Recessivo é um termo que surge na genética para designar um gene. Esse gene é um tipo que precisa estar em ambos os cromossomos homólogos a fim de que seja expresso num organismo.
Desse modo, os alelos recessivos só são mostrados quando o indivíduo é homozigoto recessivo, em outras palavras, quando dispõe de duas cópias desse alelo.
Em contrapartida, os alelos dominantes tendem a ser expressos mesmo na presença de somente uma cópia. Esta distinção crucial entre os alelos dominantes e recessivos possui implicações expressivas para o entendimento da herança genética e das doenças ligadas a certos genes.
Breve descrição da importância do conceito na genética
O conceito de alelos recessivos tem um papel decisivo para determinar características genéticas e para o entendimento da transmissão de traços específicos ao longo das gerações.
Ele concede uma estrutura conceitual fundamental para se entender como os genes são transmitidos dos ancestrais para os descendentes. Ele ainda ajuda a entender como determinadas características são herdadas.
Ter o entendimento da interação entre alelos recessivos e dominantes é bastante importante não somente para estudos básicos de genética, mas ainda para a averiguação de doenças genéticas e de sua difusão em populações humanas.
Fundamentos da genética
O entendimento dos conceitos básicos da genética é importante para o entendimento do conceito de recessivo. E a seguir listamos alguns dos principais conceitos para ajudar na compreensão desse termo e sua importância.
Os genes traduzem-se nas unidades fundamentais da hereditariedade, formados de segmentos de DNA que proporcionam as instruções para a síntese de proteínas. Os alelos se tratam de distintas formas de um gene que podem culminar em variadas características.
O DNA é reproduzido em RNA, que por sua vez é expresso em proteínas. O conjunto de genes presentes em um organismo é chamado de genótipo, já o conjunto de características observáveis recebe o nome de fenótipo.
Sobre a expressão de alelos dominantes, como explicado, ela se dá quando se precisa de somente uma cópia do gene para determinar o fenótipo, já a expressão de alelos recessivos necessita de duas cópias.
A teoria da herança mendeliana, idealizada por Gregor Mendel no século XIX, determina as bases para a compreensão da passagem de características genéticas de uma geração até próxima.
Mendel fez a descoberta das leis da segregação e da distribuição independente dos caracteres, cruciais para o entendimento da herança de características dominantes e recessivas.
A Primeira Lei de Mendel propõe que os alelos de um gene são expelidos durante a formação dos gametas, já a Segunda Lei de Mendel relata a distribuição independente de variados pares de genes na formação dos gametas.
Herança recessiva
Os alelos recessivos então são herdados segundo as leis estabelecidas por Mendel.
Se dois indivíduos heterozigotos (que dispõe de um alelo dominante e um alelo recessivo) se reproduzem, existe uma chance de 25% de que a descendência herde o alelo recessivo de ambos os pais, o que ocasiona um genótipo homozigoto recessivo.
A homozigose sucede quando um indivíduo conta com dois alelos idênticos para um dado gene, enquanto a heterozigose se dá quando um indivíduo tem dois alelos diferentes.
O quadro de Punnett, desenvolvido por Reginald Crundall Punnett, se trata de uma ferramenta crucial na previsão da herança genética, possibilitando a previsão das proporções de genótipos e fenótipos numa prole segundo os genótipos dos pais. Ele mostra de forma clara como os alelos podem ser passados de geração em geração e como as características recessivas se exibem em descendentes, mesmo se ausentes nos pais.
Doenças genéticas recessivas
Algumas doenças genéticas são provocadas por alelos recessivos e podem dispor de consequências graves para a saúde das pessoas afetadas. A fibrose cística seria um exemplo nesse caso, sendo ela uma doença crônica que acomete os pulmões e o sistema digestivo, gerando a mutações em um determinado gene.
De igual modo, a anemia falciforme gera uma mutação no gene que acaba codificando a hemoglobina. Como resultado, há problemas de circulação e demais sintomas associados.
A transmissão de tais doenças acompanha padrões previsíveis de herança recessiva. E com isso os indivíduos afetados tendem a herdar o alelo recessivo de ambos os pais.
Isso destaca a importância do aconselhamento genético e, também, do diagnóstico precoce com foco na identificação dos portadores de alelos recessivos e, assim, fornecer informações a respeito de riscos potenciais de hereditariedade de determinadas doenças.
Mutações e a diversidade genética
Se obtém a variabilidade genética, principalmente, se um processo de mutação conduz ao surgimento de novos alelos. A mutação provoca mudanças na sequência de nucleotídeos que formam o DNA, e ainda que elas acometam somente uma base em um gene, os impactos no indivíduo seriam significativos. A mutação se trata de uma fonte crucial de variabilidade. Como a mutação sucede ao acaso, não há um modo de prever qual sequência de DNA será acometida, nem há como saber também de tal alteração trará benefícios ou malefícios para o organismo.
Pode acontecer da seleção natural promover a retirada acelerada de alelos danosos de circulação, mas se eles são recessivos, então podem ficar por várias gerações, mesmo que gerem características antagônicas.
SOUSA, Priscila. (16 de Outubro de 2023). Recessivo - O que é, importância, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/recessivo