Restauração ecológica é o processo de reparação e recuperação de ecossistemas degradados, danificados ou destruídos. O foco é no restabelecimento das funções originais desses ecossistemas, promovendo a biodiversidade e assegurando a resiliência ambiental.
Esse conceito recebeu destaque com o crescimento das atividades humanas que acometem de forma negativa o meio ambiente, a exemplo do desmatamento, da poluição e, ainda, da ocupação desordenada.
A restauração é mais do que “reflorestar” uma área. Mas ela foca em restaurar o equilíbrio natural dos ecossistemas, tornando possível que as interações entre animais, plantas, solo e água a funcionar de forma sustentável, como antes.
Gestão de resíduos, reciclagem, compostagem, economia circular, consumo responsável, produtos biodegradáveis, uso de embalagens sustentáveis e prática de turismo ecológico são algumas ações em prol da restauração ecológica.
A relação com a biodiversidade
Um dos principais objetivos com a restauração ecológica é incitar o aumento da biodiversidade. Os ecossistemas degradados costumam perder espécies, o que acomete as interações biológicas e impacta de forma negativa na resiliência do ambiente a mudanças, a exemplo das mudanças climáticas.
Com a reintrodução de espécies nativas e a recriação de condições ambientais adequadas, há então como restaurar a diversidade genética e funcional, tornando mais fácil a volta das interações entre predadores e presas, assim como a polinização, a dispersão de sementes e demais processos fundamentais na manutenção do ecossistema saudável.
Nas áreas de florestas tropicais, por exemplo, a restauração tende a incluir o plantio de espécies nativas que proporcionem alimento e abrigo aos animais, o que ajuda a recriar um habitat ideal para fauna e flora.
Com o tempo, isso reestabeleceria as cadeias alimentares completas e melhoraria a qualidade do solo e da água.
Agroecologia, permacultura e monitoramento ambiental
A restauração ecológica não se trata de um processo isolado. Ela pode estar intimamente ligada a práticas sustentáveis como é o caso da agroecologia e da permacultura.
No caso da agroecologia, ela propõe sistemas agrícolas que realizam a integração dos princípios ecológicos ao uso da terra, tais como o plantio de culturas variadas, o manejo do solo sem agrotóxicos e a preservação de habitats naturais.
Essa abordagem ajuda na restauração, pois protege a biodiversidade e previne novos desmatamentos.
Já a permacultura compreende o planejamento de assentamentos humanos e agroecossistemas de maneira que atuem em harmonia com a natureza. Ela alia então o cultivo de alimentos, manejo eficiente de recursos e, ainda, a preservação de áreas naturais, o que complementa a restauração ecológica, incitando um equilíbrio sustentável entre as necessidades dos seres humanos e os processos naturais.
O monitoramento ambiental é mais um aspecto essencial da restauração. Depois da implementação de medidas de recuperação, é essencial acompanhar o progresso para assegurar que o ecossistema se recupera de acordo com o planejado.
Esse monitoramento tende a envolver a medição da qualidade da água, além da contagem de espécies reintroduzidas. Mas ele ainda envolve a observação de padrões de crescimento de plantas e a investigação do comportamento da fauna por ali.
Nesse processo, a coleta de dados possibilita ajustes, elevando as chances de sucesso a longo prazo.
Recuperação das áreas degradadas e a conservação de habitats
Diversas iniciativas de restauração ecológica mantém o foco na recuperação de áreas degradadas. Tais áreas podem ser, por exemplo, florestas desmatadas, campos agrícolas desamparados ou até regiões acometidas por poluição industrial.
A restauração se inicia com a análise das condições do solo, da vegetação e da fauna. E em seguida são elaboradas estratégias com a finalidade de reverter os danos.
O plantio de espécies nativas, também a correção do solo e a criação de barreiras naturais a fim de conter a erosão se tratam de exemplos de medidas usadas nesse contexto.
A conservação de habitats se trata também de uma parte crucial desse processo de restauração.
Áreas como manguezais, pântanos e, ainda, florestas tropicais, são cruciais para a saúde do planeta, possuindo um elevado valor ecológico. Tais ecossistemas proporcionam serviços ambientais vitais, como é o caso da regulação do clima, do fornecimento de água e da proteção da vida silvestre.
Desse modo, a restauração dessas áreas não apenas ajuda a reduzir os efeitos das mudanças climáticas, mas ainda garante a sobrevivência de muitas espécies ameaçadas.
Um exemplo de restauração bem-sucedida se trata da recuperação de áreas de manguezais. Essas, que são zonas úmidas costeiras, têm um papel importantíssimo na proteção de inundações e para a captura de carbono.
Com a restauração dos manguezais há a recuperação do habitat fundamental para muitas espécies de peixes e aves. Mas com isso há ainda a criação de uma barreira natural contra o avanço do mar, o que favorece as comunidades humanas que residem nas proximidades.
Importância da restauração para o futuro
A restauração ecológica se trata de um componente crucial para encarar os desafios ambientais atuais.
Com a frequente perda de habitats naturais e a degradação dos ecossistemas, tal prática se converte em uma ferramenta fundamental para combater os impactos das mudanças climáticas, resguardar a biodiversidade e assegurar a resiliência nos sistemas naturais.
E nesse aspecto há muitas inciativas globais, como no caso da Década da Restauração de Ecossistemas da ONU (2021-2030), essa dando ênfase para a importância de aliar forças para restaurar milhões de hectares de ecossistemas degradados até 2030. E isso proporcionaria benefícios econômicos, sociais e ambientais.
SOUSA, Priscila. (6 de Setembro de 2024). Atualizado em 17 de Setembro de 2024. Restauração ecológica - O que é, importância, conceito e definição. Conceito.de. https://conceito.de/restauracao-ecologica