Altar de Pérgamo. Essa cidade ainda foi destaque na produção de esculturas e arte de modo geral, criando um estilo chamado de “barroco helenístico“.
Filosofia helenística: estoicismo, epicurismo e ceticismo
O período helenístico ainda ficou conhecido pela abundância de escolas filosóficas. E cada uma dessas escolas possuía a sua abordagem diferenciada para a procura da sabedoria e felicidade.
O estoicismo dava ênfase para a virtude, a aceitação do destino e a procura pela paz interior. Enquanto o epicurismo focava na busca pela ataraxia por meio da busca pelo prazer moderado e pela ausência de dor. Por sua vez, o ceticismo, que teve como representantes Pirro de Élis, Sexto Empírico, dentre outros, questionava sobre a possibilidade de conquistar o conhecimento absoluto.
Arte helenística: realismo e expressão emocional
A arte helenística usou elementos do classicismo grego, mas ainda trouxe novas características. A escultura helenística visava retratar as emoções humanas e cenas do cotidiano de modo mais realista. O “Laocoonte e seus Filhos”, por exemplo, que é uma escultura conhecida da época, ajuda a exemplificar tal tendência, nela e retratada a angústia e o sofrimento de modo detalhado e expressivo.
Legado do helenismo
O helenismo admitiu um legado duradouro. Ele estimulou o intercâmbio cultural entre as variadas regiões, possibilitando a disseminação da cultura grega e o desenvolvimento e beneficiamento mútuo entre várias tradições.
Nesse período histórico, o sincretismo cultural se retratava nas línguas, religiões e práticas políticas que eram aderidas nas regiões conquistadas. Além do mais, as contribuições filosóficas, artísticas e também científicas de tal período seguiram a influenciando as gerações futuras.
Mais sobre as principais escolas do helenismo
As escolas do helenismo com mais notoriedade foram:
- Cinismo: fundada por Diógenes de Sinope, focava na renúncia aos prazeres materiais e o retorno para a natureza, procurando a virtude e a autossuficiência;
- Estoicismo: essa teve como líder Zenão de Cítio e defendia que era necessário aceitar o destino, controlar as emoções e buscar a tranquilidade interior por meio da virtude;
- Epicurismo: criada por Epicuro, buscava a ataraxia (um estado de tranquilidade, serenidade ou prazer tranquilo,) por intermédio do prazer moderado e da ausência de dor, sendo que dava valor para a amizade e a busca do prazer sábio;
- Ceticismo: já essa escola questionava a possibilidade de conquistar o conhecimento absoluto e defendia a cessação do juízo perante qualquer afirmação;
- Ecletismo: essa era conhecida pela combinação de elementos de variadas filosofias. A mesma estava em busca da verdade por meio da seleção e síntese das ideias mais importantes das escolas filosóficas;
- Neoplatonismo: desenvolvida por Plotino, essa misturava elementos da filosofia platônica com os do pensamento oriental, focando na busca da união mística com o Uno ou o divino;
- Misticismo: mesmo que essa não seja uma escola filosófica específica do helenismo, mas ela ganhou destaque nesse período. O misticismo estudava sobre a experiência direta do divino e a procura da união com o transcendente por meio de práticas espirituais e contemplativas.
Tais escolas filosóficas do helenismo traziam variadas abordagens na busca do significado da vida, felicidade e conhecimento. As mesmas influenciaram de forma profunda o pensamento ocidental que veio a seguir.
SOUSA, Priscila. (7 de Julho de 2023). Helenismo - O que é, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/helenismo