Poder de aquisição (ou poder de compra), portanto, é a disponibilidade de recursos que tem uma pessoa para satisfazer as suas necessidades materiais.
O conceito de poder tem vários usos. Pode-se usar para mencionar a capacidade para concretizar uma ação ou cumprir um objetivo. De aquisição, por sua vez, refere-se àquilo que permite adquirir (comprar, obter) algo.
Noutros termos, o poder de aquisição está relacionado com os rendimentos do sujeito para realizar a compra de bens ou a contratação de serviços.
Exemplos: “Desde que o João perdeu o trabalho, o nosso poder de aquisição reduziu substancialmente”, “O poder de aquisição das pessoas cai a cada dia que passa por causa da inflação”, “A Marta é uma mulher de muito poder de aquisição, que se pode dar a qualquer luxo”.
É importante ter em conta que o poder de aquisição não está associado unicamente com os rendimentos (que se podem formar com o salário, os ganhos de uma atividade comercial, a rentabilidade de um investimento, etc.). O preço dos produtos e dos serviços é um ponto determinante para estimar o nível de poder de aquisição.
O poder de aquisição também varia de acordo com a região. O indivíduo que tem um bom poder de aquisição num país X pode perdê-lo se for viver para a nação Y, onde o custo de vida é maior.
Poder de aquisição e a sua influência na psicologia
No plano psicológico, o poder de aquisição pode ser determinante para a saúde e a felicidade de uma pessoa se tiver um perfil que dê ao dinheiro uma grande importância na sua lista de prioridades. Por exemplo, alguém que por determinadas razões, não tenho tido estabilidade durante a sua infância por questões econômicas, pode tornar-se num adulto que procure empregos com salários elevados, para evitar voltar à situação que lhe causava insegurança no passado.
Da mesma forma, um bom poder de aquisição pode ser usado como arma de ostentação por aquelas pessoas que precisam de chamar à atenção das pessoas que a rodeiam, uma vez que não sabe chegar aos demais de forma agradável e tranquila. A insegurança pode levar um indivíduo a crer que nada daquilo que faz é importante ou interessante; perante essa realidade, o dinheiro costuma ser a ferramenta ideal para “comprar amizades”, embora também possa ser usado para provocar inveja.
Os meios de comunicação são em grande parte os responsáveis de que muita gente sinta que não tem um poder de aquisição satisfatório mesmo quando isso não corresponda à verdade. Face ao constante bombardeio de produtos e serviços que a Internet, a televisão, a rádio e a imprensa escrita tentam fazer-nos acreditar que precisamos, torna-se cada vez mais difícil centrar-se e analisar objetivamente se estamos conformes com a nossa vida e com os nossos rendimentos económicos.
Isto leva-nos à seguinte reflexão: nem todos precisamos o mesmo poder de aquisição; por outras palavras, nem sempre é possível catalogar um poder de aquisição de bom ou mau, uma vez que a sua efetividade depende de diversos fatores, entre os que destacam as preocupações e as ambições de cada pessoa. É justo dizer que se alguém conta com o dinheiro suficiente para levar a vida que deseja, então o seu poder de aquisição é bom.
Fatores que afetam o poder de aquisição
A economia de um país se trata de algo complexo e variado, em que diversos fatores influenciam diretamente no poder de aquisição das pessoas. A inflação e a deflação, por exemplo, retratadas pelo índice de preços para o consumidor, impactam no custo de vida e, consequentemente, no poder de compra.
Outro fator que afeta o poder de aquisição também é a renda per capita (renda por cabeça) e a variação de salários. E isso determina a capacidade financeira dos indivíduos para obter bens e serviços, o que inclui itens essenciais como no caso da cesta básica.
Há ainda a taxa de câmbio, qual afeta os preços dos produtos importados e exportados, impactando no poder de compra das moedas estrangeiras. A taxa de juros, que recebe controle da política econômica, ainda exerce um papel expressivo ao acometer o custo do crédito e, por sua vez, os padrões de consumo.
Também se pode citar o desemprego e as condições do mercado de trabalho como fatores que impactam o poder de aquisição. O que ocorre é que o desemprego elevado diminui a demanda por bens e serviços, impactando na renda disponível das famílias.
Estratégias para aumentar o poder de aquisição
Para elevar o poder de aquisição, a adoção de políticas monetárias e fiscais são fundamentais.
Por meio do controle da oferta monetária e da diminuição do déficit público, há como sustentar a estabilidade econômica, controlar a inflação e prevenir a deflação prejudicial.
Investimentos também são importantes nesse caso. Eles ajudam a impulsionar o Produto Interno Bruto (PIB) e a gerar um ambiente propício para que um crescimento econômico sustentável.
Uma boa educação e capacitação profissional são também cruciais para melhorar as oportunidades de emprego e a renda. O investimento em programas de educação retornados para o mercado de trabalho ajudaria a elevar a qualificação da mão de obra e, assim, impulsionar a produtividade e a competitividade num país.
Consequências sociais da variação do poder de aquisição
A variação do poder de aquisição desencadearia consequências sociais expressivas. A desigualdade econômica costuma aumentar, expandindo o fosso existente entre os mais ricos e os mais pobres, o que até mesmo causaria tensões sociais e políticas. Outra coisa afetada ainda seria a mobilidade social, tornando mais difícil a ascensão econômica.
Também, a queda no poder de aquisição levaria a mudanças nos padrões de consumo e na qualidade de vida. Isso poderia então causar ainda pressões sociais e psicológicas.
Equipe editorial de Conceito.de. (7 de Maio de 2015). Atualizado em 27 de Outubro de 2023. Poder de aquisição - O que é, conceito, influência e na psicologia. Conceito.de. https://conceito.de/poder-de-aquisicao