Quarentena se configura numa medida de saúde pública com foco em controlar a disseminação de doenças infecciosas.
Originada há séculos, tal prática mostrou a sua eficácia ao longo da história em variadas situações, conferindo uma importante ferramenta para controlar infecções e proteger a saúde pública.
Etimologia de quarentena
O termo deriva do italiano “quaranta giorni”, que possui o significado de “quarenta dias”. Ele surgiu na cidade de Veneza, na Itália, no século XIV, quando houve a Peste Negra, que foi uma pandemia devastadora que acometeu a Europa.
Para conter a propagação dessa peste, as autoridades de Veneza aplicaram uma medida de isolamento onde os navios que vinham de outras regiões ou países teriam que seguir ancorados por 40 dias antes de serem liberados para entrar no porto.
Essa medida então se difundiu por toda a Europa e para outras partes do planeta. Na pandemia de cólera, por exemplo, que houve no século XIX, quarentenas foram impostas em diversas cidades portuárias, inclusive na cidade de Nova York e no porto de Yokohama no Japão.
A escolha do tempo de quarenta dias não foi algo arbitrário, mas teve como base os conceitos culturais e religiosos daquela época. O número quarenta possui uma longa história no que tange seu significado simbólico em distintas culturas e religiões, sendo reconhecido como um período de purificação, penitência ou mesmo de preparação para algo novo.
Nos dias de hoje, o termo quarentena é bastante utilizado em todo o mundo para designar os períodos de isolamento ou de restrição de movimento atribuídos a pessoas ou grupos que talvez tenham sido expostos a doenças contagiosas, sendo então uma parte das medidas (na saúde pública) para controle de infecções.
A quarentena na saúde pública
A quarentena se configura numa das principais estratégias para o controle de infecções. Ele compreende o isolamento de indivíduos possivelmente expostos a um agente infeccioso com o propósito de evitar a transmissão da doença. É crucial para reduzir a transmissão comunitária, ainda mais em casos de emergência de saúde, a exemplo da propagação da COVID-19, que causou uma crise de saúde global, sendo uma emergência em diversos países.
Como a quarentena é usada para controlar a disseminação de doenças
Quando uma doença que é altamente transmissível surge, então é crucial que se implemente a quarentena com o intuito de evitar que as pessoas infectadas espalhem o vírus.
Ao isolar o que estão sob suspeita de alguma infecção e pessoas que estiveram em contato próximo com esses, há como interromper as cadeias de transmissão. Além do mais, a quarentena poderia ser aplicada regionalmente a fim de conter surtos e prevenir a disseminação da doença para as áreas não afetadas.
Políticas de saúde pública e regulamentações ligadas à quarentena
As políticas de saúde pública relacionadas a quarentena são fundamentadas em evidências científicas e direções de organizações internacionais, como é o caso da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).
Governos e autoridades de saúde põem em prática regulamentações visando garantir o cumprimento da quarentena e resguardar a população.
A quarentena durante a pandemia de COVID-19
No final do ano de 2019, emergiu a pandemia de COVID-19, provocada pelo coronavírus (SARS-CoV-2), em Wuhan, China. Rapidamente esse vírus se espalhou por todo o mundo por conta da transmissão acelerada entre as pessoas.
O elevado número de casos e o desconhecimento inicial da doença até aquele momento tornaram imprescindível a implementação de medidas efetivas para o controle.
Para conter a disseminação do vírus, diversos países adotaram medidas de isolamento social, quarentena e, ainda, o uso de máscaras como parte das estratégias com foco em diminuir a transmissão. Hospitais enfrentaram desafios devido ao aumento da demanda por atendimento, sendo que profissionais de saúde passaram a usar, com mais rigor, EPIs para se protegerem durante os cuidados de pacientes infectados.
No esforço a nível global no combate a pandemia, cientistas e empresas farmacêuticas atuaram de forma incansável a fim de desenvolver vacinas efetivas para combater o SARS-CoV-2. As vacinas exercem um papel importante na redução da propagação do vírus, impedindo infecções graves e mortes, o que permitirá a flexibilização gradativa das medidas de quarentena e isolamento.
Mesmo havendo avanços com as vacinas, é crucial manter medidas de saúde pública, como o uso de máscaras em locais lotados e a higienização das mãos, a fim de evitar a ressurgência de casos.
O monitoramento constante de variante do vírus, sintomas e também o fortalecimento das infraestruturas de saúde se traduzem em medidas essenciais para a preparação para futuras emergências de saúde.
Impactos da quarentena na educação e na economia
As consequências econômicas da quarentena no longo prazo, não importando o contexto, seriam significativas.
Restrições de movimento e também de negócios geram impactos para a atividade econômica, gerando perdas de empregos e redução da produção. Setores como turismo e varejo, por exemplo, são especialmente afetados. A cessação das cadeias de abastecimento causaria escassez de produtos e provocaria inflação.
A educação também recebe impactos negativos com isso, pois a transição para o ensino à distância, por exemplo, geraria desigualdades de aprendizado e dificultaria o acesso a recursos educacionais. Além do mais, a falta de interação social causaria impactos negativos no desenvolvimento emocional e cognitivo dos alunos.
SOUSA, Priscila. (20 de Julho de 2023). Quarentena - O que é, conceito, na economia e na educação. Conceito.de. https://conceito.de/quarentena