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Neurodiversidade

neurodiversidade
A neurodiversidade remete às diferenças que há no cérebro humano

Neurodiversidade descreve as grandes e variadas diferenças que há no cérebro humano. Ela mostra que cada indivíduo apresenta um funcionamento neurocognitivo singular e que as diferenças precisam ser notadas e aceitas como variações normais.

Quando se fala em neurodiversidade, muitos creem se tratar apenas das pessoas que tenham composição neurológica diversa. Contudo, a neurodiversidade se traduz em um conceito extenso, o qual compreende a todos, tantos aqueles que são tidos como dentro do padrão quanto os com um desenvolvimento atípico.

Um exemplo que ajuda a elucidar sobre esse funcionamento neurocognitivo distante do esperado seria se basear com o transtorno do espectro do autismo.

Enquanto pessoas neurotípicas, de modo geral, não exibem problemas de interação, para manter uma conversa com outros indivíduos e problemas sensoriais, por outro lado, aquelas diagnosticadas com transtorno do espectro do autismo, costumam apresentar baixa interação social, problemas para começar ou manter uma conversa, além de problemas sensoriais (um exemplo é a dificuldade de tolerar multidões e sons altos).

O neurotípico vai contra o conceito de neurodivergente e compreende as pessoas que não possuem um transtorno neurobiológico.

Desse modo, elas são tidas como neurodivergentes porque não apresentam o comportamento aguardado por boa parte das pessoas.

Contudo, segundo o conceito de neurodiversidade, tais variações no que diz respeito ao funcionamento da mente humana não precisam ser vistos como um problema que precisa de cura, sendo somente uma variação natural da espécie humana.

História da criação desse conceito

O conceito de neurodiversidade foi cunhado por Judy Singer no ano de 1988. Ele surgiu com o foco de promover a igualdade e a inclusão social. Se fundamenta na ideia de que a mente se comporta de distintas formas e que variados padrões podem ser seguidos no funcionamento neurocognitivo de uma pessoa.

De acordo com Judy Singer, a neurodiversidade abarca os indivíduos tidos como neurotípicos e os chamados de neurodivergentes. Desse modo, ela inclui os que possuem um funcionamento neurocognitivo classificado como típico e tidos como atípicos.

É comum, no entanto, que as pessoas usem o conceito de neurodiversidade se referindo apenas aos indivíduos neurodivergentes. E isso, de certo modo, enfraquece a ideia de normalização e de inclusão apresentada por esse conceito.

Mas variações neurológicas não precisam ser tomadas como sinônimo de doença ou incapacidade. Trata-se, na realidade, de uma variação natural da espécie humana. A partir do momento em que se pode visualizar cada indivíduo como único, então há como diminuir a discriminação que é frequente entre as neurodivergentes.

O indivíduo neurotípico demonstra um funcionamento neurocognitivo que é típico, dentro da média aguardada pela sociedade.

Um indivíduo neurodivergente dispõe de um funcionamento neurocognitivo atípico, que é fora da média que se espera. Dentre os exemplos de pessoas neurodivergentes há: as diagnosticadas com TDAH, dislexia, TEA e síndrome de Tourette.

Neurodiversidade como um movimento social

Com base nas ideias ocasionadas pelo conceito de neurodiversidade, nasceu a neurodiversidade como um movimento social. O foco de tais movimentos é outorgar visibilidade para essa questão e ainda fazer com que as diferenças neurocognitivas não sejam enxergadas como um problema que necessite de cura.

Mas além de tudo isso, esse conceito é uma luta em prol da garantia dos direitos daqueles que são neurodivergentes.

Neurodivergentes e neurotípicas

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A neurodiversidade abarca aqueles tidos como neurotípicos

Um indivíduo é caracterizado como neurotípico se apresentar um funcionamento neurocognitivo típico, ou seja, que esteja dentro da média esperada. Seria alguém com um desenvolvimento tido como padrão e que não disponha de distúrbios ou de transtornos neurológicos.

Enquanto isso, um indivíduo neurodivergente tem um funcionamento neurocognitivo atípico, em outras palavras, um funcionamento que é fora da média aguardada. Isso quer dizer que em situações características esses indivíduos respondem de modo distinto do que seria esperado para determinada situação, o que provocaria até mesmo problemas de adaptação.

Exemplos de neurodiversidade

Dentre os casos de pessoas classificadas como neurodivergente estão aquelas diagnosticadas com:

  • Dislexia: a pessoa que possui dislexa tem dificuldade na obtenção e automatização da leitura e da escrita;
  • Transtorno do espectro autista (TEA): o TEA se caracteriza por causar danos na interação social e comunicação. Há que citar ainda que a pessoa apresenta neurodesenvolvimento qualificado por adotar padrões de comportamentos repetitivos;
  • Transtorno do deficit de atenção com hiperatividade (TDAH): o TDAH é caracterizado por gerar sintomas como impulsividade, inquietude e desatenção. Esse transtorno neurobiológico surge na infância e comumente segue o indivíduo ao longo de sua vida;
  • Síndrome de Tourette: os indivíduos que são diagnosticados com a síndrome possuem tiques múltiplos (vocais ou motores). E alguns dos tiques apresentados incluem piscar, franzir a testa, balançar a cabeça, tossir, limpar a garganta e mesmo a missão de palavras de maneira completa ou parcial.

A mente humana funciona de modo distinto para cada pessoa, sendo então única para cada um. Quando se é capaz de visualizar cada indivíduo como único, então se consegue reduzir a discriminação que rodeia os neurodivergentes.

Citação

SOUSA, Priscila. (22 de Novembro de 2023). Neurodiversidade - O que é, conceito, história e exemplos. Conceito.de. https://conceito.de/neurodiversidade