Procarionte, sinônimo de procariota, é uma noção utilizada na biologia para a denominação dos organismos que não dispõem de um núcleo celular. O seu ADN, por conseguinte, encontra-se espalhado ao longo do citoplasma.
É possível fazer a distinção entre os organismos procariontes e os organismos eucariontes. Neste segundo grupo entram aqueles organismos cujas células dispõem de um núcleo que contem ao ADN. É importante destacar, de qualquer forma, que os organismos eucariontes se implementaram através de uma relação simbiótica que mantiveram diferentes tipos de procariontes. Desta forma, os procariontes já estavam presentes no nosso planeta há cerca de 3.500 milhões de anos, ao passo que os organismos eucariontes surgiram mais recentemente, há cerca de 1.800 milhões de anos.
A nível geral, pode-se dizer que os procariontes medem entre um e sete micrómetros. Trata-se de microrganismos que se reproduzem de maneira assexual, através de um processo de fissão binária, e que se alimentam como osmótrofos.
Outras características comuns dos organismos procariontes são a presença de uma membrana em torno do citoplasma, de plasmídeos e de omasnes. Cabe mencionar que, ainda que a grande parte dos procariontes são unicelulares, também existem micobactérias que passam por períodos multicelulares em algum momento do seu ciclo vital.
No que toca à principal característica (a ausência de núcleo celular) dos procariontes, surge devido ao facto de os seus componentes (desde o ADN até às proteínas) são solúveis na água. A membrana celular, por conseguinte, dá a delimitação correspondente do organismo em questão.
Células procariontes e organelas
As células procariontes, que compreendem organismos como bactérias e arqueas, se tratam de células mais simples em estrutura do que as células eucariontes. E dentre das principais características que as diferenciam está a inexistência de organelas membranosas, como no caso do retículo endoplasmático, complexo golgiense e, ainda, mitocôndrias.
Embora não contem com mitocôndrias, as células procariontes ainda executam a respiração celular. Ocorre que, no lugar desse processo ocorrer em uma organela específica, a exemplo das mitocôndrias das células eucariontes, a cadeia de transporte de elétrons, importantíssima para a geração de energia (ATP), existe na membrana plasmática.
Os ribossomos, que se tratam das organelas responsáveis pela síntese de proteínas, também existem em células procariontes, porém são menores do que as encontrados em células eucariontes. Isso é devido a diferença na composição de subunidades ribossômicas entre os dois tipos celulares.
No caso dos procariontes, os ribossomos são chamados de 70S, já nos eucariontes, os mesmos são do tipo 80S.
Essa simplicidade estrutural presente nas células procariontes não restringe a sua funcionalidade. Mas ela permite que elas sejam bastante eficientes e capazes de executar todas as funções vitais cruciais para a sobrevivência e reprodução, sem que se precise de compartimentalização interna.
Procariontes e o citoesqueleto
Nas células procariontes, a inexistência de um citoesqueleto se trata de uma das características que as diferencia das células eucariontes.
O citoesqueleto, que há nas eucariontes, se trata de uma rede de filamentos proteicos que concede estrutura e suporte celular, além de estar envolvido nos processos de movimentação celular, como é o caso do endocitose e exocitose. Como as células procariontes não possuem esse citoesqueleto, elas não executam esses processos de transporte de materiais através de vesículas.
Outra característica crucial das células procariontes se trata da presença de uma parede celular. Essa parede é formada especialmente por peptidoglicanos, um polímero que dá rigidez e protege a célula de variações de pressão osmótica.
A composição da parede celular costuma variar entre variados tipos de procariontes, como bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, mas, de modo geral, ela cumpre um papel importante em prol da sobrevivência da célula.
Além do mais, as células procariontes tendem a apresentar fímbrias (pequenos prolongamentos filamentosos). As fímbrias possuem funções importantes, ainda mais no processo para fixar a célula procarionte a uma superfície ou em uma célula hospedeira, o que é crucial para a colonização de ambientes ou organismos.
Além disso, as fímbrias poderiam estar envolvidas no mecanismo de troca de material genético entre bactérias. Com isso haveria a transferência de genes de resistência a antibióticos E demais características vantajosas.
Equipe editorial de Conceito.de. (14 de Junho de 2015). Atualizado em 17 de Setembro de 2024. Procarionte - O que é, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/procarionte