A aristocracia é um modo de governo que concentra o poder nas mãos dos nobres. Geralmente, esses nobres eram aqueles que dispunham de privilégio que eram passados de geração para geração. Em outras palavras, essa organização sociopolítica baseava-se na governança por aqueles nobres que detinham esse título por herança ou mesmo por concessão.
O nome aristocracia provém do termo grego “aristokrateia”, que possui o significado de o “governo dos melhores”.
Esse, por sua vez, é composto por “kratos“, que tem como significado “poder”, e “aristo” (que provém de aristeus), que tem como significado “melhor”. Logo, a ideia central dessa forma de governo era que o povo seria melhor comandado se o poder fosse entregue nas mãos daqueles que fossem melhores, mais poderosos, havendo assim um governo mais justo.
O filósofo Aristóteles acreditava que a aristocracia era uma forma de governo onde apenas os mais instruídos estavam no poder, ou seja, aqueles que atendiam ao que o povo precisava eram pessoas com boa formação, tanto moral quanto também intelectual.
Mas a aristocracia poderia mais tarde se tornar numa oligarquia, se os que governassem passassem então a ater-se a interesses privados.
Surgimento da aristocracia
Conta-se que essa forma de governo surgiu pela necessidade de tirar o poder das mãos de uma única pessoa, que era a tirania.
A tirania era um modo de governar que se originou da monarquia, mas diferente dessa ela dava ao líder poder ilimitado, agindo com arbitrariedade, abusando do poder e também das leis.
Aristocracia, oligarquia e monarquia
É comum que alguns confundam a aristocracia com a oligarquia, mas esse último é uma forma de governo que centraliza o poder num grupo, que geralmente é formado por pessoas de uma mesma família ou que são de um mesmo partido, por exemplo. É por isso que há essa confusão entre aristocracia e oligarquia, mas a aristocracia concede o poder aos nobres, mas não necessariamente sendo esses nobres um grupo da mesma família ou partido.
Ainda, a oligarquia difere da monarquia, onde não é necessário que haja laços de sangue (família), sendo que na monarquia o único que se exige é a posse.
No Brasil, por exemplo, já houveram períodos em que o sistema de oligarquia figurou como forma de governo, tal como no que ficou conhecido por República Café com Leite, referente à Primeira República do país. Também conhecida como Política do Café com Leite, ela existiu entre 1898 a 1930 e os candidatos que concorriam para presidente do país sempre eram criadores de gado ou cafeicultores, geralmente de Minas Gerais e ou de São Paulo. Ainda, o governo do Brasil se revezava entre os grandes produtores de ambos os estados. E mesmo que nesse período já fosse possível que alguns poucos do povo pudessem votar (aqueles alfabetizados e maiores de idade), eles eram persuadidos pelos coronéis a escolherem o candidato que esses queriam.
Por sua vez, a monarquia fazia com que os membros de uma determinada família detivessem o poder. Eram chamados de monarcas aqueles nobres que faziam parte de um grupo especial de aristocratas, os quais se classificavam como superiores que os demais. Na monarquia, o governo é exercido por esse monarca e quem o pode suceder são os membros da sua família, geralmente seus filhos, netos, etc. ou ainda aqueles familiares mais distantes, se esse não possuísse filhos. Mas o foco era em que esse poder continuasse na mesma família. Era por isso que uma das “regras” era que um nobre se casa-se apenas com outro nobre, a fim de evitar que o seu sangue fosse misturado com o sangue de pessoas que eles consideravam como pessoas comuns.
Características da aristocracia
Uma das características da aristocracia era que essa estava relacionados a posse de terras. E na Idade Média isso se tornou ainda mais evidente, posto que o sistema feudal foi substituído pela formação do Estado Nacional Moderno, que se configurou ainda num novo modo de países da Europa se relacionarem comercialmente.
Fala-se ainda de aristocracia rural ou agrária, que colocava no governo aquele que possuía muitas propriedades rurais. Contudo, como as terras eram passadas de pai para filho, então poderia ser que esse filho não soubesse como administrar as terras e mesmo governar.
E também se fala da aristocracia urbana, essa era composta por governantes que residiam nas cidades. Esses, de modo geral, eram homens que vinham de famílias nobres e tinha cargos na política. Esse tipo de governo também surge, ainda que em menor proporção, em certos países, dado que a democracia tem sido mais valorizada.
Aristocracia no Brasil
Já a aristocracia brasileira não foi algo que nasceu no país, mas como os nobres de Portugal passaram a morar na colônia brasileira, em seguida tendo filhos no país, eles queriam transferir o poder para esses. E como o poder administrativo de Portugal foi (temporariamente) transferido para o Brasil, esse tipo de governo se tornou forte no país.
SOUSA, Priscila. (10 de Maio de 2022). Aristocracia - O que é, surgimento, características e no Brasil. Conceito.de. https://conceito.de/aristocracia