Vício é o nome dado para a dependência compulsiva e repetitiva de uma substância ou comportamento. E ele gera consequências negativas tanto na saúde física quanto na mental de uma pessoa, afetando, com isso, diversas áreas da sua vida. O termo vem do latim “vitium”.
E essa dependência pode ser química (a exemplo de drogas e álcool ou tabaco) ou comportamental (quando a pessoa não consegue parar de jogar jogos de azar, fazer compras, tem vício em sexo, etc.).
O vício é ainda caracterizado pela perda de controle quanto ao uso de uma substância ou sobre a prática de determinado comportamento, apesar dos danos evidentes, havendo um desejo forte ou uma compulsão para repetir certa experiência.
E o ciclo vicioso é nutrido pela busca do prazer ou do alívio de um desconforto, por exemplo. E assim se leva a um aumento gradual da dose ou da intensidade a fim de atingir os mesmos efeitos. Isso quer dizer que a pessoa começa a fazer algo para aliviar o estresse, esquecer problemas, etc., e pouco a pouco aumenta as vezes em que faz ou usa isso.
Além dos danos à saúde, o vício costuma causar deterioração nas relações pessoais, além de problemas financeiros. Mas ele afeta ainda o desempenho profissional e acadêmico.
O tratamento do vício requer intervenção multidisciplinar. Isso quer dizer que esse tratamento compreende a terapia psicológica, além de apoio social e, em certos casos, medicação a fim de ajudar na desintoxicação e também para prevenir recaídas.
Tipos de vícios
Os vícios costumam ser classificados em duas categorias, sendo elas: vícios químicos (dependência química) e vícios comportamentais.
No caso dos vícios químicos ou dependência química, isso envolve a dependência por substâncias que mudam a química cerebral. Os mais comuns hoje são:
- Álcool: ele gera euforia seguida de depressão, causando danos ao julgamento e a coordenação. Quando há um uso crônico disso, isso levaria ao desenvolvimento de doenças hepáticas, cardiovasculares e neurológicas;
- Drogas ilícitas: compreendem as substâncias como cocaína, heroína e também metanfetaminas. Cada uma dessas drogas possui seus próprios efeitos e riscos, contudo todas tendem a causar dependência severa, além de problemas de saúde graves e também problemas legais;
- Tabaco: a nicotina presente no tabaco gera dependência intensa. E ela ainda está ligada ao câncer, a doenças pulmonares e, ainda, cardiovasculares.
Já sobre os vícios comportamentais, eles compreendem a compulsão em prol de realizar determinadas atividades, que são igualmente prejudiciais. Dentre os exemplos:
- Jogos de azar: o descontrole por realizar apostas leva uma pessoa a sofrer perdas financeiras expressivas, o que ainda gera problemas familiares e legais;
- Compras compulsivas: há aqueles que compram apenas por impulso, sem realmente precisarem daquele produto. E isso gera dívidas, além da acumulação de itens desnecessários e, em outros casos, em problemas emocionais;
- Vício em sexo: há pessoas que não conseguem controlar sua compulsão sexual, e isso as levaria a terem relacionamentos fora do casamento, por exemplo;
- Compulsão por comida: a compulsão alimentar é outro problema comportável grave. Isso levaria a obesidade e também a problemas de saúde relacionados, como é o caso da diabetes e da hipertensão.
Todos esses tipos de vício dividem características comuns, a exemplo da perda de controle, compulsão para seguir com a prática ou comportamento, além da persistência mesmo com as consequências negativas.
Sobre as principais causas do vício
O motivo para uma pessoa e encontrar viciada varia de pessoa para pessoa. E isso depende tanto das experiências que essa pessoa teve quanto do seu convício familiar, na empresa, etc. Mas a genética e fatores psicológicos também influenciariam nisso.
A genética cumpre um papel significativo no vicio. Estudos demonstram que a predisposição que uma pessoa possuía ao vício poderia ser herdada, havendo certas variações genéticas impactando o modo como uma pessoa responderia a substâncias ou comportamentos adicionais.
Há ainda os fatores neuroquímicos. Eles podem ser cruciais no vício, pois as substâncias viciantes acometem os neurotransmissores no cérebro, ainda mais a dopamina, que está ligada ao prazer e à recompensa.
Existem ainda os fatores psicológicos como determinantes. As pessoas que sofrem de transtornos mentais, a exemplo da depressão, da ansiedade ou que tiveram algum trauma, possuem maior propensão para o vício. Então elas poderiam usar substâncias ou desenvolver comportamentos repetitivos como mecanismos de enfrentamento.
O que estaria comumente ligado ao vício, como traços dele, são a baixa autoestima, a impulsividade e a procura de sensações. Pessoas assim tendem a ter mais inclinação para os vícios.
Finalmente, existe a influência dos fatores sociais e ambientais no desenvolvimento de um vício. Uma pessoa, então, poderia desenvolver um vício:
- Quando existe a exposição precoce a substâncias ou a comportamentos viciantes;
- Se existe a pressão dos pares (quando outras pessoas fazem algo e uma pessoa sente que deve fazer também);
- O estresse crônico e também ambientes familiares disfuncionais tendem a elevar a vulnerabilidade ao vício.
Além do mais, a facilidade de acesso e a aceitação social de determinadas substâncias e comportamentos facilita o desenvolvimento e a manutenção do vício.
SOUSA, Priscila. (19 de Maio de 2024). Vício - O que é, conceito, tipos e causas. Conceito.de. https://conceito.de/vicio