Neuroplasticidade é a capacidade dinâmica que o cérebro possui de aprender, adaptar-se e reorganizar-se. Tal fenômeno essencial está relacionado às células nervosas, possibilitando ao sistema nervoso reagir perante os variados estímulos, assim como a traumas e lesões também.
As sinapses, que se tratam de conexões entre os neurônios, possuem um papel importante no sistema nervoso, ajudando na facilitação da transmissão de informações. E a plasticidade neural implica na capacidade de tais sinapses de serem remodeladas, impactadas pelos pensamentos, emoções e mesmo pelas experiências ambientais.
Essa remodelação sináptica permite a constituição de novas conexões neuronais. E isso, por sua vez, altera a rede de comunicação cerebral. Um exemplo seria no caso da psicoterapia, com a ajuda da qual se pode superar traumas antigos, uma vez que a neuroplasticidade torna possível a elaboração de novos padrões de pensamento e de comportamento.
Além do mais, a neuroplasticidade pode acontecer pelo chamado de brotamento, em que os neurônios estenderiam axônios a fim de conectar-se as demais células neurais, ainda que seja em regiões lesionadas. Isso tende a reativar funções comprometidas de maneira limitada, conferindo alguma recuperação funcional.
Neuroreabilitação, estimulação cerebral, terapia cognitivo-comportamental, mindfulness e meditação são algumas práticas que podem intervir com a neuroplasticidade.
Sua importância
Muitos estudos foram realizados sobre a plasticidade neural ao longo dos anos. E ela proporciona benefícios para as funções neuronais perdidas, sendo monitoradas por exames de imagem e eletroneurofisiológicos.
E a importância da neuroplasticidade ocorrer devido a que ela estimula a adaptação do cérebro para variadas situações. Isso faz ainda com que uma pessoa não perca por completo a sua capacidade de fazer determinadas tarefas, ainda que haja lesões em certas áreas de seu sistema nervoso.
Um indivíduo que sofreu um acidente ou passou por alguma situação e, como resultado, perdeu parte ou toda a audição, então, terá que compensar essa redução ou ausência de estímulos auditivos. E aqui a neuroplasticidade se configura em um dos processos internos que sucedem para promover tal adaptação.
Neuroplasticidade e psicoterapia
A neuroplasticidade pode ser importante para a restauração cognitiva em pessoas com problemas motores ou de memória, anda mais provenientes de uma lesão no sistema nervoso (central ou periférico). E assim, a psicoterapia e a fisioterapia são convertem em aliadas para a recuperação do paciente e a sua qualidade de vida.
Outros transtornos tendem a ser tratados de tal maneira, como no caso da depressão e da ansiedade, pois aderir a hábitos saudáveis se traduz em um dos métodos usados na redução de efeito dos sintomas, incitando a melhoria do humor e bem-estar.
Plasticidade regenerativa
A plasticidade regenerativa é um tipo de plasticidade onde se recupera a função axonal por causa de um novo crescimento dos axônios lesionados. Se se trata de um processo mais evidente quando se tratam de nervos periféricos.
Se acontece uma lesão do nervo periférico, a depender da gravidade do problema e do nível de compressão dos vasos sanguíneos, pode então acontecer a plasticidade regenerativa e retorno aos poucos para as atividades diárias (tendo a supervisão de especialistas).
Mas há ainda lesões que provocam um comprometimento grave no arcabouço de sustentação. E isso culmina numa reação inflamatória devido ao trauma, impedindo, nesse contexto, a regeneração axonal de tal conjunto.
Plasticidade somática
Já esse tipo sucede no período embrionário. E o foco dela é na construção do sistema nervoso, logo, ela não é influenciada pelo ambiente externo. A mesma ainda está ligada a regulação, propagação e morte de neurônios.
A neuroplasticidade somática se trata do tipo crucial no equilíbrio do organismo na formação do embrião, tendo em vista que algumas estruturas neurais são constituídas de forma provisória a fim de que o processo suceda de maneira fisiológica.
Plasticidade axônica
Há também a neuroplasticidade axônica. E essa acontece entre o nascimento do bebê e vai até os seus dois anos de idade. Se trata de um processo muito importante já que o sistema nervoso se encontra em desenvolvimento.
Conforme as crianças têm acesso a novos estímulos externos, a exemplo das experiências e dos aprendizados, além de elevar a sociabilidade, sucedem novas formações e se prolongam os axônios.
Plasticidade dendrítica
Denominam-se de dendritos as pequenas ramificações dos neurônios, estruturas importantes que recebem os estímulos nervosos. Quanto mais extensões surgem dos neurônios, então maior será a neuroplasticidade.
A quantidade de conexões estabelecidas se mostra na ampliação do conhecimento, integração dos saberes e novas reflexões sobre uma função neural que se perdeu devido a uma lesão de enorme proporção.
Plasticidade sináptica
As sinapses, como citado, se tratam das formas de comunicação existentes entre os neurônios. Desse modo, quanto mais fortes elas forem, então melhor será a função neuronal implícita.
Nesse caso, a plasticidade sináptica gera força, mas também pode enfraquecer as conexões neurais visando uma melhor adaptação fisiológica.
Conhecida antes como Sinapses de Hebb, a plasticidade sináptica é um dos pontos principais para melhorar a cognição ou também para reaver as áreas cerebrais importantes, a exemplo da percepção da fala.
SOUSA, Priscila. (12 de Março de 2024). Neuroplasticidade - O que é, importância, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/neuroplasticidade