Senescência descreve um processo natural de envelhecimento, o qual sucede ao longo da vida do organismo. Se configura num estágio complexo e gradual, caracterizado por mudanças físicas, funcionais e também metabólicas que acometem a saúde e também a qualidade de vida.
Descrição do processo de envelhecimento em nível celular
O envelhecimento no nível celular compreende diversas mudanças que sucedem, com o tempo, nas estruturas e funções das células.
Conforme as células envelhecem, existe uma redução em sua capacidade de regeneração e reparo, o que leva a uma redução gradual da eficiência dos processos biológicos importantes. Isso proporciona uma maior suscetibilidade a doenças e também a diminuição na resposta do organismo quando há lesões.
O papel dos telômeros e da telomerase
Os telômeros, estruturas que ficam nas extremidades dos cromossomos, exerce um papel fundamental na manutenção da integridade do genoma.
A cada divisão celular, os telômeros passam a encurtar, o que, por sua vez, gera a senescência celular. A telomerase, que é uma enzima especializada, é capaz de estender os telômeros e, desse modo, adiar o processo de encurtamento.
Mas a atividade da telomerase é comumente reduzida nas células somáticas, o que favorece o envelhecimento celular.
Células senescentes e apoptose
Conforme as células envelhecem, elas poderiam entrar nesse estado chamado de senescência. Mas as células senescentes não se dividem mais e comumente secretam moléculas que tendem a promover inflamação e causar danos para o ambiente celular saudável.
Por conseguinte, a apoptose se trata de um mecanismo de morte celular que é programada, ajudando a eliminar células danificadas ou que sejam disfuncionais. E assim, a apoptose ajuda na manutenção da homeostase e, ainda, na prevenção de doenças.
Sobre o estresse oxidativo e dos radicais livres na senescência
Chama-se de estresse oxidativo o fenômeno que sucede quando existe um desequilíbrio entre capacidade antioxidante de um organismo e a produção de radicais livres dele.
Radicais livres se traduzem em moléculas altamente reativas, as quais são capazes de causar danos às células, inclusive ao DNA.
Com o tempo, a acumulação de danos gerada pelos radicais livres auxilia no processo de envelhecimento e também no desenvolvimento de doenças ligadas à idade.
DNA, danos no DNA e reparo de DNA
O DNA se trata da molécula que possui as informações genéticas importantes para o funcionamento celular. Mas problemas no DNA podem suceder em virtude de fatores ambientais, da radiação, de produtos químicos e também de erros na replicação celular.
Mas as células dispõem de mecanismos de reparo de DNA, assim, eles tentarão solucionar tais danos. Contudo, conforme as pessoas envelhecem há uma redução na eficiência de tais processos, o que favorece o acúmulo de mutações e o envelhecimento celular.
Genética e epigenética do envelhecimento
A genética exerce uma função significativa na definição da taxa de envelhecimento de uma pessoa. Mas alguns genes tendem a influenciar a longevidade, a probabilidade a desenvolver doenças específicas e, ainda, a capacidade de reparo celular.
Mas além disso, a epigenética, que abarca alterações químicas que gerem a expressão gênica (processo que converte as instruções num DNA num produto funcional) sem mudar a sequência de DNA, também exerce um papel importantíssimo no processo de envelhecimento.
Influência dos genes no envelhecimento
A influência mútua de genes e envelhecimento é algo complexo. Alguns genes se encontram ligados a um envelhecimento saudável e ao prolongamento da vida útil, já outros aumentariam o risco de doenças conexas à idade. Estudos feitos com gêmeos idênticos e populações centenárias apresentaram a influência da genética na longevidade e também na qualidade de vida no que tange a velhice.
Epigenética e envelhecimento
Alterações epigenéticas, como é o caso da metilação do DNA e alterações nas histonas, afetariam a expressão gênica, exercendo um papel no processo envelhecimento. Tais modificações seriam influenciadas pelos fatores ambientais, pelo estilo de vida e, ainda, pelas experiências durante a existência.
O entendimento da epigenética do envelhecimento abriria portas para intervenções que objetivam delongar ou modular o envelhecimento.
Biomarcadores de envelhecimento
Biomarcadores se configuram em medidas objetivas que tendem a apresentar o estado de envelhecimento de uma pessoa a nível molecular, celular ou mesmo funcional. Exemplos seriam marcadores sanguíneos, níveis de hormônios ligados à idade, telômeros encurtados e também mudanças na expressão gênica.
A detecção e monitoramento de biomarcadores ajudaria no diagnóstico precoce de doenças ligadas à idade. Mas isso ainda ajudaria na avaliação da eficiência de intervenções.
Doenças e condições associadas
O processo de senescência tem associação com várias doenças e condições de saúde, tais como: Alzheimer, osteoporose, Parkinson, doenças cardiovasculares, etc. E o que ainda favorece o desenvolvimento de tais condições de saúde seria a deterioração progressiva de tecidos e órgãos, assim como a redução da imunidade. Mas o entendimento sobre os mecanismos subjacentes à senescência é fundamental para elaborar estratégias de prevenção e de tratamento.
Medicina geriátrica e intervenções em senescência
Geriatria é a especialidade médica que fornece acompanhamento para idosos e também o tratamento de doenças pertinentes à idade. E os avanços nessa especialidade concedem abordagens mais eficazes na gestão de condições como osteoporose, Alzheimer e demais doenças crônicas.
Por fim, cabe relatar que há muitas pesquisas explorando intervenções que ajudem a retardar o processo de envelhecimento. E isso inclui terapias com hormonais, tratamentos antioxidantes, moduladores epigenéticos, entre outros.
SOUSA, Priscila. (9 de Agosto de 2023). Senescência - O que é, influência, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/senescencia