Cicatrização é um processo biológico para a cura de uma ferida, lesão ou mesmo dano nos tecidos.
Esse processo, que sucede no corpo e é vital, compreende a formação de um tecido fibroso que fechará e protegerá a ferida de infecções.
Uma cicatrização restaura a integridade dos tecidos afetados ao reconstruir suas estruturas danificadas, assegurando a recuperação apropriada.
A cicatrização é um processo da biologia que compreende diversos eventos coordenados e interligados. E tais eventos visam tanto a reparação imediata quanto também a restauração funcional com o tempo.
Fatores que afetam a cicatrização
Existem alguns fatores que podem comprometer a eficácia de um processo de cicatrização. E nesse aspecto, a saúde geral da pessoa que possui uma ferida ou lesão exerce um papel importantíssimo.
Condições médicas subjacentes, como é o caso de diabetes e também de distúrbios circulatórios, tendem a prejudicar a circulação sanguínea e, desse modo, afetam a entrega de oxigênio e de nutrientes que as células que atuam na cicatrização precisam.
Outra questão seriam alguns medicamentos. Há medicamentos, como corticosteroides e medicamentos imunossupressores, que tendem a fazer com que o processo de cicatrização demore mais.
Problemas em relação a cicatrização
Mas nem sempre a cicatrização sucede sem problemas. Feridas que não cicatrizam de modo apropriado tendem a levar a sérias complicações.
Uma série de fatores poderia favorecer a existência de problemas de cicatrização, tais como: deficiências nutricionais, infecções, má circulação e até uma tensão excessiva no local da ferida.
Mas quando a resposta inflamatória é excessiva, isso geraria cicatrizes hipertróficas ou queloides. Essas são cicatrizes onde o tecido cicatricial acaba crescendo além dos limites da ferida original, o que gera elevações na pele, ou fica endurecida.
Tratamento de feridas e a promoção da cicatrização
O tratamento adequado das feridas é algo importante para a promoção de uma cicatrização eficaz. Dependendo da natureza dessa ferida, variadas abordagens poderão ser empregadas:
- Feridas superficiais, como no caso de escoriações e pequenos cortes, seriam tratadas com uma limpeza cuidadosa e cobertura estéril a fim de prevenir infecções e possibilitar a epitelização (crescimento das células epiteliais que revestem a superfície da pele);
- Mas nos casos mais graves, como queimaduras ou cortes profundos, intervenções médicas apropriadas seriam necessárias.
A hemostasia, um processo que compreende a coagulação do sangue e a constituição de um tampão de fibrina, se trata de um dos primeiros passos na cicatrização. Isso ajudará no controle do sangramento e ainda prepara o terreno para ajudar na migração de células que atuam na reparação.
Inflamação, proliferação e maturação
Após a hemostasia, dá-se início a fase inflamatória. Nesse momento, os leucócitos, compreendendo os macrófagos, são direcionados até a área da ferida.
Os macrófagos possuem um papel importante na limpeza da área. Eles removem bactérias, células mortas e demais detritos. Os mesmos ainda liberam sinais químicos que incitam a proliferação de células que atuam na reparação.
É na fase de proliferação que ocorre a formação de tecido de granulação, que se trata de uma rede de capilares e de células que enchem a ferida.
Também é nessa fase que os fibroblastos (importantes células) atuam, produzindo colágeno. O colágeno se trata da principal proteína responsável por conferir resistência para o tecido cicatricial. Conforme a cicatrização prospera, a ferida se contrai por conta da contração dos fibroblastos, diminuindo o seu tamanho.
Remodelação tecidual e prevenção de problemas de cicatrização
A fase final desse processo de cicatrização seria a remodelação. Nessa altura, o tecido cicatricial é alterado e realinhado a fim de melhorar sua resistência e funcionalidade. Isso é algo que tende a levar semanas, meses ou mesmo anos, a depender da gravidade de uma ferida. O colágeno é depois reorganizado e fortalecido, gerando uma cicatriz mais estável.
Para impedir problemas de cicatrização, é crucial a adoção de medidas preventivas. Conservar uma boa higienização da ferida, evitar tensão em excesso na área afetada e seguir as instruções passadas pelo médico são passos importantes. A prevenção de infecções é algo de suma importância, pois as infecções atrasam expressivamente o processo.
Cicatrizes hipertróficas, queloides e a angiogênese
Por vezes, a cicatrização não sucede de acordo com o que era assim esperado. Como citado, cicatrizes hipertróficas e queloides poderiam se surgir, o que ocasionaria em elevações anormais no tecido cicatricial.
Os fatos acima tendem a ser atribuídos a uma resposta inflamatória descontrolada. Outro fator que ajudaria isso seria e a superprodução de colágeno. Para tratar tais condições, há opções como: uso de corticosteroides (corticoides), terapia a laser e intervenções cirúrgicas.
A promoção da angiogênese (formação de novos vasos sanguíneos com base em vasos existentes) também seria importante na cicatrização eficaz. Os vasos sanguíneos conferem nutrientes e oxigênio para as células que atuam no processo de cicatrização. Estimular a angiogênese seria algo útil em certos casos, tais como nas feridas crônicas que possuem dificuldade em ganhar suprimento sanguíneo que seja apropriado.
SOUSA, Priscila. (1 de Setembro de 2023). Cicatrização - O que é, problemas, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/cicatrizacao