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Plasticidade

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A plasticidade é comum na neurociência

Plasticidade se trata da qualidade daquilo que é plástico. É ainda classificada como a capacidade que um corpo possui de mudar de forma quando é submetido a uma tensão.

Quando se fala em plasticidade, é mais comum que esse conceito surja no contexto da neurociência. Aqui há a plasticidade cerebral, que se trata da capacidade do sistema nervoso de alterar a sua estrutura e função com o tempo como uma resposta a variadas demandas e desafios ambientais.

O cérebro humano é conhecido como uma das estruturas mais complexas do corpo. E a capacidade dele de se adaptar e moldar perante novos estímulos e experiências seria o que define a plasticidade do mesmo. Essa capacidade não somente torna possível a aprendizagem e a formação de memórias, mas ainda exerce um papel crucial na recuperação depois de lesões e no envelhecimento saudável.

Neuroplasticidade: a base da plasticidade cerebral

A neuroplasticidade seria a alicerce da plasticidade cerebral. A mesma remete a capacidade do cérebro de fazer a reorganização de suas conexões neurais como resposta a novas experiências, aprendizagem, diante de lesões ou mesmo de mudanças ambientais. Os mecanismos que fazem parte da neuroplasticidade abarcam processos complexos que sucedem tanto no nível celular quanto no molecular.

Sinapse e plasticidade cerebral

Conhece-se por sinapse o ponto de conexão funcional existente entre dois neurônios, possibilitando a transmissão de sinais químicos e elétricos entre os mesmos.

A plasticidade cerebral encontra-se intensamente ligada às mudanças na eficácia sináptica. A sinaptogênese, que se trata da formação de novas sinapses, exerce um papel crucial na plasticidade, ainda mais durante fases críticas do desenvolvimento cerebral. Além do mais, há os processos de potencialização de longo prazo (LTP) e depressão de longo prazo (LTD), que se traduzem em mecanismos sinápticos essenciais que sustentam a plasticidade sináptica e se encontram ligados à aprendizagem e à memória.

Cérebro e desenvolvimento cerebral

O cérebro, como o órgão central do sistema nervoso, atua no processamento de informações sensoriais, faz ainda o controle motor, regula as funções corporais e mais. E no desenvolvimento cerebral, a plasticidade ajuda na formação de conexões neurais e na organização estrutural cerebral. Os dendritos e os axônios ali exercem um papel crucial ao realizarem a comunicação entre os neurônios, sendo essenciais na plasticidade sináptica.

A formação de novos neurônios recebe o nome de neurogênese, sendo também importante na plasticidade cerebral, ainda mais em regiões específicas do cérebro, como o hipocampo. A descoberta da neurogênese adulta (que é a formação de neurônios a partir de células-tronco neurais em adultos) tem implicações expressivas no entendimento da plasticidade cerebral e indica que o cérebro adulto pode se adaptar e mudar, desafiando a visão tradicional de que ele seria estático.

Lesão cerebral e reabilitação

Nos casos de lesão cerebral, a plasticidade cerebral possui um importante emprego na recuperação funcional.

A capacidade do cérebro para reorganizar conexões neurais e indenizar áreas danificadas é importante para os processos de reabilitação. Nesse caso, é comum a adoção de terapias cognitivas e físicas para aproveitar a plasticidade cerebral e estimular a recuperação.

Neurociência e estudos sobre plasticidade cerebral

A neurociência expôs muitos dos mecanismos pressupostos para a plasticidade cerebral. As técnicas de imagem cerebral, como no caso da ressonância magnética funcional (fMRI) e da eletroencefalografia (EEG), possibilitam aos pesquisadores averiguar as mudanças estruturais e funcionais no cérebro em processos de lesões, reabilitação, etc.

Essas descobertas seguem a aprofundar o entendimento da plasticidade cerebral nos contextos saudáveis e patológicos.

Células-tronco neurais e plasticidade cerebral

As células-tronco neurais também importantes na plasticidade cerebral, principalmente na regeneração e reparo do tecido cerebral. Sua capacidade de se distinguir em vários tipos de células neurais traz esperança no desenvolvimento de terapias regenerativas com foco em condições neurológicas degenerativas e lesões no cérebro.

Mielina, glia e plasticidade cerebral

A mielina se trata de uma camada de proteção lipoproteica que envolve os axônios dos neurônios, sendo fundamental para a transmissão acelerada e eficiente de sinais elétricos no cérebro. A plasticidade cerebral tende a ser influenciada pela mielinização, que permanece ao longo da vida. E há ainda as células da glia que possuem um papel importante na regulação do ambiente neural, promovendo a plasticidade sináptica.

Fisiologia, genética e epigenética da plasticidade cerebral

conceito de plasticidade
Plasticidade é conduzida por meio da interação de fatores fisiológicos, genéticos, etc.

A plasticidade cerebral é conduzida por uma interação intricada entre fatores fisiológicos, genéticos e também epigenéticos.

Fatores ambientais, a exemplo de estímulos sensoriais e experiências de vida, tendem a influenciar a expressão de genes ligados à plasticidade cerebral. A epigenética também desempenha um papel importante na regulação de genes compreendidos na plasticidade cerebral, favorecendo a adaptação do cérebro a distintos contextos e condições.

Psicologia, resiliência e envelhecimento cerebral

Na psicologia, a plasticidade cerebral é adjunta à resiliência mental, que é a capacidade de se adaptar e recuperar de adversidades. Há ainda que se dizer que o envelhecimento cerebral com saúde está relacionado à preservação da plasticidade cerebral. Estudos apontam que manter um estilo de vida ativo, cognitivamente estimulante e engajado do ponto de vista social promoveria a plasticidade cerebral e atenuaria os efeitos do envelhecimento.

Citação

SOUSA, Priscila. (26 de Outubro de 2023). Plasticidade - O que é, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/plasticidade