Cosmogonia se trata da explicação mítica, filosófica ou mesmo científica quanto a origem do universo e realidade.
Em relação a importância do estudo da cosmogonia
A cosmogonia se configura numa questão de essencial importância e que transpassa a mente dos humanos desde o princípio da civilização.
Entender a origem do universo e da vida gera questionamentos sobre a existência, além de questões científicas e filosóficas. O estudo da cosmogonia possui um papel crucial na busca por respostas a respeito do mundo em volta e do lugar dos seres humanos nele.
Cosmogonias das civilizações antigas
Diversas civilizações antigas criaram cosmogonias únicas, acomodadas à sua cultura e também crenças:
- No Egito, por exemplo, se cria que o deus Rá surgiu do caos com o objetivo de criar o mundo;
- Na Grécia, se tinha como central o panteão nos mitos em relação a origem do universo;
- A Índia possuía cosmogonias ligadas às suas escrituras e ciclos cósmicos;
- A China também tinha mitos cosmogônicos fundamentados na dualidade do yin-yang.
Cosmogonias nas tradições indígenas pelo mundo
Diversas tradições indígenas têm cosmogonias que comunicam seu modo de ver o mundo e conexões com a natureza. Tais narrativas comumente abarcam seres sobrenaturais, espíritos de antepassados e forças da natureza relacionados a criação do universo. Essas histórias ajudam a transmitir valores culturais e espirituais pelas gerações.
Nas religiões monoteístas
Nas religiões monoteístas, como é o caso do Cristianismo, do Judaísmo e do Islamismo, a cosmogonia, por vezes, tem relação com os relatos da criação do universo existentes nos seus textos sagrados.
O Livro do Gênesis, na Bíblia, explica que a criação divina ocorreu em seis dias, com Deus criando o homem do barro. Tais narrativas proporcionam a base para a teologia e para a espiritualidade em tais religiões.
Cosmogonia na filosofia pré-socrática
A cosmogonia ainda teria algum tipo de relação com a filosofia pré-socrática, onde pensadores como Tales de Mileto e Anaximandro exploraram a origem do universo.
Para Tales, a água seria o princípio primordial, já Anaximandro propusera uma substância indefinida como origem.
Tais tentativas de explicar a cosmogonia se embasavam na análise do mundo natural e na procura por princípios fundamentais.
Cosmogonia na filosofia moderna e contemporânea
A filosofia moderna e contemporânea seguiu a pesquisar sobre as questões cosmogônicas segundo as novas descobertas científicas.
Filósofos como Immanuel Kant e Friedrich Nietzsche discorreram sobre a cosmogonia nas suas obras, tratando de questões metafísicas e da existência do universo. A filosofia contemporânea ainda retrata a respeito da relação entre espiritualidade, ciência e sobre a origem do cosmos.
Sua relação com a ciência
A cosmogonia científica foca na busca pela compreensão da origem do universo segundo observações e evidências empíricas.
Temos como exemplo a teoria do Big Bang, qual é vastamente aceita e implica que o universo teve início como uma singularidade densa e com calor, se expandindo de forma acelerada. A cosmologia ali estuda a evolução posterior do universo, abarcando a formação de galáxias e estruturas cósmicas, por exemplo.
Há ainda a teoria das cordas, que se trata de um intento para unificar a física quântica (mecânica quântica) e a gravidade. E o foco com isso é a descrição sobre a origem do universo.
Essa teoria acima sugere que as partículas fundamentais se configuram em cordas vibrantes. E essas cordas funcionam em dez dimensões espaciais e uma temporal, desafiando a compreensão tradicional que se tem do espaço-tempo.
Já a matéria escura e a energia escura compõem boa parte do universo. Mas os seus comportamentos seguem sendo mistérios, tendo influência na evolução do cosmos.
Outro elemento importante é a inflação cósmica, que é uma teoria que explica o celerado crescimento do universo no começo, tratando de algumas questões cosmológicas.
A relatividade geral de Einstein acarretou numa nova perspectiva a respeito da gravidade e da natureza do espaço-tempo. E ela é crucial para o entendimento de eventos cósmicos extremos, a exemplo de buracos negros e buracos de minhoca. A mesma fundamenta modelos cosmológicos.
Tanto a astronomia quanto a astrofísica ajudam no entendimento da cosmogonia. As mesmas se aplicam ao estudo da formação de estrelas, galáxias e também sobre as leis universais que conduzem o cosmos.
Vida extraterrestre e a equação de Drake na cosmogonia
A possibilidade de vida extraterrestre se traduz numa questão que intriga cientistas, astrônomos e também entusiastas há muitos anos.
O conceito de que a Terra não seria o único local do universo com capacidade de abrigar vida produz diversa perguntas e especulações a respeito a existência de civilizações consideradas como alienígenas.
A equação de Drake, por exemplo, que foi proposta pelo astrofísico Frank Drake no ano de 1961, se tratou de uma tentativa para medir o número possível de civilizações extraterrestres, existentes na galáxia qual os seres humanos também vivem, com as quais se poderia entrar em contato. A equação considerada diversos fatores que impactam na probabilidade de identificar tais civilizações.
A equação de Drake é escrita assim:
N = R * fp * ne * fl * fi * fc * L
Onde:
N se trata do número de civilizações na galáxia com as quais seria possível uma comunicação;
R se configura na taxa média de concepção de estrelas na galáxia;
fp é a fração de tais estrelas que possuem sistemas planetários;
ne seria o número médio de planetas que possivelmente podem amparar a vida (onde se considera a quantidade de planetas por sistema planetário);
fl seria a fração de tais planetas onde a vida verdadeiramente nasce;
fi é a fração de tais formas de vida que se convertem em formas de vida inteligentes;
fc seria a fração de civilizações que criam tecnologias com potencial para serem detectadas;
L já essa representa o tempo de vida médio que uma civilização dessas possui.
SOUSA, Priscila. (30 de Julho de 2023). Cosmogonia - O que é, conceito, importância e na filosofia. Conceito.de. https://conceito.de/cosmogonia